Como lidar com a pressão para ser mãe

A decisão de ter ou não ter filhos é uma das mais importantes da vida da mulher, mas muitas vezes a pressão social a impede de escolher de forma tranquila o caminho a ser seguido.

3 NOV 2020 · Leitura: min.
Como lidar com a pressão para ser mãe

A revolução sexual (gerada pela descoberta da pílula anticoncepcional) contribuiu bastante para a emancipação feminina e para a luta contra a desigualdade de gênero. No entanto, a ainda recai sobre a mulher uma enorme pressão para casar e ter filhos.

Boa parte da sociedade ainda acredita que elas nascem com um instinto maternal e que só se realizam como pessoas quando se tornam mães. Assim, as meninas são educadas com um plano de vida preestabelecido que consiste em crescer, estudar, ter uma carreira, casar e ter filhos. Muitas pessoas nem consideram a ideia que ser mãe é uma escolha pessoal como tantas outras e não deve ser encarado como uma obrigação para satisfazer expectativas alheias. 

Para tornar o tema ainda mais complexo, a vida fértil da mulher, ao contrário do que ocorre com os homens, começa a diminuir a partir dos 30 anos. E poucas podem engravidar naturalmente depois dos 40 anos. Assim, quando se aproximam dos 30, a maioria das mulheres têm de enfrentar um debate interno se querem ou não ser mães. 

O problema é que nessa faixa etária muitas delas ainda não têm a estabilidade sentimental e econômica para poder dar esse passo. E, devido à pressão social, elas se veem sozinhas e angustiadas por não ter com quem compartilhar uma decisão tão importante. 

Como enfrentar a pressão para ser mãe

A partir dos 30 anos, a família, os amigos e até os médicos começam a dizer para a mulher que se ela quer ser mãe precisa decidir logo. Se você está vivendo algo assim, a seguir encontrará 5 conselhos para enfrentar a situação de uma forma mais tranquila. 

1. Reflita se quer ou não ser mãe

Esqueça a pressão externa e reflita se realmente quer ser mãe. Essa é uma decisão muito séria, que não dá para voltar atrás e que irá ser um divisor de águas na sua vida. Para clarear suas ideias, faça as seguintes perguntas:

  • Realmente quero ser mãe?
  • Posso assumir a responsabilidade de gerar um indivíduo?
  • Sou consciente que minha vida dará um giro completo?
  • Estou em uma relação estável e o meu parceiro quer ser pai?
  • Tenho estabilidade financeira e emocional?

Fazer uma lista com os prós e contras pode ajudar você a decidir. Também pode ser muito útil passar a conviver mais com crianças e observar como é a rotina, quais são as demandas, os desafios da educação, etc. Uma boa ideia é conversar com alguma amiga próxima que já é mãe e pedir a ela que lhe conte de uma forma sincera como é a maternidade real

2. Conecte-se com você mesma

Não deixe que a opinião alheia defina o seu caminho. Escute a sua voz interior e procure refletir se quer ser mãe porque realmente é algo que tem ilusão ou por pressão social e medo de se arrepender no futuro. Se você sente medo de se arrepender depois, lembre-se que o futuro é sempre incerto e que cada escolha fatalmente implica uma renúncia

3. Se você quer ter filhos, mas não agora…

Se este é o seu caso, procure focar na sua carreira profissional e em outros objetivos que estarão por um tempo em segundo plano depois que o bebê nascer. Aproveite para viajar, economizar dinheiro, curtir com os amigos e viver o presente. 

Além disso, procure não se angustiar com o relógio biológico. Converse com o seu ginecologista sobre o tema. Talvez uma opção seja congelar os óvulos. Embora o procedimento não seja uma garantia de gravidez no futuro, ele tem possibilitado a diversas mulheres realizar mais tarde o sonho de ser mãe. 

4. Se a decisão for não ter filhos, assuma

Se depois de refletir bastante você decidir que não quer ser mãe, o mais indicado é não inventar desculpas e assumir. A maternidade é uma decisão muito pessoal e ninguém deve obrigá-la a seguir por esse caminho. Lembre-se que não ter filhos é uma opção tão válida como tê-los. Mantenha-se firme em suas convicções. Cada pessoa tem o direito de decidir como quer viver e o fato de não ser mãe não significa que você não será feliz. A felicidade depende de muitos elementos e existem muitas mães que são extremamente infelizes. 

A ideia de que a maternidade gera uma felicidade máxima e inabalável é uma fantasia.  É claro que ter um filho desejado traz muita felicidade. Mas as pessoas não são conscientes do ato de generosidade e responsabilidade que a maternidade implica. Da mesma forma, a decisão de não ter filhos deveria ser vista como um ato responsável e generoso. Quando uma mulher é mãe sem querer, isso tem consequências muito negativas para a sua vida e do seu filho. Maribel Castelló, psicologa.

5. Se continua com dúvidas, não se sinta culpada

Lembre-se que você é totalmente capaz de tomar a decisão que lhe fará mais feliz. Seja ela qual for. Dê tempo ao tempo e não ceda a nenhuma pressão externa. Além disso, é importante ter em mente que você é uma pessoa adulta e não deve satisfações a ninguém. Ao se livrar da culpa, você estará mais preparada para seguir o caminho que lhe será mais conveniente. 

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Bibliografia

The Social Pressure to Become a Mother: https://youaremom.com/health/psychology/psychology-of-mothers/social-pressure-become-mother/

April Salchert, The Social Pressure of Experiencing Motherhood: https://www.huffingtonpost.co.uk/april-salchert/the-social-pressure-of-experiencing-motherhood_b_1851544.html?guccounter=1&guce_referrer=aHR0cHM6Ly93d3cuZ29vZ2xlLmNvbS5ici8&guce_referrer_sig=AQAAANCKaKiI3g82k7WZuEzCYwZyG_8ckD347LV6Tta_4ElB6N0E2id9vEh1cDPICJMNT5fgVrYqt8X9fnUqT3D8Ro0q3uTCXSgWTy2Ho8WtXs1B-IkdtvvIBO8BotnIHGJZy7r-G2uJCTTbihE_t62I6lkqQ3SINlzYZBVVTHtoEWNh

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Comentários 1
  • Anny Szvarc

    Tenho depressão e ansiedade, além de não ter um bom salário no emprego. Não tenho a mínima vontade de ter filhos, tenho aversão à materniddade, gosto de viajar e conhecer lugares novos, porém minhas colegas de trabalhomesmo sabendo de tudo isso vivem me cobrando que eu tenho que engravidar (nem relacionamento eu tenho). Eu me sinto um lixo, me sinto um monstro, parece que eu sou uma criminosa e isso afeta ainda mais a minha ansiedade. Não consigo me livrar dessa culpa, pois na visão delas eu estou vivendo errado, para elas o correto é ser mãe solo guerreira (tenho nojo dessa expressão) e não uma mulher livre que quer viver em paz.

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