Como lidar com um quadro de violência sexual?

Um quadro de violência sexual, obviamente, está ligado a um trauma, já que ninguém passa por ele ileso. Mas até onde chegam os problemas e como tratá-los?

16 MAR 2016 · Leitura: min.
Como lidar com um quadro de violência sexual?

De todas as situações traumáticas que uma pessoa pode experimentar, a violência sexual está entre as que deixa marcas mais profundas. O tema não é delicado apenas para a vítima, mas também para os familiares e amigos mais próximos.

Grave por si só, vários fatores no abuso sexual podem contribuir para o desencadeamento de um trauma ainda mais enraizado, mais difícil de superar:

  • quando acontece na infância, violentando uma relação de confiança entre a criança e o adulto
  • quando a vítima é portadora de alguma deficiência
  • quando o abuso acontece dentro de casa

Muitos especialistas coincidem em que o primeiro passo para superar o trauma é ser capaz de falar sobre o ocorrido. Porém, o comportamento mais habitual nas vítimas é esconder o abuso; em muitos casos são incapazes de falar sobre o que passou por anos.

Os principais empecilhos para denunciar e buscar ajuda especializada são o medo e a vergonha. Vale lembrar que muitas crianças chegam a comentar as situações abusivas e são desacreditadas pelos pais e familiares.

Por isso, é importante estar atendo às mudanças de comportamento, para perceber os sinais que podem indicar um caso de violência sexual. Na criança, é muito habitual voltarem a fazer xixi na cama, assumir uma postura muito agressiva, sexualizada ou introspectiva.

No adulto, frequentemente há a adoção de um comportamento autodestrutivo e violento, além de uma dificuldade de relacionar o sexo a algo prazeroso e saudável. A relação deixa de ser uma troca positiva para ser algo sujo e sem intimidade.

As faces da violência sexual

A violência sexual não necessariamente implica contato físico. Em alguns casos, o abusador é voyeur, não toca, mas obriga a vítima a tirar a roupa na frente dele, espia quando ela toma banho ou troca de roupa, força a pessoa a se tocar, entre outros atos degradantes.

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O abuso pode ser físico, visual, verbal ou psicológico. As marcas deixadas numa vítima de violência sexual variam conforme a idade e a estrutura psíquica da pessoa. As estatísticas indicam que as vítimas de violência sexual são maioritariamente meninas e mulheres, sendo os atos cometidos por homens adultos.

Para superar o trauma de uma violência sexual, é fundamental contar com uma rede de apoio, que começa na família, passa pelos amigos e chega à terapia, com um psicólogo especializado nestes tipos de questões.

Para quem está passando por uma situação assim e ainda não conseguiu tomar a decisão de pedir ajuda especializada e encarar o trauma de frente, é fundamental:

  • não se culpar pelo abuso;
  • não se afastar de quem ama você, deixando uma via aberta para o carinho e a compreensão;
  • tentar ser positivo em pensamentos e atitudes. Sempre há possibilidades de melhora para quem tem vontade;
  • lembrar que estar vivo, ainda que algumas vezes doloroso, continua sendo um presente;
  • reconhecer que ajudar os outros é uma ótima forma de ajudar a nós mesmos. Por isso, grupos de apoio podem ser tão positivos para trabalhar a autoestima e o desenvolvimento pessoal.

Fotos (ordem de aparição): por fran_rivera e ashley rose (Flickr)

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