Como fazer para conviver com um pai que não suporto nem ouvir a voz?

Feita por >Erika · 31 mar 2022 Terapia familiar

Não consigo nem ouvir a voz do meu pai que já me causa um desconforto horrível. A presença então?? insuportável estar ao lado dele. Sempre foi muito agressivo com palavras e atitudes, causando muito medo em mim e minhas irmãs. Xingamentos como puta e vadia, desde muito menina. Quando ele chegava em casa implicava com tudo, desde o modo de sentar, falar ou brincar. Minha mãe pedia que fossemos para o quarto brincar, e ainda assim ele ia até nosso encontro dizer que estávamos rindo da desgraça dele. Crianças de 5 a 8 anos ouvindo isso?? Hj percebo o tanto que ele era inconsequente nessas atitudes, mas na época eu só tinha medo. Me tornei uma pessoa muito agressiva e na defensiva, pq qq coisa eu acho que alguém vai tb querer me agredir de alguma forma. Ele não nos apoiou nos estudos, e qdo começamos a ter namorados (eu e minhas irmãs) ele dizia para os namorados que homens são galinhas e traem mesmo. Lamentável de vdd ter passado por isso. Não moro na mesma cidade que ele pq fiz concurso em outra cidade, e ele faz questão de comentar que abandonei a família. Sério?? Isso é família?? Confesso que já desejei muitas vezes não ter tido um pai como ele, pq a presença dele me trouxe enormes traumas e feridas e ainda hj ele faz questão de querer me diminuir pelas minhas conquistas. Acho-o dissimulado, frio, grosso e hipocrita (fala de Deus e família, mas maltrata e humilha nós todos desde sempre). Sinto muita pena dele, mas amor e vontade de estar junto, não. Agradeço pela vida que me deu, nada além disso. Como lidar com tantas dores e indiferença? Normal não suportar nem querer algum tipo de contato?

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A melhor resposta 3 ABR 2022

Olá Erika, espero que esteja tudo bem com você!

Ainda temos a ideia romantizada de que devemos fazer de tudo pela nossa família, e devemos aturar tudo de nossa família aconteça o que acontecer. A luz da verdade, é dentro da família que encontramos grandes desafios em nossas vidas, que nos colocam a prova ao longo do tempo, e nos convidam a evoluir continuamente. Porém, essas relações familiares muitas vezes, pois não é algo incomum, nos causam muita dor e sofrimento, e acabam deixando marcas profundas em nosso aspecto emocional e mental, o que acaba afetando diversos setores em nossas vidas. Nós não merecemos, em nenhuma hipótese, passar por isso continuamente, e por isso, em muitos casos, a justiça tem que agir para que aquela criança seja retirada do contato familiar. Então, para as relações familiares, também é preciso estabelecer um limite saudável de convivência. O que se pode observar é que se existe a intenção das duas partes envolvidas em conflitos melhorarem, isso é muito bom, mas caso apenas uma das partes esteja disposta a mudar e melhorar, a outra parte fica isolada em sua tentativa de promover uma melhora na relação, e uma mudança fica inviável. A melhor forma de lidar com a dor e com a indiferença, é tratando dessa ferida com um profissional de Psicologia, e entendendo que a mudança do outro não depende de nós, e nada está relacionada conosco, mesmo sendo uma relação familiar. Neste ponto, cabe enxergar as coisas como elas são, ou seja: meu pai pode mudar? Não? Então não preciso ficar mais me frustrando com nada, pois ele (a outra parte), não está disposta a mudar, e eu não tenho como controlar isso. Se houver abertura para um diálogo franco e aberto, isso pode ser tentando. Mas o que vai contar mesmo são as ações dos envolvidos. Por isso, diante do que você relatou, ao você não querer contato, você está apenas se protegendo e protegendo seu desenvolvimento pessoal e sua qualidade de vida, emocional e mental, de possíveis situações que poderiam te causar algum tipo de dano. Ao meu ver, o sentido de proteção a ameaças é inerente a natureza, de maneira geral, e visa a manutenção da própria vida. Desta forma, você está cuidando da própria vida, e de seus descendentes, e isso não significa dizer que você nutra ódio ou outro sentimento similar por seu pai. Apenas que, no momento, você prefere conduzir suas ações para uma manutenção da sua vida, ao invés de se submeter a algum tipo de agressão.
Existe uma frase que gosto muito, que nos leva a refletir sobre situações deste tipo. "Existem pessoas que cabem em nossos corações, mas não cabem em nossas vidas."

Espero ter te ajudado, e desejo que fique bem!

Um abraço!

Clóvis Neto - Psicólogo Clínico CRP 17/1518
(Atendimentos On-line)

Clóvis Leite Psicólogo em Natal

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4 ABR 2022

Erika
Entendo a sua decepção, a sua mágoa a sua raiva por tudo isso, mas entenda uma coisa: não estamos aqui por acaso; estamos aqui para aprender, para nos corrigir, sanear, compreender e amar.
Você não está entendendo o que está acontecendo consigo mesma,
você não está entendendo porque seu pai a trata dessa forma, contudo, tudo é consequência, resultado do que aconteceu anteriormente... está colhendo o que você mesma semeou.
Foi você mesma que escolheu nascer dessa pessoa porque tinha uma dívida com ele para resolver e a única forma de fazer foi nascer dele, nesta existência.
De nada resolve você estar trabalhando e vivendo em outra cidade... você precisa curar seu coração, precisa da paz, precisa do perdão, precisa aprender a amar.
O que aconteceu consigo mesma e com esta pessoa que hoje é seu pai, na outra existência???
É isso que precisa resolver.
Precisa fazer REGRESSÃO para compreender e resolver o que ficou para ser resolvido na outra existência.
Não terá paz e nem sucesso profissional enquanto não sanear esta questão com esta pessoa que hoje é seu pai.

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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1 ABR 2022

Oi Érika,
Sinto muito por tudo que passou na infância. Todos os traumas vividos ao longo da vida, infelizmente vão sempre estar presente, mesmo que mudamos de cidade, de país ou simplesmente da mesma casa.
É fundamental buscar a psicoterapia para falar das feridas e das dores que deixaram marcas profundas. Por tudo que já passou, não se permita sentir culpa por não querer nenhum tipo de contato. A terapia irá te ajudar a entender e organizar todos esses conflitos.
Fico a disposição, caso queira se aprofundar.
Um abraço.
Rute Martins - Psicóloga clinica

Rute Martins Psicólogo em São Paulo

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1 ABR 2022

Olá Érika! Grato por escrever. Esse tipo de experiência, não raro, é muito doloroso. Você precisa contar com ouvido especializado que possa te ajudar a elaborar tua história, contendo esse aspecto, mais sendo, certamente, muito maior do que ele. Lembre-se: quem perdoa, a rigor, perdoa a si mesmo, pois não fica sofrendo repetidamente o prejuízo causado pelo outro.
Será bastante interessante você contar com a assessoria científica de um psicólogo para organizar tua história, integrando o todo, de forma que essa parte seja educativa, mas não se sobreponha à essência. A essência envolve harmonia interna, leveza.
Abraços virtuais (em tempos de pandemia verdadeira, de maioria de falsos políticos, de grande maioria de falsos religiosos (atores, comerciantes da fé, opositores do conhecimento), até de alguns falsos cientistas, sigamos recomendações de instituições como: Anvisa, TVs Educativas, Universidades Públicas, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Organização Mundial da Saúde!)
Vacine-se! Vacine as crianças! Pondere o uso de máscara! Mantenha proximidade afetiva com distanciamento físico.

Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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1 ABR 2022

Olá
Mesmo não querendo nenhum tipo de contato, talvez o passado ainda se torne presente por meio dessas feridas, não? Mesmo que você se afaste, o que não vejo nenhum problema, também não sei se isso apagaria todo o sofrimento que você passou. Recomendo que considere buscar um psicólogo que te ajude a encarar essas feridas emocionais e faze-las cicatrizar da melhor forma possível.

Eloisa Goronci Psicólogo em Vila Velha

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