Olá, meu filho de 7 anos me "convidou" para brincar de Spa, onde iriamos fazer massagens, maquiagem, cabelo e unha, após isso iriamos desfilar de salto!
Para mim isso não é problema nenhum.
Mas tenho um certo receio de brincar com ele e acabar incentivando ou interferindo de certa forma sua opção sexual futuramente.
Talvez somente seja curiosidade.
Mas na verdade não sei como agir, e se seria apropriado ter uma conversa com ele nessa idade.
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18 MAI 2020
· Esta resposta foi útil a 13 pessoas
Olá Camila!
Bom, você inicia relatando que isso para você não é problema, então já temos aqui um ótimo começo. É importante que você possa continuar a seguir por esse caminho, pois isso vai ajudar muito na relação de vocês.
Quanto ao seu receio de "incentivar" ou "interferir" na orientação sexual dele, quero destacar que não somos tão neutros quanto imaginamos (seja enquanto pais, educadores, terapeutas ou mesmo como amigos). Interferirmos a vida das outras pessoas das formas mais sutis e simples, com os menores atos (ou com a falta deles). Então quanto a influenciar nesse aspecto (e em outros) da vida do seu filho, não terá como não acontecer, e isso não deve ser um motivo de preocupação. O mais importante nesse caso é você permitir que ele brinque, conheça e saiba das diferentes realidades, seja através de perguntas que ele faça ou mesmo por meio de brincadeiras. A orientação sexual dele não será formada por uma série de fatores complexos, e não apenas por uma única influência. Portanto, fique tranquila quanto à isso. Não somos responsáveis sozinhos e diretamente pela orientação sexual das pessoas.
Ele é uma criança e com toda certeza possui suas curiosidades, deseja conhecer e explorar suas preferências. E, ao menos nesse momento, a preferência dele é brincar com isso. Não se prive de brincar com ele (claro, desde que seja uma brincadeira saudável como essa que você citou).
Sobre a conversa com ele, é importante que vocês conversem bastante, mas é importante também que a prática da conversa seja algo natural. É necessário que essa conversa seja uma prática comum entre vocês, e não que você chame ele somente quando precisar chamar a atenção ou tratar de temas mais delicados. Se a conversa e o diálogo for comum entre vocês, ele confiará em você cada vez mais, e assim terá total liberdade para se abrir contigo, não sendo necessário partir sempre de você a iniciativa de começar um ou outro assunto. Conversas sobre afeto e sexualidade nessa idade são apropriadas sim, e, na verdade, são muito indicadas. Claro, sempre falando de um modo acessível à ele, introduzindo aos poucos os temas, e sempre respeitando os limites dele. Mas não se prive e não o prive de conversar sobre sexualidade.
Caso você tenha muitas perguntas ainda em sua cabeça (ou caso surjam outras), recomendo procurar um profissional para lhe ajudar com orientações e/ou intervenções mais pontuais. Mesmo um profissional atendendo online poderá lhe ajudar.
18 MAI 2020
· Esta resposta foi útil a 4 pessoas
Olá Camila!
Esse interesse nesse tipo de brincadeira pode sim ser inocente e se tratar apenas de uma reprodução divertida de algo que viu mas também pode ser algum leve sinal de transtorno de identidade de gênero.
Você pode sim conversar com ele dentro das possibilidades de comunicação e entendimento dele, perguntando se ele se sente bem com sua aparência, com seu corpo, com as roupas que veste... questionar se há algo que ele não tem que gostaria de ter...
Falas neste sentido. Se achar necessário procure ajuda de um psicólogo.