Como faço para que alguem não se incomode com meus vicios?

Feita por >Junior · 21 jun 2023 Abordagem psicológica

Olá, eu estou com uma pessoa a 7 anos, e a 8 meses moramos juntos, quando eu a conheci já usava maconha, porem um uso bem bem bem esporádico, mas depois de uns dois anos juntos, eu comecei a ter mais contato com a erva na faculdade. e assim foi, quando eu falei pra ela foi muito tenso, tenso mesmo, porem estamos juntos ainda, mas com uma sensação que esse tema é um tabu entre nos entende? tipo eu finjo que não uso e você finge que acredita.... e não tocamos no assunto, e isso me deixa agoniado pois acho que estou a enganando, ou algo do tipo, eu não fico confortável em tocar nesse assunto com ela, ou qualquer coisa que seja relacionado. Literalmente eu tenho um bloqueio.

Hoje estamos bem, porem eu tenho um vicio de fumar maconha, como todo começo é sempre de vez em quando, mas hoje eu fumo diariamente, tenho meus horários e locais, locais esse no qual eu tento ser o mais discreto possível, seja por horário ou por pessoas próximas.

Tenho consciência que tenho o vicio e não quero para, uso diariamente, mas não excessivamente me controlo em 1 por dia entre uns tragos e outros! Não posso dizer que só me trouxe problema até porque não, o fato de eu ser restritivo e também estar rodeado de pessoas que não usa eu encontrei o equilíbrio de fumar "Literalmente" antes de ir para a academia e isso me ajudou a eliminar 25kg e ficar focado na academia e no meu corpo, antes eu pesava 100 quilos, me ajuda no foco, mas isso é de pessoas para pessoas....

Enfim, voltando ao relacionamento, eu e minha mulher moramos juntos. Hoje ela sabe que eu fumo, foram muitas conversas, brigas e discussões até chegar em uma situação que é a seguinte:

Eu fumo e fico pensando nela em que estou a machucando, enganando e me faz muito mal. E quando eu percebo que ela sabe que eu fumei (vestígio) sinto que ela muda comigo, fica mais reservada, e isso fica um racho entre nos dois, não queria que fosse assim, hoje eu tenho uma cabeça diferente sobre a canabis e para mim é algo "normal". só que sei que para muitos não é, como também não era pra mim.

Nos amamos bastante, mas temos muitas coisas diferentes como esse vicio, gostos musicais, comportamento, bagunças, entre outros. Porem reforço que nos amamos muito e "tentamos" minimizamos essas diferenças. Mas fico pensando que poderia ser diferente se tivesse outras pessoa na mesma conexão que eu!

Eu só queria poder ficar tranquilo com essa questão do vicio, queria poder usar e não ficar pensando nisso, ter uma vida normal, pensar em outras coisas, quebrar esse tabu.

Eu juro que tento priva ela ao máximo, mas as vezes escapa.. eu sou feliz, mas sinto que não por inteiro, será que eu deveria procurar alguém que tenha a mesma compatibilidade que eu? Ou a vida é assim mesmo, não podemos ter tudo que queremos e temos que nos moldar?

Obrigado por me ouvir, sei que o melhor é a terapia presencial, mas ouvir algum profissional já ajuda.

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A melhor resposta 27 JUN 2023

Olá, Junior,
como vai?

Pelo que você diz, você possui o hábito de consumir maconha e sente que, excetuando-se a incompatibilidade com sua mulher, isto não está lhe prejudicando. Por que então chamar de vício?

Como é fácil de perceber, o campo da psicologia não é imune ao alarmismo e ao moralismo que vigoram na sociedade brasileira como um todo.

No momento em que você sentir que o uso da maconha lhe prejudica, no momento em que você desejar reduzir ou parar o consumo, é possível buscar uma terapia para lhe ajudar a compreender sua relação com a substância e como modificar ela.

Mas me parece, por seu breve relato, que sua demanda atual não tem a ver com isso, mas com a incompatibilidade de pensamento e estilo de vida entre você e sua mulher. O que é errado para ela, não é errado para você, e dado que o tópico em questão envolve sua própria vida, isso se torna um problema. Basta fazer a pergunta: o uso da maconha seria uma questão para você caso você estivesse solteiro ou com uma pessoa que pensasse como você?

Dito isso, acho que você só teria a ganhar fazendo uma terapia em que pudesse se questionar com maior profundidade sobre sua atual relação amorosa, seu sentimento de culpa e o que mais lhe angustie.

Só tome cuidado para não cair em um psicólogo que reproduza os mesmos preconceitos que já lhe fazem sofrer hoje.

Fico à disposicação,

Tiago Macedo Psicólogo em São Paulo

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25 JUN 2023

Olá Junior, espero que esteja tudo bem com você!

Junior, em se tratando de consumo de substâncias qua alteram de alguma forma nosso comportamento, sejam elas lícitas (cafeína, álcool) ou ilícitas, o convite é sempre o de tentar rever hábitos e consumos, se possível cessando seu uso por completo, e experimentando um pouco a vida de uma outra forma. Fazendo uma analogia, é como se atualmente, com esse consumo, você estivesse em uma das margens de um rio, e conhecesse apenas essa margem. Cessar o consumo vai te permitir atravessar para a outra margem, e experimentar um pouco de uma outra realidade, talvez a que sua esposa vivencie, e isso pode te trazer insights e compreensões valiosas sobre a Cannabis e seu uso. É importante mencionar que, dentro em breve, acredito fortemente que essa planta vai ser largamente utilizada no sistema de saúde, incluindo o SUS, para diversos tipos de tratamento, tais como ansiedade, depressão, estresse pós traumático, alzheimer, parkinson, esclerose múltipla, epilepsia, dentre muitos outros. Esse tipo de informação é interessante de ser compartilhada com sua esposa. Procurem informações desse tipo, em fontes científicas, para que vocês possam dialogar sobre o assunto, e tentar estabelecer uma comunicação não preconceituosa sobre a Cannabis. Porém, é importante mencionar que esse é um uso terapêutico, a partir da extração do óleo, com plantas advindas de um sistema controlado de plantio, o que é muito diferente das plantas consumidas e comercializadas de outras formas, que até mesmo podem conter outras substâncias nocivas que desconhecemos. Deixo a reflexão sobre o que é mais importante para você: seu autoconhecimento e crescimento pessoal a partir da experiência de novas perspectivas, o que pode te ajudar em seu relacionamento? Ou a manutenção de um comportamento e de um estado que você já conhece, e que já está habituado? Enquanto profissional de saúde mental e emocional, considerando seu relato, eu te convido a conhecer o outro lado do rio, e ampliar sua visão. Depois, se acaso retornar para essa margem, você pode até rever suas práticas e ter uma outra concepção sobre o consumo e sobre a planta em si, o que pode te beneficiar, e também beneficiar seu relacionamento. Se sentir necessidade de aprofundar o tema, e de obter um auxilio mais especializado, o profissional de Psicologia é o mais indicado.

Espero ter te ajudado, e desejo que tudo fique bem.

Um abraço!

Clóvis Neto - Psicólogo Clínico CRP 17/1518

Clóvis Leite Psicólogo em Natal

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23 JUN 2023

É louvável que você tenha reconhecido seu vício e esteja buscando maneiras de lidar com ele. É importante lembrar que cada pessoa tem sua própria relação com as substâncias e que aquilo que funciona para um indivíduo pode não funcionar para outro. O uso da maconha pode ter diferentes impactos nas pessoas e nos relacionamentos, e é necessário considerar as dinâmicas específicas do seu relacionamento e da sua situação.

Comunicar-se abertamente com sua parceira é fundamental. É importante que vocês tenham um espaço seguro para falar sobre suas preocupações, sentimentos e perspectivas em relação ao uso da maconha. Isso pode ajudar a construir uma compreensão mútua e a buscar soluções em conjunto.

Reflita sobre como o uso diário da maconha está impactando sua vida e se está interferindo em seus objetivos, bem-estar, relacionamento e felicidade a longo prazo.

Buscar terapia individual ou em casal pode ser uma ótima opção para trabalhar essas questões de forma mais aprofundada. Um psicólogo poderá ajudá-lo a explorar suas motivações para o uso da maconha, identificar possíveis gatilhos emocionais por trás do hábito e desenvolver estratégias para lidar com o vício de maneira saudável e sustentável.

Quanto à ideia de procurar alguém que tenha a mesma compatibilidade que você, é importante lembrar que nenhum relacionamento é perfeito, e sempre haverá diferenças entre as pessoas. O diálogo aberto, a compreensão mútua e o comprometimento são fundamentais em qualquer relacionamento. Antes de tomar decisões drásticas, é importante explorar todas as possibilidades de comunicação, compreensão e apoio mútuo dentro do seu relacionamento atual.

Esteja aberto a novas perspectivas e comprometido com o autocuidado e o bem-estar tanto seu quanto do seu relacionamento.

Naiara Trichez
Psicóloga Clinica
CRP: 12/23883

Naiara Nadir Trichez Psicólogo em Joinville

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23 JUN 2023

Olá, Junior!

De fato o uso de drogas ilícitas é um tabu na nossa sociedade, nossa cultura em geral possui uma perspectiva alarmista e moralista do uso de substâncias que alteram nosso estado de consciência - este é um ponto.

Como você relata, Junior, sua relação atual com a maconha é de consumo cotidiano, e sua companheira não compartilha dessa vivencia, nem se sente confortável com seu uso, que, como você descreveu, ao conhecê-la era esporádico, porém nesses 7 anos veio em um crescente. Pelo que percebo no seu relato, sua companheira não apresenta perspectiva de adequação à sua relação com a maconha, e venhamos e convenhamos, ela não é obrigada a se adaptar, concorda? Tanto como você também não pode se sentir obrigada a deixar algo por ela etc.

Contudo, como sua consciência te diz, você omite a informação do uso pra ela, pois ela não gosta que você fume, ao menos fume o tanto que você faz de uso diário, e essa omissão da sua verdade, do seu hábito, do seu desejo por fumar maconha cobra na sua consciência com esse peso de estar enganando e escondendo algo dela - esse "peso na consciência" é um ótimo sinal do quanto você gosta dela, a respeita, a considera, é um sinal de consideração por ela.

No pouquíssimo que pude sentir da sua situação pelo relato acima, Junior, provavelmente nem você parará de fumar maconha nem sua companheira aceitará 100% essa condição, então:

a) A situação ficará cada vez mais insustentável, seja para ti por omitir sua verdade, seja para ela por não aceitar essa verdade.
b) Vocês terão que encarar o fato que há algo inconciliável entre vocês, se esse desencontro é a tal ponto que essa relação não se manterá, só o tempo e os acontecimentos futuros dirão.

Se for do interesse de ambos sugiro que façam uma terapia de casal para abordar a questão que você traz, Junior.

Fico à disposição para eventual aprofundamento,
Um cordial abraço,
Bruno.

Bruno Souza Marques Psicólogo em Rio de Janeiro

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23 JUN 2023

JUnior,
Problema todo é que ela te quer por inteiro, mas quer voce e voce não está sendo voce. Voce está sendo comandado por outros, voce está dependente e ela questiona esta tua dependencia.
Enquanto permanecer dependente de alguém, mesmo que sendo de maconha, voce não é livre, não é dono da sua vida e logicamente se relacionando com ela, ela percebe esta divisão contigo mesmo.
Quer manter este vício, mantenha, mas saiba que voce não é livre... é um comandado.
Voce julga que é voce que manda na droga, mas não vive sem ela.
O que voce quer através da droga? Pois tenha a coragem e seja o que quer ser, sem a droga.

Abraços

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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22 JUN 2023

Olá Junior! Obrigado por se colocar. Simples: pare de usar maconha!
Abraços! A Covid e a Dengue estão vigentes: sejamos cuidadosos. A maior parte dos políticos não são confiáveis. Dentre os religiosos, há muitos que se dizem religiosos, mas na verdade, são falsos: querem é dinheiro. Fazem teatro para enganar os descuidados. Os meios de comunicação não são neutros, mas aqueles que apresentam tradição de muitos anos ou recebem o selo educativo/cultural, e não estão a serviço de alguma seita religiosa, são razoáveis. Tenha sabedoria para filtrar. A Ciência não é perfeita, mas como fez o avião, a geladeira, o rádio, o celular, faz as vacinas. Confie na Ciência! Vacine-se, vacina as crianças.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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