Uma pessoa com depressão tem dúvidas sobre seus sentimentos amorosos?
Namorava um rapaz há dois anos. O relacionamento ia muito bem, era uma relação tranquila, com cumplicidade e companheirismo. Quando nos conhecemos morávamos na mesma cidade. Porém após 1 ano e 8 meses de namoro, tive que voltar para a minha cidade natal, que também é a dele e onde a família dele reside. Apesar do relacionamento a distancia e da saudade conseguimos manter a relação estável e tranquila. Quando completamos dois anos, ele passou a vivenciar um situação de estresse relacionada ao seu trabalho. Nessa mesma época tivemos uma briga por algumas atitudes que ele tomou. Como ele estava muito estressado, pediu para conversamos sobre essa briga após essa situação de estresse passar( brigamos por telefone). Desde briga não tivemos oportunidade de nos ver, pois ele estava atarefado e eu tbm. Mesmo assim continuamos nos falando por telefone e msg. Ele dizia que estava muito estressado e ansioso e estava com medo de ter outra crise depressiva( ele teve sua primeira crise e até então única, após o seu divórcio traumático. Eu o conheci um ano depois). Eu continuei o apoiando e tentando encoraja-lo neste momento. Quando finalmente passou esse momento de estresse no trabalho, ele começou a apresentar sinais claros de depressão. Apos algumas semanas de insistência, ele resolveu procurar ajuda. Como fazia tempo que não vinha a sua cidade natal, que é a minha tbm e onde moro agora, ele resolveu se consultar aqui. O acompanhei durante a consulta no psiquiatra, então veio o diagnostico: depressão moderada . Ele ja saiu do consultório com a prescrição, o acompanhei até a casa dos pais e após o almoço ele me disse que queria terminar o relacionamento. Que precisava superar isso sozinho, que não queria ser um fardo pra mim, ou que meu amor virasse pena. E que apesar de gostar muito de mim, não queria que eu estivesse com ele como namorada durante esse tratamento, mas sim como amiga. Ele já tinha passado por esse tratamento uma vez e sabia que não era fácil, principalmente lidar com uma pessoa depressiva(palavras dele). Apesar de triste, não argumentei muito. No entanto, ele pediu que continuássemos amigos, na hora eu concordei. O primeiro mês de tratamento não foi fácil, ele parecia que estava piorando, nos falávamos sempre, por msg. Em uma das msg pediu que fosse visitá-lo, mas eu não fui. Em um determinado momento chegou a dizer que estava arrependido, mas não poderia resolver nada agora. Após um mês de tratamento, nos vimos novamente, ele foi super carinhoso, gentil e eu acabei perguntando se ele queria voltar, ele disse que apesar de querer muito, sabia que não estava pronto, pois ainda estava oscilando muito. Eu fiquei muito chateada, pois não entendo esse gostar, querer a outra pessoa por perto mas não como namorada. Toda essa situação me deixou muito mal, e em uma das vezes disse que queria me afastar pra pensar melhor em tudo que estava acontecendo. Ele reforçou que gostava de mim, mas que a cabeça dele estava uma confusão e não queria me causar problemas. Respeitou meu afastamento. As semanas que fiquei sem falar com ele foram muito duras, fiquei mal e muito preocupada com ele. Acabei retornando o contato semanas depois. Atualmente, continuamos nos falando todos os dias. Ele já veio duas vezes a nossa cidade depois disso, em ambas as vezes nos encontramos e ele também é sempre muito carinhoso. Toda essa história já tem três meses, exatamente o tempo que ele faz de tratamento. O fato é que não sei o que ele quer de mim. As vezes acho que ele tem dúvidas sobre a nossa relação, o que sente de verdade por mim, e que está me mantendo por perto pra quando ele decidir. Por vezes me sinto usada, não consigo entender como uma depressão pode alterar tanto os sentimentos de outra pessoa. Eu não sei o que pensar, confesso que as vezes queria superar essa relação de vez, mas tem uma parte de mim que quer continuar e que me diz que no final irá valer a pena. As vezes me bate até uma desconfiança de que ele ja tem outra pessoa e que não tem coragem de me dizer. Enfim, não sei o que pensar , o que fazer.