Por que vêm pensamentos quase constantes que causam angústia insuportável?
Vou começar minha explicação de um modo um tanto quanto indevido para um site científico, imagino, mas considero necessário para elucidar bem minha situação. Tornei-me uma pessoa religiosa, e desde então, como era de se esperar, busco seguir alguns dogmas que me causam desconforto e medo, como a confissão. Antes de minha conversão, era uma pessoa agressiva e tinha um apetite sexual majoritariamente heterossexual, mas, quanto ao primeiro dado, nunca cheguei a machucar seriamente alguém nem, quanto ao segundo dado, tive experiências além de uma apenas aos dez anos de idade. Além disso, sempre tive uma curiosidade mórbida, como que psicológica e intelectual, por casos de crimes reais e criminosos cruéis. Muito recentemente, assisti a um documentário sobre Richard Ramirez, que violava de crianças a idosos, e tinha um estilo de violência que deixou com muito mal estar até uma pessoa acostumada ao tema; depois, assisti um sobre Ted Bundy. Também recentemente, assisti ao vídeo de um padre sobre TOC religioso, enquanto me matava de preocupação e ansiedade por uma futura confissão; não pensei muito sobre aquele transtorno, achando que não tinha nada a ver comigo. Pouco depois, o pesadelo começou. Comecei a ter pensamentos horríveis de todos os tipos: pedofilia, incesto, violência contra entes queridos, necrofilia, blasfêmia sexual, zoofilia, dentre outros mais normais, de recriminação de outras pessoas, sexualidade típica, etc, mas que eu não poderia ter, por causa da religião que sigo. Eu não aprovo nenhum dos pensamentos além dos mais normais, e muito me atormenta a possibilidade de serem impulsos de fato meus, a ponto de eu ter também pensamentos suicidas. Tampouco sinto algum tipo de estímulo físico os tendo, pelo contrário: sinto indignação e repulsa tão grandes que meu peito dói por minutos, senão horas, mas quanto menos os quero, mais eles vêm, e cada vez piores. Já não posso ficar perto de familiares amados sem medo de ter algum pensamento desses. Já não sei o que é paz interior. Já não sei nem mesmo quem sou eu, mas não sinto que mereço nada de bom.
A síntese de tudo o que contei é que vivo agora aterrorizada, de início por ter de relatar tudo isso a um padre numa confissão, e agora, de modo mais sério, pela dúvida de não poder ser uma pessoa boa, afinal, como alguém bom poderia ter pensamentos tão ruins?
Que poderia ser isso?