Cansada, desanimada e a ponto de desistir de tudo
Olá, tenho 28 anos e ah 3 anos saí da casa dos meus pais com minha irmã mais nova de 21 anos. Meus pais estavam se separando e devido a muitos conflitos relacionados a isso, resolvemos sair de casa. Fomos morar numa kitnet e assim entramos num acordo de ambas trabalharem juntas para nos sustentar. Porém, tenho vivido e passado muitas frustrações que por mais que eu queira mudar, se tornaram persistentes e tem me deixado cada vez mais frustrada, desanimada a ponto de desistir de tudo. Sempre fui muito esforçada em todas as relações da minha vida. Ter saído da casa dos meus pais e adquirir responsabilidades que nunca antes tivemos foi e está sendo muito difícil. A criação que tive de meus pais não compactua com a realidade que vivemos hoje. Venho de um ambiente onde tudo sempre foi de cooperação, divisão, compartilhar, convivi com pessoas da familia e conhecidos de muito bom coração. Meus pais sempre pró ativos, cuidaram muito bem de nós (somos 4 filhas mulheres). Meu pai chefe de família sempre honrou com suas obrigações e minha mãe sempre muito zelosa e caprichosa com a gente. Tenho traçado uma batalha para mim pois a realidade tem sido bem diferente e dolorida. Com o distanciamento de convívio pois moramos em outro bairro e trabalho todos os dias incluindo finais de semana, o que mais presencio, vejo e sinto é o tamanho do egoísmo entre as pessoas. Isso tem sido um martírio para mim, pois é uma realidade que não vivi dentro da casa dos meus pais. Claro que tinha uns e outros incluindo minha avó parte de pai mas dentro de casa sempre tudo foi compartilhado e dividido, fomos criados colaboracionistas. Mas minhas irmãs não são assim, cada uma seguiu seu caminho. Minha irmã de 25 anos já saiu de casa a 7 anos, essa pouco se importa com a gente, fez pouco caso quando nossos pais se separaram e mais ainda quando eu e minha irmã saímos de casa. Mando msgs e ela dificilmente me responde, praticamente não mantemos contato, quando temos, sou eu quem a procuro. Minha irmã de 21 anos não mora mais comigo, ela se mudou para a casa do namorado que nesse período nunca moveu um palito em todas as dificuldades que passamos e ela não fez diferente, foi ficando cada vez mais distante e indiferente a todas as situações de dificuldades que passamos. Isso tudo foi e está sendo muito tóxico pra mim, não estou sabendo lidar com essas indiferenças, essa falta de importância uns com os outros, temos uma irmã caçula de 7 anos onde eu me responsabilizo em partes, passa finais de semana comigo, saímos, levo para passear, ajudo com o que posso, fico com ela quando meus pais precisam, minhas irmãs não ligam, não dão se quer atenção, estão todas envolvidas no seu mundinho onde tanto faz o que o outro passa. Pessoas que não buscam fazer a diferença na vida de outras, que querem colher sem plantar, pessoas que não dá pra contar em hipótese alguma, são indiferentes com a dor do outro, egoístas, isso tudo piorou com a pandemia. Vejo a irresponsabilidade e falta de amor ao próximo o tempo todo, os preços exorbitantes no mercado, saúde precária, estamos reféns da política e governo, pobres ficando cada vez mais pobres, crianças sem escola, pais sem condições de ensinar seus filhos porque também não tiveram estudos. Situação econômica difícil e muitos, muitos estão indiferentes a essas situações. Que mundo é esse que estamos vivendo? Esse egoísmo e indiferença entre uns e outros tem me feito muito mal, pois me sinto cada vez mais sozinha e desamparada. Me sinto sem forças, abandonada pois vejo que ninguém se importa com ninguém. Nem com os próximos nem os que estão distantes. No momento estou morando com meu namorado foi uma oportunidade que vi para sair do aluguel... porém como eu disse, a visão de homem que trago é de homem provedor tenho como exemplo o meu pai. Mas a situação aqui também é complicada, pois ele é bagunceiro, desorganizado, tem comportamentos muito diferentes dos meus que eu preso como afinco como um ser responsável. Como pagar contas em dia, trabalhar pra ter o que quero, aqui tudo tem que pedir se não, não faz, eu já cansei de falar, hoje só olho... porque o desânimo tomou conta.