Hoje sem querer descobri ,lendo uma mensagem de uma menina para minha filha bem picante e amorosa.
Minha filha se descreve como gatoto, palavras que ela escreveu que nunca imaginei ler que fosse escrita pelo próprio punho da minha filha.
Fiquei em estado de choque ao ler.
Gostaria de saber se eu devo conversar com sobre o assunto, ou deixar ela me falar,já que eu sempre fui amiga dela e sempre a apoei.
Estou sem chão. Essa menina mora em outra cidade e pela conversa das duas estão tendo um relacionamento de namoro virtual, com vídeo chamadas e fotos de nudez.
Eu sempre confiei na minha filha e ag,ela sempre me compartilhou suas dúvidas comigo sobre sexo em geral, mais a partir do ano passado ela mudou e fala com raiva dos meninos e odeia os homens.
Muito triste
Pela conversa das duas elas estão se relacionado desde janeiro de 2022.
Por favor me ajude!
Como devo agir nessa situação.
Obrigada
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23 FEV 2022
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Cecília,
Como está o relacionamento com o seu parceiro?
Se é amiga da sua filha, aprimore o relacionamento com ela, verifica a razão da raiva/ódio que tem dos homens, o que houve, foi ou está sendo molestada? Ela se considera uma menina feliz? Como seria se fosse realmente feliz?
Deixe que ela te conte... se voce falar, abrir o jogo, vai dar problema maior.
Creio que voce tinha uma expectativa com relação à sua filha... Qual era esta expectativa? O que é quando temos expectativas?
As escolhas da sua filha podem estar quebrando as suas expectativas com relação a ela... Isto é problema? Para quem?
Veja que são muitos os questionamentos e muitos os desafios que este fato possibilitou para voce.
Seria conveniente fazer umas sessões de Psicoterapia para voce ser porto seguro para si mesma e para a sua filha!
Abraços
Olá Cecília, não sei a idade da sua filha, mas acredito que ela seja adolescente…
Podem ser muitas coisas, ela pode estar se questionando sobre sua identidade de gênero ou mesmo ter uma opinião formada já sobre seu próprio gênero, pode ser uma questão ligada à sexualidade também junto com identidade de gênero ou não necessariamente…na adolescência é completamente normal ter dúvidas sobre a nossa identidade como pessoa, pois estamos construindo-a.
Como você mencionou, vocês possuem uma relação muito sólida e de confiança, seria acolhedor e até mesmo uma demonstração de zelo, carinho, afeto e disponibilidade em mostrar pra ela que você está ali para caso ela queira comentar com você o que anda acontecendo, diga que você se preocupa com ela e tente entender o que se passa sem julgamentos, apenas a escute. Não tente cobrar ou força-la para te contar algo pois isso pode enfraquecer o vínculo de vocês, gerar ansiedade, etc.
Estou a disposição caso queira agendar um atendimento, um abraço.
Estamos vivendo uma era de transformações profundas na maneira de viver. Nos dias de hoje os adolescentes passam grande parte de seus tempos “ligados” numa realidade não “real”, num mundo virtual - ou melhor, eles criam uma outra “realidade”. Não se trata de apontar essas tecnologias como boas ou más: é um caminho inexorável, sem volta, que criará um mundo novo e estamos nesse período de transição.
Busque intender melhor a realidade de vida da sua filha, mesmo tendo essa relação de confiança, não pode esquecer que vocês são mãe e filha e existe papeis sociais diferentes nessa relação. Hoje o conflito geracional e muito visível para quem é nascido na era digital e para quem não é .
Em psicoterapia podemos trabalhar melhor essas questões de relacionamento e melhor compreensão do que esta se passando com sua filha e com voce.
Se desejar ter melhores esclarecimentos sobre o assunto, estou a disposição.
Bom dia, Cecilia,
É sempre delicado descobrir estas coisas, ainda mais assim.
Não sei a idade da sua filha, mas pelo que você me diz, a relação entre vocês é baseada em muita confiança.
Neste sentido, deve se perguntar se pra você é melhor saber tudo que acontece na vida da sua filha ou vê-la bem?
Digo isto porque é comum as jovens terem questões relacionadas à própria sexualidade que não gostam de conversar ne com os próprios pais. E é normal que seja assim. Crescemos para descobrir o mundo à nossa volta.
Se está preocupada com o comportamento no dia-a-dia da sua filha, chame-a para uma conversa. Pergunte se está tudo bem com ela, se aconteceu alguma coisa que a deixou mudada.
Sobre se deve ou não conversar com ela, estamos alando então sobre confiança. Ela confia em você até o ponto em que um jovem consegue confiar nos pais. E esta relação não deveria ser quebrada, sob risco dela se atirar nesta relação, ou deixar de confiar e conversar com você sobre a própria vida.
A psicoterapia pode ajudar a elucidar muitas das questões que está sentindo neste momento.
Tenho atendido muitos adolescentes e pais de adolescentes passando por este momento de autoconhecimento, que é também um momento de autodescoberta para os pais.
Se quiser conversar, fico à disposição.
Olá Cecília! Grato por escrever. Por enquanto não fale com ela. Antes precisaremos que se esclareça a história dela, idade, rotina de vida, configuração social e familiar.
Uma coisa é contato virtual outra coisa é contato real. Isso não quer dizer que não seja necessário estar vigilantge com contatos virtuais (não há como garantir que a foto ou imagem do outro lado, esteja sozinha, nem que a pessoa seja o que diz ser). É preciso atenção com as crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, nas trocas virtuais.
Sugiro que veja nossos perfis, escolha um de nós, psicólogos, e venha para um aprofundamento de informações, para que se pense juntos, a melhor forma de conduzir a situação.
Abraços virtuais (em tempos de pandemia verdadeira, de maioria de falsos políticos, de grande maioria de falsos religiosos (atores, comerciantes da fé, opositores do conhecimento), até de alguns falsos cientistas, sigamos recomendações de instituições como: Anvisa, TVs Educativas, Universidades Públicas, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Organização Mundial da Saúde!)
Vacine-se! Vacine as crianças! Mascare-se! Mantenha proximidade afetiva com distanciamento físico.
