O meu filho ontem teve um comportamento um pouco estranho na escola. Passou o dia a dar beijos na boca aos meninos e ao monitor. Conversei com ele em casa e perguntei-lhe se ele gostava de meninos em vez de meninas e se um dia ele queria ter um namorado, ao que ele primeiro me respondeu que sim, mas depois eu fiquei em pânico, não ralhei, mas insisti em perguntar-lhe outra vez e logo respondeu que não. Não sei o que pensar.
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26 SET 2016
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Ola Cristina,
a sexualidade é uma construção biológica e social.Em uma sociedade permissiva como a nosso onde os valores de família e moral estão completamente destorcidas e as pessoas confundem liberdade com liberalidade é comum que crianças e jovens se sintam desorientadas e possam sentir duvidas , afinal ninguém sabe mais o que é certo ou errado. O fato de uma criança sentir vontade de beijar um amigo não quer dizer que seja homossexual...ele é só uma criança precisa de orientação tanto os pais quanto ele, procure ajuda de um psicologo, a construção do caráter de uma pessoa é algo que se deve levar muito a sério.
Qualquer coisa estou a disposição.
Maria da Conceição Gioia
Psicóloga/HIpnoterapeuta
Cristina,
Respondi recentemente uma garota aqui mesmo sobre a questão da sexualidade. Creio que de modo semelhante posso repetir para você.
Primeiro devo orientar a você para interromper com seu interrogatório e ficar pressionando ele. Não é bom para ele isso não. Você está mais preocupada do que ele. Provavelmente ele não está, não. O sofrimento nesse momento é de sua parte. Então, você é quem estaria necessitando conversar mais sobre isso.
Ao final tudo transcorrerá melhor, acredite.
É doloroso conviver com dúvidas. Seja como for é nossa percepção das coisas, nosso modo de olhar e ver o que está ao nosso redor que nos deixa desacorçoado, angustiado. Falo com muita tranquilidade com você porque nessas última décadas de trabalho já me deparei com queixas como a tua e o resultados foram bem compensadores. Compensador porque outras garotas e garotos conseguiram compreenderem mais e mais a questão da sexualidade, da escolha sexual, sobre o sexo e sobre o gênero que são sinônimos mas coisas diferentes. Todo mundo acha que sabe do que está falando e vão falando e nos deixando confusos, amargurados e depressivos. Acabam não ajudando (embora queiram ajudar) e criam mais barreiras.
Muito importante mesmo que você encontre alguém para conversar sobre isso o mais breve possível. Não deixe para amanhã, não postergue essas questões. Essa é uma parte extremamente importante da vida de seu filho e merece ser tratada com atenção, com carinho, principalmente por você.
Até mais.
Olá, Cristina, seu filho está em fase de desenvolvimento. Evite vê-lo como um adulto. Muito do que faz hoje sequer lembrará com 12 ou 13 anos. Na terapia, contudo, o profissional poderia perceber que situações estão incentivando que seu filho beije os meninos, caso persistir. Por exemplo, há pai e avô que beija o filho e o neto. A criança entende como gesto de carinho, e se tem carinho pelos colegas pode beijá-los também. Boa sorte, Ronaldo.
Boa noite Cristina
Você como todas as mães refere ao filho como "meu menino", embora você não refira a idade desse seu menino, pelo seu relato deve ser um adolescente. A adolescência é uma fase de mudanças física e psicológica onde os hormônios estão em ebulição, nesta fase nada está definido, o adolescente está se descobrindo tanto na questão da identidade pessoal como na identidade de gênero, pois o que defini a orientação sexual homoafetivo ou heteroafetivo não são os aparelhos genitais masculino e nem feminino e muito menos os conceitos culturais e religiosos, porque se fosse tão fácil a pessoa escolher a sua orientação sexual não haveria tanto sofrimento, pois ninguém escolhe ser rejeitado pela sociedade e família por não está dentro dos padrões de normalidade sexual da sociedade.
Ninguém, e nem ele mesmo sabe qual a sua orientação sexual porque neste momento tudo é muito novo para ele, é muita mudança e informação a se processar, por exemplo, seu corpo está mudando, ele tem que abrir mão da infância por cobranças sociais,mas não pode agir como adulto com autonomia porque não tem idade e nem maturidade mental e econômica. ele precisa se enturmar com os amigos e muitas das vezes vestir uma capa, uma máscara de uma pessoa que talvez ele não tenha nada a ver, só para ser aceito socialmente, e em alguns momento para não entrar em conflito com a família.
Eu sei que os pais planejam, desde a concepção o melhor para o seu filho, porém os filhos crescem e formam ao longo dos anos a sua identidade e vão ficando autônomo, independentes e isso é doloroso para os pais, mas saiba que também não é fácil para ele. Só peço que não o pressione e nem o rejeite caso ele venha a desenvolver uma orientação sexual que não é considerada "normal" para a religião, sociedade, porque quando o filho é rejeitado dentro do ambiente familiar, ele vai procurar no mundo o que não encontra em casa (amor e compreensão) e aí o mundo é cruel e grande é o sofrimento para ambas as partes. Uma orientação sexual é mais importante do que o amor de uma mãe pelo filho, por acaso, será que ele deixará de ser seu filho? Eu sei que seu que não é fácil para a senhora, mas também não é fácil para ele.
Espero ter ajudado.
Att. a Psicóloga Ussénade
Boa sorte
