Você sabe o que é ser intersexual?

Também conhecida como hermafroditismo, a intersexualidade necessita ser tratada com delicadeza. É normal hoje em dia que os pais esperem a criança crescer e decidir sobre sua condição.

25 JAN 2017 · Leitura: min.
Você sabe o que é ser intersexual?

Quando se fala em gênero e sexualidade, há um termo que quase nunca é abordado. Nos referimos às pessoas intersexuais, como agora são conhecidos os casos de hermafroditismo. Mas, você sabe o que significa ser intersexual, ou ainda como fica a questão do desejo nesses casos?

Normalmente, uma pessoa tem o sexo definido desde o nascimento graças à presença de um órgão sexual feminino ou masculino. No entanto, há casos em que isso não acontece, e a pessoa nasce com os dois sexos ou com uma genitália indefinida.

Na medicina, fica caracterizado um quadro de hermafroditismo, uma condição causada, na maioria das vezes, por uma mutação genética. O mais habitual é que a pessoa tenha ambos os órgãos sexuais, porém, apenas um deles é funcional.

Desse modo, um intersexual precisa ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar. Isso para que o quadro seja avaliado e que sejam feitas as correções funcionais necessárias para garantir o correto desenvolvimento da criança.

Até alguns anos atrás, o costume era o de realizar uma cirurgia para preservar o sexo dominante, completando o tratamento com hormônios. Hoje, a abordagem é mais cuidadosa, sendo recomendado, inclusive, esperar para que o próprio intersexual possa opinar e decidir.

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Intersexual x transexual

Uma das diferenças entre um intersexual e um transexual é justamente esse "defeito" na formação da genitália. O transexual tem o sexo perfeitamente formado desde o nascimento, mas quer ser reconhecido e aceito como alguém do sexo oposto. Acaba recorrendo a hormônios e à cirurgia de redesignação sexual para concretizar seu desejo.

Já o intersexual precisa corrigir essa indefinição de nascença para confirmar seu sexo biológico.

Riscos de inadaptação

Os casos de intersexualismo não são muito frequentes, mas precisam ser encarados com delicadeza. Não se trata apenas de decidir o sexo biológico, optando pelo que é dominante.

questões de identidade de gênero envolvidas e não são raras as situações em que a pessoa é submetida a uma cirurgia corretiva, mas depois manifesta comportamentos que a afastam do gênero previsto.

Uma decisão rápida, para "facilitar" a adaptação social desta criança, pode provocar problemas posteriores. O mais aconselhável é viabilizar um acompanhamento psicológico para que todas as questões sejam consideradas, tanto o aspecto anatômico e funcional do sexo, como as questões de desejo e identificação. É indispensável que seja realizado acompanhamento psicológico e médico especialistas no tema para os pais, familiares próximos para criança. Além de requerer intervenção futura e o acompanhamento ser necessário no processo de construção e identificação de seu gênero, os familiares necessitam gozar de saúde mental e emocional afastando dúvidas, questionamentos e medos para que possam propiciar uma dinâmica familiar satisfatória para o desenvolvimento.

Fotos: por MundoPsicologos.com

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Comentários 14
  • JARBAS CÉSAR

    Muito boa a informação. Simples e direta.

  • Julianna Albuquerque

    Esse texto está cheio de erros! Primeiro: falar que intersexualidade é também conhecida como hermafroditismo é completamente errado. Hermafroditismo é um termo que já foi abandonado por ser inadequado e pejorativo! Além disso, esse termo significa nascer com os órgãos genitais feminino e masculino, e a intersexualidade vai muito além. Não são todos os casos que a pessoa vai ter ambos os órgãos genitais. Pode ser uma alteração cromossômica sem causar alterações físicas, pode ser alteração hormonal que faz a pessoa passar a apresentar os caracteres sexuais opostos ao órgão genital como o qual ela nasceu (ex.: a pessoa nasce com uma vagina, mas no seu organismo está circulando hormônios masculinos e ela passa a desenvolver pelos corporais e faciais, ganhar maior massa muscular, etc.). Segundo: o restante do texto inteirinho só se refere às pessoas que nascem com os órgãos sexuais femininos e masculinos. Fica clara a desinformação da pessoa que escreveu, já que existem pessoas intersexuais que não vão nascer com nenhum sinal físico que confirma que elas são intersexuais. Terceiro: na comparação entre intersexuais com transsexuais tem dois erros: 1- falar que os transexuais "querem escolher" se identificar com o gênero oposto é um descabimento; 2- fala que o intersexual precisa "corrigir" a indefinição de nascença para definir o sexo biológico. Meus olhos doem de ler esse texto, ele é um total desserviço para a sociedade.

  • André Luis de santana Santos

    "...quer ser reconhecido e aceito como alguém do sexo oposto." Classificar isso como escolha e não como condição é um total desrespeito e desserviço como profissional de saúde que oferece e ode estar oferecendo tratamento a pessoas trans. Tratar isso como uma opção é culpar as pessoas trans das diversas barreiras e violências a que são submetidos.

  • Nani

    Que lindo Sueeden pena não ter dado certo...com essa sensibilidade tão linda, mereciam ficar juntos. Eu escolheria você. Um forte abraço

  • Maria de Fátima J.vilela

    Parabéns ao cavalheiro Sueeden! Emocionante a sua história descrita neste post! Hoje em dia são raríssimos casos assim, de respeito e generosidade!

  • Júlia Gomes

    Gabrielly Cristine, sou apenas uma estudante do ensino médio, mas, até onde sei, XXY e XYY são anomalias genéticas bem raras, acredito que não têm nada a ver com transsexualidade e identidade de gênero. XXY é a síndrome de Klinefelter, onde basicamente a pessoa nasce com órgão sexual masculino e desenvolve seios. A pessoa XYY é conhecida como supermacho e a anomalia não é muito evidente fisicamente, o menino só cresce acima da média e talvez tenha problemas em se relacionar com as pessoas. YYY não nasce, e XXX, ou superfêmea (síndrome de turner) a mulher tem um comportamento temperamental, baixa estatura e e seios que não se desenvolvem muito. Acho que você deve procurar ajuda de algum psicológico para saber o que falta ;).

  • Caio Masi

    Parabéns, matéria bem explicada! Gosto de ler e entender os tópicos, cultura e educação fazem um país muito melhor! Att;

  • Gabrielly Cristine

    Eu sei que talvez você ou vocês não tenham essa resposta, talvez ninguém tenha, mas existe algum trans que ao invés de mudar só para X ou Y, se visse na verdade como XXY ou XYY? Me sinto assim de certa forma, meu corpo é completo, mas falta algo nele, não quero mudar ele para um ou outro, não parece certo, é como se eu não estivesse totalmente completa ou completo, em resumo, não acho que sou um homem, mas não sou só uma mulher...

  • Domingos da silva

    Gostei do assunto muito esclarecedor eu não sabia nada sobre este assunto

  • Maria das gracas alves

    Interessante! ...texto bem explicado,abordado por profissionais e outra coisa!acabei de ler um muito confuso!...como o texto fala não e comum acontecer,e preciso diagnostico médico,parecer medico!e vocês deixam claro que para intervir de alguma forma e necessário aguardar!...já tinha ouvido especulações sobre países que os pais estão deixando a criança decidir oque quer ser!..e já adiantavam o processo com tratamentos hormonais! E isso assustas os mais tradicionais e religiosos cristãos. Parabéns pela explicação.


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