Ansiedade: confusão entre passado, presente e futuro

Precisamos harmonizar três tempos básicos: passado, presente e futuro. O passado representa vivências e experiências que propiciam dados e conhecimentos para evitar algumas atitudes.

26 JUN 2019 · Leitura: min.
Ansiedade: confusão entre passado, presente e futuro

Nós, seres humanos, precisamos harmonizar três tempos básicos: passado, presente e futuro. Nas demandas entre os interesses, pessoas, individualmente ou representando organizações e instituições, se pressionammutuamente: o gerente do banco quer vender, o professor quer o trabalho correto, a namorada quer atenção, acriança quer o brinquedo, o patrão quer a serviço concluído...

O “eu" de cada um de nós, cobra o outro. Ao cobrar, tem a ilusória certeza de que cobrou no tempo válido ejusto para nós dois (eu e o outro). O outro, pressionado, com a necessidade subjetiva de atender às cobrançasexternas, desfigura a harmonização pessoal (concentração, respiração, sono, fome, movimentos, escolhas, etc.).

Desse panorama surge a questão: Ansiedade: qual é o nível ótimo?

O passado representa vivências e experiências que propiciam dados e conhecimentos para evitar algumas atitudes, direcionar outras e viver outras mais. Assim se realiza a frágil e, ao mesmo tempo, intensa e rica linha do presente.

O futuro: temerável porque desconhecido; encantador, porque, como ainda não aconteceu, permite espaçopara sonhos e ilusões. Para o futuro haverá coisas do acaso e coisas do cultivo. Acaso é sorte, cultivo é preparação.

É bom ter, no tempero das expectativas, a sorte, no entanto, ela sempre vem acompanhada da possibilidadedo seu contrário; azar. Sorte e azar não se controla.

O cultivo vem do esforço por fazer as coisas culturalmente estruturadas, com os temperos do trabalho,integração social, saúde e ética.

A consistente carreira escolar, o duradouro compromisso com o trabalho socialmente legítimo e seuconsequente aperfeiçoamento, atividade física saudável, o convívio social com respeito, cooperação e simpatia, estão entre os alicerces potencialmente propiciadores de um futuro bom.

Como temperar para que não se anule, diante das altas, constantes e persistentes cobranças da cultura (evolução científica, tecnologia, mercado de trabalho, buscas materiais), a essência do “eu"? O que fazer para nãoficar alheio aos avanços e possibilidades da cultura e da troca social?

Não há receitas e respostas válidas para todos. Há indicadores que precisam ser temperados com a personalidade, momento de vida e perspectiva de cada pessoa. Neste ponto encontra-se o encanto, a profundidadee o benefício da análise individual junto com o psicólogo.

Fatores naturais são duradouros, não podem ser menosprezados (alimentação, sono, atividade física,socialização, descanso, amizade). Aspectos passageiros (parte da cultura: correr muito, ser o melhor de todos,ganhar muito dinheiro, comprar sem cuidado, predomínio da comunicação virtual, experimentar todas as novidades) precisam ser analisados com muito cuidado; são exemplos de atitudes que prejudicam a saúde, a harmonia interior e o desfrute de momentos agradáveis, comprometendo a manifestação da essência do “eu" de cada um de nós.

Por Ary Donizete Machado, psicólogo inscrito no Conselho Regional de Psicologia de São Paulo

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Escrito por

Ary Donizete Machado

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Comentários 1
  • Wellayne Barbosa

    Gostei muito da explicação, uma ajuda a entender como controlar melhor nossos sentimentos e escolhas , presente e futuro.

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