Por que devemos evitar nos sacrificar por amor

O amor é entrega, verdade? Mas onde está o limite? Realmente é recomendável se sacrificar pelo bem da relação? Veja a seguir o que dizem os especialistas sobre o assunto.

3 DEZ 2018 · Leitura: min.
Por que devemos evitar nos sacrificar por amor

Uma relação de casal não perdura se ambos não estão preparados e dispostos a ceder. Faz parte da dinâmica da convivência, sendo indispensável para que ambos se sintam cômodos, satisfeitos e representados. Porém, as renúncias continuadas acabam por desgastar a convivência, abalando as estruturas da relação e de si mesmo quando o ato de ceder pode motivar questionamentos a seu respeito. 

Onde está o limite? Saber quando lutar pelo que você deseja e acredita dentro do relacionamento não se trata de falta de romantismo, mas de um compromisso com a sua própria individualidade. A pessoa que associa os sacrifícios pelo parceiro/a a uma atitude de amor sincero, de dedicação, não demora a sentir o peso de tanta renúncia.

Cada vez que ela abre mão de algo importante, acaba se afastando um pouco mais da sua essência, algo que, a longo prazo, é fonte de sofrimento e frustração. Daí a importância de compreender o risco de fazer sacrifícios em nome do amor.

De acordo com psicólogos especializados em casais, é fundamental que seja feita a devida diferenciação entre compromisso e sacrifício. O primeiro gera vínculo, é equilibrado, pois significa que ambos estão apostando, investindo em partes iguais. Já o segundo, alimenta uma dívida emocional, que prejudica bastante o relacionamento.

Quando você se esforça para se adaptar a mudanças de planos de última hora, quando você se empenha para fazer algo que não domina ou com o qual não se sente confortável, quando você prioriza o desejo do outro, está se “sacrificando” pelo casal e isso tem, sim, um custo emocional. Se o parceiro/a não reconhece esse empenho, você acaba sendo um duro golpe para a sua autoconfiança e para a expectativa depositada no relacionamento.

A abnegação sem limites não é saudável, e normalmente esconde uma autoestima fragilizada. A pessoa sabe que não há retribuição à altura do que espera, mas por insegurança e dependência emocional, acaba permanecendo no mesmo lugar, apesar de estar insatisfeita.

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Nem tudo vale quando se trata de amor

É normal fazer concessões para estar com a pessoa que você gosta. Sem eles, dificilmente sairíamos da fase inicial de convivência. Esta capacidade de adaptação é o que permite conhecer melhor o parceiro/a, dar tempo para perceber a essência desta convivência e descobrir se, realmente, você está disposta a apostar ou não pelo relacionamento.

Porém, há sacrifícios que não são admissíveis e nunca deveriam ser cogitados, especialmente aqueles que significam ir contra seu próprios valores. Por trás do sacrifício, há um desejo de que o outro seja capaz de fazer o mesmo; quando isso não acontece, acaba sendo motivo para passar fatura ou dar início a uma etapa de chantagem emocional.

De quem é a culpa quando isso acontece? Pois, em grande medida, da pessoa que escolheu dar demais e exigir o mesmo. Para que isso não aconteça com você, veja uma lista de coisas às que você nunca deveria renunciar por amor:

  • conviver com seus amigos e familiares
  • ter um tempo livre só para você, para fazer aquilo que você gosta
  • investir na sua carreira ou nos seus estudos
  • cuidar da sua saúde física e emocional
  • seus sonhos
  • os valores que são importantes para você e que te definem como pessoa

A formação de um casal não se trata da fusão de duas personalidades. Embora exista troca, para um relacionamento ser vivido de maneira prazerosa e oferecer perspectivas futuras, este simples conceito deve ser de vital consciência de ambos. Vale ressaltar que sempre que é feito um pedido de concessão ou sacrifício por um dos parceiros seguido de ameaças de término e abandono, é hora de refletir sobre manipulação e relacionamento abusivo. Se questione "o que me mantém nessa relação?".

Não deixe de procurar apoio profissional caso você sinta que nessa reflexão o saldo negativo for maior que o positivo. Antes de amar alguém e flexibilizar concessões, a pessoa que mais precisa que você esteja bem é você mesmo e, nesse sentido, seus valores e amor-próprio sempre deverão estar em primeiro, segundo e terceiro lugar na sua vida. Antes de mais nada! 

Fotos: MundoPsicologos.com

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Comentários 4
  • Sandro

    Muito bom...ajudou muito.. tirou muitas dúvidas ..

  • Ilana Clara

    É importante sim o casal possuir amor próprio como seres humanos, e na maioria das vezes ele pode ser confundido com o egoísmo e principalmente o narcisismo, praticado por uma geração doente, o que acaba distorcendo sobre,o que é realmente o amor próprio. Pois não existe nenhuma maneira de amar alguém sem se amar primeiro, ao possuir este sentimento, você acaba amando melhor o seu parceiro, e te previne de entrar em um relacionamento abusivo, mas sim manterá seu relacionamento saudável e estável. Então antes de amar alguém, procure se amar de fato, se conhecer, saber seus princípios, e então quando encontrar uma pessoa de que goste, você não construirá uma dependência por ele, mas sim irá ama-lo pelo que ele é. E sim quem quer se casar, primeiro se ame, tenha amor próprio consigo mesmo, um casamento sólido e feliz entre ambas as partes necessita sim de amor próprio, com ele você cederá o necessário mas sem transformar o seu relacionamento em algo tóxico, não caiam nessa de que casamento não precisa de amor próprio, imagine se tudo o que você tiver vontade de fazer para te agradar a todo momento, você efetuasse, como comer algo que não te faz bem, precisa-se haver equilíbrio, não seja um carrasco de si mesma, se ame e se valorize, de forma saudável e correta. O amor próprio é sim compatível com um casamento a longo prazo, as famílias estão senso destruidas justamente por falta dele, não caiam nessa, casar é ceder mas ceder com equilíbrio, amor não é ceder a todo momento, isto se chama dependência emocional, por favor façam terapia e não caiam nessa cilada. E muita das vezes com esta atitude de efetuar para manter o relacionamento vivaz, você acaba tornando o relacionamento superficial, nunca irá se aprofundar com o seu parceiro cedendo o mundo a ele, isso se chama insegurança, e medo de abando, o que acaba sendo contraditório, pois um mecanismo de defesa que é ativado para evitar um certo medo, é que acaba acelerando o que mais você teme, se cuide, estude, e aprenda sobre si mesmo, e se você não consegue se amar, ou está presa em um próprio achismo de sua mente, sobre não necessitar de amor próprio no casamento, é melhor não se casar, nem ter filhos, é nem amigos, pois amar-se é ser feliz por quem você é, o que acaba atraindo mais pessoas para perto de você, e o contrário só irá lhe trazer frustrações, pois talvez essa procura desesperada de ser amada, talvez seja para preencher algo que falta em você, então o ditado "o corpo fala" é pura verdade, recomendo ficar um pouco consigo mesmo antes de entrar em um relacionamento, se encontrar, para assim poder usufruir de um verdadeiro amor, pois ele não existe somente em conto de fadas, mas está em nós, e possui o poder de se espalhar, e assim multiplicar. Quer ser mesmo incompatível com alguém, não se ame, e ceda a todo momento, criando assim uma dependência, e se case com ele ou ela, pois a longo ou a curto prazo você obterá os resultados desta situação.

  • Vitor

    Se sacrificar esperando algo em troca é pedir para sofrer, sim, por isso o sacrifício deve ser feito justamente não esperando reciprocidade alguma. Perceba, por exemplo, que quando você vê uma pessoa fazendo algo esperando que você faça algo para ela, em geral, você já fica com um pé atrás, já fica relutante em ter que retribuir. Entretanto, é diferente quando o sacrifício é abnegado. Quando o marido, por exemplo, faz um jantar esperando "benefícios" mais tarde, via de regra, a esposa percebe esse movimento e já desanima, pois sabe que há interesse por trás daquela conduta. Só que se o marido faz o mesmo jantar sem esperar algo em troca – por amor – esse ato é interpretado de maneira diferente pela esposa – e provavelmente mais tarde terá "benefícios", só que dessa vez a motivação será em retribuir um ato de amor do parceiro, e não um ato interesseiro. Outra coisa: essa história de amor-próprio... Isso é próprio da modernidade. Você conhece alguém que vive feliz com o seu parceiro a mais de 30 anos e que pratique o amor-próprio? Pergunte para os seus avós ou para pessoas mais velhas se o amor-próprio é uma das bases da relação. A sugestão que eu dou é a seguinte: quer viver o amor-próprio? Então não se case, porque ele é incompatível com um relacionamento a longo prazo – basta olhar a realidade.

  • Ione

    Perfeito ❤️ Disse tudo em que eu acredito!

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