Conheça a síndrome da alienação parental

Em uma época em que as novas constituições familiares estão mais presentes, o número de casais que se divorciam aumentou em grande escala.

19 JAN 2017 · Última alteração: 20 JAN 2017 · Leitura: min.
Conheça a síndrome da alienação parental

A decisão de um casal em se separar deveria ser tomada de uma maneira muito madura, porém, infelizmente, na maioria dos casos nem sempre é assim. Muitas vezes o fim do casamento é marcado por mágoas, trocas de ofensas e outras formas para humilhar ou enraivecer um dos parceiros, devido a ressentimentos na relação. Essas atitudes prejudicam a todos os envolvidos, principalmente as crianças e os adolescentes.

A criança como ser em desenvolvimento necessita de um ambiente acolhedor e harmônico para possa crescer de maneira saudável. O ambiente familiar é o primeiro ambiente socializador de todo indivíduo, é nesse ambiente que o indivíduo passa a exercer papéis fundamentais no decorrer de toda a sua trajetória. A função de pai e mãe deve ser exercida mesmo que não aconteça sob o mesmo teto. Quando os pais se separam, a criança ou adolescente enfrenta o medo e a ansiedade, de sofrer consequências negativas que podem surgir de um lar desfeito.

A Síndrome da Alienação Parental (SAP) é caracterizada quando o genitor quer se vingar do ex-cônjuge tentando fazer com que o outro genitor se submeta às suas vontades, ou então se afaste dos seus filhos. O fenômeno acontece quando um genitor usa seu filho contra o outro genitor. Grande parte dos casos refere-se ao detentor da guarda do filho menor.

Essa alienação pode perdurar por anos seguidos, com graves consequências de ordem comportamental e psíquica. Além de maldizer algumas atitudes, também caracterizam alienação parental:

  • Transformar a criança em espiã da vida do ex-cônjuge;
  • Obrigar a criança a optar entre a mãe ou o pai, ameaçando-a das consequências, caso a escolha recaia sobre o outro genitor;
  • Apresentar o novo companheiro à criança como seu novo pai ou mãe;
  • Criticar a competência profissional e a situação financeira do ex-cônjuge;
  • Organizar diversas atividades para o dia de visitas, de modo a torna-las desinteressantes ou mesmo inibi-las;
  • Não comunicar ao outro genitor fatos importantes relacionados à vida dos filhos (rendimento escolar, agendamento de consultas médicas, ocorrências de doenças, etc);
  • Viajar e deixar os filhos com terceiros sem comunicar o outro genitor;
  • Fazer comentários inconvenientes sobre presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gênero do lazer que é oferecido ao filho pelo ex-cônjuge;
  • Dar em dobro ou triplo o número de presentes que o outro genitor oferece à criança;
  • Sugerir à criança que o outro genitor é uma pessoa perigosa.

Consumada a alienação, tem lugar então a síndrome da alienação parental, sendo que as sequelas de tal processo patológico comprometerão, definitivamente, o desenvolvimento normal da criança. Como a criança é levada a odiar o outro genitor, acaba perdendo um vínculo muito forte com uma pessoa que é tão importante quanto a outra que a fez perder esse vínculo, ou seja, se foi o pai ou a mãe quem fez perder o vínculo a perda será de grande importância, com consequências para si quanto para o pai ou mãe.

Os efeitos nas crianças vítimas da Síndrome de Alienação Parental podem ser depressão crônica, incapacidade de adaptação, transtornos de ansiedade, sentimento de culpa, isolamento, comportamento hostil, entre outros. O sentimento de culpa se deve ao fato de que a criança, quando adulta, constata que foi cúmplice inconsciente de uma grande injustiça ao genitor alienado.

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Escrito por

Camila Generoso

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Comentários 1
  • Adriana Oliveira

    Minha irmã faz isso conosco (tias e avós). Ela não deixa a gente visitar ou ver as crianças. Ela cria problemas, ofende e foge. Assim, as crianças presenciam a mãe xingando, ofendendo os tios e avós e assustadas, choram. Para preservar as crianças dos ataques de ofensas da mãe, a família aceita essa distancia. Mas é triste ver a nossa mãe (uma senhora de 87 anos) chorando com saudades dos netos. É uma crueldade.

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