Estou agoniado

Feita por >Felipe Lopes · 29 mai 2020 Traumas

Bom...minha história é muito complicada, quando eu era muito criança mesmo, tive brincadeiras sexuais com um parente mais velho (eu tinha uns 6 ou 7 e ela 10 ou 11) e eu não sei se sou traumatizado por isso porque quando lembro, não sinto raiva ou vergonha, nem do acontecido nem da pessoa (talvez porque cresci com a pessoa até hoje e sei que ela não agiu de má fé), mas depois disso virei uma criança que pensava muito em safadeza, queria fazer aquilo de novo, depois disso eu fiz com um primo meu, fui pego e levei bronca, porém, quando tinha 12 anos, mais uma vez fiz com um amigo meu, porém fui mais longe dessa vez por ser mais velho e por ver pornografia desde os 10 anos, é confuso falar disso, não usei violências, chantagens emocionais ou materiais, mas já com 12 anos eu comecei a sentir remorso, tipo quando você leva uma convocação da escola e você mesmo tem que entregar pros seus pais, aquele medo e frio na barriga que dá no caminho pra casa, e isso me fez parar com aquilo.
Segui minha adolescência viciado em pornografia, quando vinha memórias do que fiz na adolescência tentava afundar elas, ficava ''não cara, nem pensa, aquilo foi muito errado''.
Algumas vezes eu explodia de raiva e começava a chorar, minha família via perguntar oque aconteceu e eu dava desculpas, falava que tava ansioso, que tinha medo de perder meu pai, mas na verdade nem eu sabia oque era, eu vivi minha adolescência com um sentimento de agonia, uma mistura de tédio com sei lá, algo agoniante mesmo, por aqui é difícil descrever.
Enfim, tenho 22 anos e sou viciado em pornografia e masturbação desde os 10, eu nunca tentei parar genuinamente com isso, eu parava com os vídeos mas aí via fotos, lia contos e quando percebia eu já estava nos vídeos, eu não sei se sou hétero ou bi, não sei se minha excitação por sexo gay provém de mim mesmo ou se é uma coisa que desenvolvi por causa do porno, mas enfim. Durante a quarentena resolvi parar de vez com porno e masturbação por motivos de querer melhorar a qualidade de vida, no começo senti sim sintomas de abstinência, aquietação, ansiedade, pensamentos sexuais fortes...mas eu vi vídeos normais que de algum jeito me levaram para memórias do que eu fiz quando eu tinha 12 anos e eu fiquei de um jeito que eu nunca fiquei na minha vida, eu acordava e ia dormir ansioso, tinha ataques de pânico onde eu sentia que meu coração ia sair do meu peito, respiração ofegante, era como se eu fosse explodir e perder o controle, não conseguia comer nada, emagreci muito mesmo, não conseguia encarar minha família, tinha pensamentos de ''como eles ficariam se soubessem'', dias em que ou eu não conseguia sair da cama ou eu ficava andando freneticamente pela casa repetindo oque aconteceu várias e várias vezes, tinha medo de ser preso, era como se alguém tivesse descobrido e jogado isso pro mundo, mas a pessoa que fez isso foi tipo, eu mesmo.
Tudo isso junto com intensas pesquisas pois devido ao meu vício e a oque eu fiz comecei a achar que eu sou pedófilo oque eu ainda não tenho resposta, lia matérias e matérias e ficava ''Sera se sou, sera se não sou, sera se sou, sera se não''.
Mesmo assim, não consegui passar de 7 dias longe do porno, é impulsivo, obsessivo, como se eu realmente não conseguisse parar por mais que eu queira.
Depois disso eu nem lembro mais como cheguei a esse assunto, mas comecei a ler sobre psicopatia e Transtorno de Personalidade Antissocial e novamente fiquei com isso de ''será se sou será se não sou'', MAS tem coisas na minha vida que se encaixam MUITO com esse perfil, oque eu fiz na infância e mesmo sendo pego e recebendo bronca eu repeti, algumas vezes já menti pra me safar, as vezes eu crio mentiras pra parecer ser mais legal porque eu não me acho lá muito interessante, mas ao mesmo tempo eu já senti coisas em que pelo que li um sociopata não sentiria, como chorar ao enterrar o cachorro, perder vaga de emprego por ser introvertido e não conseguir falar na frente de desconhecidos, dar desculpas pra ir embora de um role por ansiedade porque um amigo disse que iria levar pessoas que eu não conheço junto. Após ler alguns casos de assassinato de serial killer comecei a pensar se faria mal a alguém da minha família, não sei porque mas a minha mãe que vem na mente, oque mais é estranho é que eu não sei se os pensamentos de mim fazendo mal a ela são pensamentos intrusivos, são meus mesmo, se eu quero pensar isso ou não, mas uma pessoa normal se sentiria horrorizada ao pensar em fazer mal pra mãe e eu não sinto esse horror quando penso, mas ao mesmo tempo não quero fazer mal a ela e nem a ninguém, mas fico pensando se eu sou isso e se um dia faria mal a alguém. Não sei oque tenho, mas sei que tenho algo, não sei se sou compulsivo sexual, pedófilo, psicopata e assassino em potencial, não sei oque acontece.
Quero buscar ajuda profissional, mas estou mandando isso porque não quero fazer online em minha família ouvir tudo oque tenho pra falar, preciso de um conselho.

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A melhor resposta 30 MAI 2020

Olá! Obrigado por participar. Começando pelo final. Certamente você precisa procurar um psicólogo, precisa ser persistente, muito persistente no tratamento. Esse hábito, como é realizado sozinho, com facilidade de acesso, sem interferência ou conhecimento de próximos, de facílimo acesso, exige que você desenvolva autonomia para evitá-lo. Acontece que você está acostumado com isso, faz muitos anos. Então precisa ser muito persistente. Ao mesmo tempo, precisa organizar outra rotina abrangente, disciplinada, significativa, com intenso direcionamento das atividades e ocupação do tempo. Você falou de introversão. Há fatores que antecedem esse conceito. Introversão é algo presente na imensa maioria das pessoas, em maior ou em menor grau. Essa característica vai modificando e, na maior parte das vezes, melhorando com o amadurecimento. Pelo jeito, pode-se deduzir que você não se esforçou por fazer buscas reais de interações adequadas e realistas, com o sexo complementar. Como o tempo é igual para todos, e você ficou muito tempo vendo esse tipo de vídeo, sua mente foi alimentada por eles. Acontece que a maior parte desses vídeos envolvem montagens e escolhas que não são comuns ou reais nas trocas sexuais humanas. Então você desenvolveu um conceito irreal, fantasioso da sexualidade, sentindo inapto para isso. Sua vida contou com menos tempo para outros componentes importantes: conhecer a psicologia feminina, conversar com a intenção de construir namoro. Há muita coisa a direcionar na sua rotina prática e mental. A vida de cada pessoa, é construída, em certa medida, pelo que a própria pessoa alimenta em sua mente. Estou à disposição para aprofundamentos. Abraços virtuais ( em tempos de pandemia, saia de casa, somente para o que for necessário, com máscara, higiene e distanciamento físico: uma morte a mais evitada, vale toda a vida preservada!) Ary Donizete Machado - psicólogo clínico.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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9 JUN 2020

Boa tarde Felipe Lopes, depois de ler seu relato sugiro que, procure realizar psicoterapeuta comportamental para ajudá-lo com todas essas questões, procure observar se em algum momento do dia em sua casa, você pode ter privacidade, sem o risco de ser ouvido realizar terapia online, além de outros recursos como fones de ouvido, texto escrito que você poderá usar. Não deixe de realizar terapia.

Eliane Weber Psicólogo em Salvador

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31 MAI 2020

Você está certo, o aconselhamento psicológico com certeza vai ajudá-lo a entender as questões sobre a sexualidade e esclarecer as dúvidas sobre as patologias que mencionou. São necessárias mais informações para se afirmar um diagnóstico e também análise profunda de um profissional.
A sua ansiedade em relação ao passado e ao modo como vem tratando as questões da sexualidade denotam que desenvolveu as compulsões e que agora que está saindo da adolescência está mais consciente . Use a ansiedade para te impulsionar a seguir na busca do seu bem estar e evitar o sofrimento em sua vida atual e nos relacionamentos do futuro. Procure usar o seu tempo com objetivos claros e definidos. Busque um propósito em cada área da vida. A sexualidade é importante mas lembre-se das outras áreas que precisam de atenção. Fazer metas diárias e cumprí-las vai focá-lo em novos desafios. A terapia vai te ajudar a fazer metas e apoiá-lo . Mas você precisa persistir no seu propósito. Se conseguiu uma vez evitar o comportamento indesejado vai conseguir novamente e assim sucessivamente um dia de cada vez.
Espero ter ajudado,
Psic. Maria Nair

Maria Nair Psicólogo em Curitiba

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