A eficácia do EMDR em traumas e conflitos emocionais

O EMDR tem conseguido êxito onde as terapias convencionais apresenta limitações. É uma terapia de reprocessamento. Tem fundamentação na neurociência.

20 FEV 2022 · Leitura: min.
A eficácia do EMDR em traumas e conflitos emocionais

O EMDR foi criado em 1987 pela psicóloga americana Francine Shapiro. Os primeiros testes sobre a eficiência do EMDR foi realizado com soldados de guerra do Vietnã e Iraque obtendo resultados promissores onde outras terapias tiveram limitações. Em muitos países existem profissionais do EMDR que atuam em frentes para atender pessoas traumatizadas que passaram por catástrofes. Aqui no Brasil, esse grupo é representado pelo EMDR solidário. No Brasil temos a Associação Brasileira de EMDR que regulamenta a abordagem como também as diretrizes para os cursos aplicados e certificados.

Os estudos mais proeminentes de quem faz o EMDR são:

- Conhecimento da neurofisiologia do sistema nervoso, funcionamento cerebral, sistema nervoso simpático e parassimpático, neocortex e subcortex;

- Estados de egos ou partes;

- Conhecimento da neurociência e demais teorias da psicologia;

- Dissociação primária, secundária e terciária;

- Conhecimento da teoria e técnicas do EMDR.

A ansiedade é um conjunto de emoções que se reunem dando uma sensação de antecipação e urgência que algo acorra mais rapidamente. Trata-se de medo e preocupação. Também reune a sensação de angústia, raiva, medo, desespero, entre outras emoções. Comum haver sudorese, dores no peito, dificuldade para respirar, urgência urinária, evacuações constantes, taquicardia, contrações musculares, etc. Geralmente, é importante no EMDR descobrir os gatilhos que provocam a ansiedade. Por exemplo, notícias, ameaças, desafios, etc. Uma pessoa fica ansiosa ao ter que sair a noite ou fica ansiosa diante uma prova de matemática.

O EMDR tem ótimos resultados em casos de ansiedade e demais problemas emocionais. Sabendo que a ansiedade trata-se de situações de medo e preocupação e é muito comum o paciente falar "tenho medo de errar", "tenho medo de não conseguir", "as pessoas me julgam", etc, o EMDR trabalha principalmente a origem desse sentimento e proporcionando a dissolução desse conflito.

Paciente apresenta o medo de dirigir, por exemplo, presenciou o acidente da família. A partir desse inconveniente o carro ficou no estacionado na garagem. Então, na sessão de EMDR, essa é a imagem congelada e disfuncional armazenada na amígdala cerebral. Com isso seu enfrentamento da direção do carro ficou comprometido. O profissional faz uma estimulaçao bilateral provocando a exteriorização da memória traumática. É que se chama de reprocessamento.

Outro paciente, hipoteticamente falando, pode apresentar um medo de ser julgado. Na sessão de EMDR ele fala que isso começou quando era criança que se sentia inferiorizado pela situação financeira. Imaginava que era menos que os colegas.

Outras vezes, o paciente tem medo de sirene de ambulância, uma vez, que estava dentro de uma quando sua mãe faleceu. Na sessão de EMDR essa memória traumática também é reprocessava.

Também em caso de avaliação. O paciente pode ter medo de provas. Ele quando vai fazer um prova fica congelado. Uma condição que proporciona uma baixa eficácia no enfrentamento. Relata que dá um branco. Que mesmo estudando não consegue boa perfomance na prova. Uma ansiedade que não consegue controlar.

Ao final do tratamento, a pessoa se sente mais aliviada e mais encorajada para enfrentar seus desafios. Geralmente, o paciente se encontra com mais recursos para enfrentar as situações que antes não enfrentava. Alguém que não dirigia, passa ter novamente habilidades no volante. Algo que tinha medo de enfrentar se torna um desafio menor.

Estudos apontam que pacientes traumatizados, que em sua grande maioria são ansiosos, tem a amígdala cerebral aumentada e com as respostas defensivas acentuadas com comportamentos de fuga e congelamento. A pessoa tem dificuldade de enfrentamentos. Fazer uma prova pode provocar um branco e esquecer do conteúdo, por exemplo. O hipocampo fica menos ativado prejudicando a memória e a aprendizagem, uma vez, que a amígdala dispara as emoções de medo e ansiedade. O EMDR com seus estímulos cerebrais provoca mobilização das memórias no cérebro, inclusive as traumáticas provocando o reprocessamento da estagnação disfuncional armazenada no cérebro derivadas do trauma.

O EMDR é indicado pela Organização Mundial de Saúde para tratamento de traumas. Também a Associação Americana de Psiquiatria referenda essa abordagem como eficaz no tratamento psicológico. Sempre é bom procurar ajuda profissional psicólogo quando as coisas na cabeça não andam bem. Portanto, procure um psicólogo que trabalha com EMDR.

Bergmann U. (2008).The Neurobiology of EMDR: Exploring the Thalamus and Neural Integration. Journal of EMDR Practice and Research, Vol. 2, N. 4.

EMDR. Shapiro F. (2018). EMDR:Dessensibilizacao e Reprocessamento através dos movimentos oculares. Guilford Publications. Terceira Edição.

PUBLICIDADE

Escrito por

Roberly Freitas Vaz Psicólogo

Ver perfil
Deixe seu comentário

PUBLICIDADE

últimos artigos sobre ansiedade

PUBLICIDADE