Minha avó faleceu dia 8 deste mês de agosto e está difícil superar. O que fazer?

Feita por >Julio · 20 ago 2020 Luto

Tenho 45 anos e desde os 15 anos eu era criado, cuidado e educado pela minha avó paterna, morava somente eu e ela na mesma casa.
No dia 5 de agosto por volta de meia noite, eu estava no meu quarto jogando um jogo no meu celular e de repente ouvi minha avó me chamar, abri a porta do meu quarto e perguntei: o que foi vó?
Ela respondeu: me ajuda que tô vomitando.
Levantei da cadeira e fui até ela, peguei meu celular e liguei imediatamente para minha tia filha dela e falei: tia vem correndo aqui que a vovó tá vomitando muito.
Ela me pediu que eu ligasse imediatamente para a ambulância da Unimed em que minha avó tinha plano, enquanto ela vinha pra cá, ao chegar no telefone fixo para ligar pra pedir ambulância minha avó pediu pra medir a pressão dela que infelizmente estava em 23 por 11, ela pediu para mim amarrar um pano na cabeça dela e falou que ela estava com uma forte dor de cabeça, ao ligar pra ambulância da Unimed o telefone havia mudado e uma gravação falou o novo numero. Liguei e veio aquela porcaria de digite 1 pra isso, digite 2 pra aquilo, até chegar numa atendente, depois a atendente teve de passar pro médico e eu relatando desesperado que minha avó tinha vomitado, que estava com forte dor de cabeça, que a pressão dela estava muito alta e o médico só dizendo: tenha calma, tenha calma. Eu falava pra ele que minha avó estava morrendo e ele só dizendo tenha calma. Depois ele disse que a ambulância estava a caminho. Do local que fica as ambulâncias até minha casa no horário de meia-noite, leva cerca de 6 minutos e a ambulância levou mais de meia hora para chegar. Quando chegou minha avó estava inconsciente, teve de ser entubada aqui mesmo, já não respirava por si, somente por aparelhos que ela respirava, aí levaram ela. No dia seguinte fiquei sabendo que ela havia tido AVC hemorrágico, não teve mais reação nenhuma, e faleceu dia 8. Ela tinha 91 anos. Muito bem conservada, vaidosa e lúcida.
Até hoje choro muito, não consigo superar o falecimento da minha avó, ela que foi uma mãe pra mim. Eu não fumo, não bebo, não tenho vícios devido a educação que ela me deu.
Há momentos em que sinto ódio, raiva do médico que me atendeu quando solicitei a ambulância em que ficou falando: tenha calma, tenha calma.
Como ter calma num momento daquele? Como que um profissional não soube de suspeitar que ela podia ter tido um AVC e solicitado urgência na ambulância que chegou aqui com a sirene desligada e vinha devagar.
E o médico que veio na ambulância também não soube dizer se o que ela teve. E sabe-se que AVC causa vômito, forte dor de cabeça, a pessoa fica inconsciente.
Está muito difícil superar o falecimento dela.
Após o falecimento dela tive até um surto porque foi como se meu mundo desabasse. O surto que tive foi:
Tomei 30 comprimidos de Rivotril 2mg, 30 comprimidos de Losartana 50mg, 30 comprimidos de Atenolol 50 mg, 9 comprimidos de Nimesulida 100mg e 300ml de querosene. Não tive nada de efeito ruins dos medicamentos, fiquei apenas com o estômago um pouco ruim, mas fiquei bem.
Não sei por quanto tempo mais vou aguentar a dor e não sei o que fazer.

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A melhor resposta 21 AGO 2020

Olá Julio.
Agradeço por compartilhar a sua dor.
Lidar com a morte, ainda mais de uma pessoa tão próxima e tão querida, que foi e é muito importante na sua vida, não é fácil, é doloroso e difícil de aceitar.
Mas é importante viver esse luto da melhor forma, e você pode contar com uma ajuda especializada para isso, a psicoterapia pode ajudar nesse processo.
É comum passar por estágios durante o luto : Negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. Até chegar a aceitação tem se um longo e dolorido caminho. Você precisa falar sobre isso, elaborar essa perda e retomar o sentido da vida.
Pense no que sua avó gostaria para você.

Espero muito ter contribuído de alguma forma, estou a disposição.

Psicóloga Meicy Fujii

Meicy Fujii Psicóloga Psicólogo em São Paulo

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21 AGO 2020

Olá Júlio! Obrigado por participar. Seu relato, muito vívido, nos faz sensibilizados com a dor que você está experimentando. Certamente a tua avó, representa a pessoa mais importante da tua convivência próxima por longos anos. Pelo seu escrito, fazia doze dias que ela havia falecido ontem. Estou te respondendo hoje, sexta-feira. É tempo bem próximo do falecimento, sua perda é muito recente, você ainda está passando pela elaboração. Claro que o que você descreveu como surto, envolvendo muitos comprimidos psicoativos, querosene, foi atitude de tentativa de lidar com a dor, porém inadequada, que certamente seria reprovada por sua avó.
Agora, nove dias após o falecimento dela, precisamos te ajudar a reorganizar a rotina de vida, de forma que você possa dar continuidade e viver bem, com plenitude, com ética. A vida assim, com certeza, representa o desejo da tua avó. Para tanto você deve organizar algumas medidas iniciais, após isso, sendo possível, você poder contar com a conduta científica de um psicólogo ajudará muito a lidar com aspectos específicos e enriquecedores da reorganização da rotina de vida. Primeiro: evite ficar sozinho, procure companhia das pessoas próximas, que te ofereçam tranquilidade e confiança; segundo, reorganize tua rotina de vida envolvendo todas as áreas mais importantes como dormir pela noite, sempre de noite, no escuro e no silêncio, estar acordado de dia, alimentar-se saudavelmente, tomar água com regularidade, praticar atividade física, organizar tarefas, metas, planos e sonhos significativos com realismo, flexibilidade e disciplina, de tal forma que a cada hora do dia a mente tenha claro em que estará concentrada. Evite trocas e comunicações virtuais, prefira as interações reais, cuide para que haja cansaço físico.
Certamente o levantamento mais aprofundado e detalhado de como está a sua vida, ajudará a sugerir medidas, de forma mais específica. Não fique isolado, comunique-se.
Espero ter ajudado. Estarei à disposição para aprofundamentos que se fizerem necessários.]
Abraços virtuais (em tempos de pandemia, sejamos razoáveis: solidariedade, flexibilidade, ética, saúde, abertura mental, Ciência!)

Ary Donizete Machado - psicólogo clínico.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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21 AGO 2020

Olá, Júlio.
Muito obrigada pelo seu relato. Que bom que você pôde escolher utilizar esse espaço como uma forma de buscar alternativas.
Sinto muito pela sua perda, realmente viver o falecimento de um ente muito querido é fonte de imensa dor.
A raiva surge como uma resposta por uma situação sentida como injusta ou ameaçadora.
Embora haja muita dor, o fato de manifestar-se aqui também faz com que possamos entender que você considera a possibilidade de se dar a oportunidade de ser ajudado. Está carga pode ser dividida, seu sentimentos podem ser acolhidos, se dê a chance de ser cuidado e confortado neste momento tão difícil.
A psicoterapia pode auxiliar nesse processo, você não precisa passar por isso sozinho.
Espero ter contribuído e coloco me à disposição.
Abraço.
Beatriz Mazzoco

Beatriz Mazzoco Psicólogo em São Paulo

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