Tenho 22 anos, e minha relação com a minha mãe sempre foi entre tapas e beijos.
Desde pequeno ela queria me privar de ser eu.
Vim de uma família pobre, aonde era 1 cômodo apenas para mim, minha mãe, e meus outros dois irmãos.
E desde cedo sempre sonhei em dar uma vida melhor para todos. Sempre pensei em minha mãe e nos meus irmãos, em poder dar uma casa digna a eles, e nunca deixar faltar nada na mesa.
Há 2 anos atrás eu sair do interior do rio grande do sul, para tentar a vida em Curitiba, batalhei muito para conseguir conquistar minhas coisas, foi tudo muito difícil pois vim pra cá apenas com 300 reais.
Hoje, com 22 anos, estou formado, e consegui o que eu queria, dar uma vida um pouco melhor pra minha família.
Mas minha mãe é muito controladora. Ela simplesmente não me deixa ser eu.
Nada tá bom pra ela. Eu não posso falar um ai, que se ela não concordar, ela vem e puxa minha orelha.
Sou gay, e ela não aceita isso.
E faz de tudo pra eu seguir os mesmos princípios religiosos que ela.
Se eu falo qualquer coisa já é motivo de briga.
Ela quer que eu faça as escolhas que ela quer pra mim, e não as que eu quero.
Apenas ela sabe da minha orientação sexual. E aí se eu mando uma piadinha no grupo da família no whatsapp ela já vem com mil pedras na mão pra cima de mim.
Se eu vou ao encontro do meu melhor amigo, ela vira a cara e fica com raiva de mim e indiferente comigo.
Eu não aguento mais isso. Sinto que não posso ser eu dentro da minha própria casa.
Eu não sei mais o que fazer. Eu amo minha mãe e reconheço tudo que ela lutou pra criar eu e meus irmãos, mas nossa relação está péssima, sempre foi assim desde criança. Ela não me deixa ser eu, ela não aceita e nem respeita as minhas escolhas, a minha privacidade, nada. .
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19 MAI 2020
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Olá Pedro
Entenda que assim como você tem sua forma de pensar e quer ser aceito, ela também tem a forma dela pensar e quer ser aceita. Por isso a importância do respeito e do diálogo, nem sempre as pessoas concordam, mas podem respeitar as diferenças de ser e pensar, e se estiverem dispostas, podem a aprender a conviver com estas diferenças.
Um atendimento psicológico poderá te auxiliar nesta relação com sua mãe.
Espero ter ajudado.
Jane Assunção
19 MAI 2020
· Esta resposta foi útil a 2 pessoas
Olá Pedro Paulo156749! Obrigado por participar. Os pais sempre tendem a querer controlar a vida dos filhos, pois isto, além de dar a eles poder e sensação de controle e segurança, cumprimento de responsabilidade, ainda fortalece o sentimento de dever cumprido e preservação da juventude. Fora isto, nenhuma pessoa apresenta tão grande garantia, de querer o bem dos filhos semelhante a mãe e pai. Não desconsidere isso. Um jovem, com vinte e dois anos de idade, normalmente quer ter sua liberdade, seu espaço, sua autonomia. Você, pelo seu relato já conquistou isso, de certa forma: veio para Curitiba, deu maior conforto material à família. O que te impede de ter esse espaço. Certamente questões práticas, questões econômicas, questões de consciência da luta por estarem juntos. Seus irmãos: quais as caminhadas deles? Pensando a médio prazo: pode se dizer que com sabedoria, tolerância e paciência, essa fase vai passar. Sua mãe perceberá que você está adquirindo maior maturidade e habilidade para escolhas, assim como você também aprimorará sua forma de perceber que a origem das intenções da sua mãe está temperada pelo amor e pela luta por proteção a você. Uma coisa importantíssima: em todo grupo de convívio, é cada componente, convivendo em razoável harmonia, ter seu espaço, seus planos pessoais, livres, independentes, desconectados da dependência dos outros. Por exemplo, é importante que um jogue basquete, outro participe de um grupo de teatro, o trabalho de um seja o mais independente possível do outro, e em local diferente do trabalho do outro. Com isso, quando encontrarem, cada qual enriquece ao outro, com dados de mundos diversos. Abraços virtuais (em tempos de pandemia, saia de casa, somente para o que for necessário, com máscara, higiene e distanciamento físico: uma morte a mais evitada, vale toda a vida preservada!) Ary Donizete Machado - psicólogo clínico.