Tenho medo de me separar e afetar minha filha e esposa negativamente

Feita por >Anônimo · 3 jan 2021 Terapia de casal

Pontos positivos de continuar casado:

- Ter a companhia da minha esposa;
- Ficar próximo da minha filha (3 anos)

Pontos positivos da separação:

- Não precisar conviver com o meu enteado (12 anos);
- Liberdade (financeira, emocional e sexual);
- Não precisar ficar próximo da família racista, misógina e LGBTfóbica dela;
- Não ter que me adaptar a rotina da sogra ao invés da minha;
- Não precisar pagar tudo sozinho: somente eu que sustento uma família de quatro pessoas (a minha esposa não trabalha);
- Não precisar me preocupar com sexo: Sexo ocasional (a cada 15 ou 20 dias, pois ela não transa comigo por conta de dores causadas pelo endometriose) l;
- Não precisar me sentir forçado a fazer coisas que não quero/gosto;
- Não precisar ser forçado a gostar/amar o meu enteado.

Como é minha vida hoje:

Por conta do meu medo de sofrer/arrepender/causar sofrimento à minha filha e à minha esposa, viver em uma mentira faz com que eu não tenha vontade de trabalhar, de fazer coisas que gosto, de tocar meus projetos. Vivo com sono o dia inteiro e não consigo mais suportar a presença do meu enteado. Por ele estar ficando mais velho, acabo por tendo que conviver com os problemas dele (TDAH) no meio de uma adolescência e, para piorar, o pai não ajuda com pensão ou com a presença (e a minha esposa não o enfrenta de nenhuma maneira, sobrando tudo para mim). Eu e minha esposa nos damos bem, rimos, fazemos coisas juntos, mas isso não é o suficiente, pois outras coisas pesam muito mais. Meu humor tem se transformado muito nesses anos casado e, sinto que aquela pessoa tolerante e pra frente tem se perdido dentro de um ser irritado, amargo e intolerante. Mas, meu maior medo é da minha filha sofrer com o divórcio (assim como eu sofri no divórcio dos meus pais) e da minha esposa sofrer e transparecer isso para minha filha, tornando-me no vilão da história. A relação com a minha filha é o elo mais querido e sagrado e, por medo de perder isso, tenho mantido meu relacionamento por anos contra a minha vontade.

Como seria minha vida se eu me separasse:

No momento que eu esboçar a minha vontade, minha esposa quereria se separar imediatamente, pois ela mesma já me disse isso. Logo, se eu quisesse ficar mais uns dias para adaptar as crianças, isso estaria fora de cogitação e, caso eu insistisse, ela iria sair com as crianças para a casa da minha sogra, criando ainda mais problemas para eles. Logo, eu diria que quero me separar, me despediria das crianças e iria para a casa da minha mãe até que eu conseguisse me manter financeiramente sozinho (por que não tenho nenhum dinheiro guardado para isso). Seria uma situação muito tensa e desencorajadora, mas provisória. Nesse meio tempo eu me comprometeria em pagar a metade do aluguel para a Gabriela e ainda arcar com os custos necessários da minha filha. O restante do dinheiro eu guardaria para ter um dinheiro para sair da casa da minha mãe. O plano é de ver a minha filha dia sim e dia não, para que eu consiga ter o meu espaço e o meu tempo para planejar minhas coisas e, ao mesmo tempo, possa ficar próximo o suficiente para a manutenção do meu relacionamento com ela. Assim que eu conseguisse, me mudaria para uma casa de 2 dormitórios, para que eu pudesse montar um quarto para a minha filha ficar comigo quando quisesse. Lá teria uma cama, uma cômoda, brinquedos e coisas que ela quisesse trazer. Faria o meu escritório de trabalho na sala ou no meu quarto e poderia ter a minha independência. Nesse ponto eu não pagaria mais a metade do aluguel da minha ex-esposa, pois ela já teria tido tempo para se reorganizar, economizar dinheiro e poder sustentar a casa. À partir de então eu pagaria o valor da pensão que o estado me exigiria e, inclusive, abraçaria qualquer despesa essencial além disso. Então, combinaria de que a Alice dormisse comigo, pelo menos, 1x na semana, mas continuaria indo visitá-la ou trazê-la para a minha casa.

Dificuldades durante a separação:

Com certeza eu me sentiria péssimo por estar "abandonando" minha filha, mas seria algo que eu teria que aprender a trabalhar. Sei que, com o tempo, ela se acostumaria com a ideia, mas será difícil, pois ela é muito apegada a mim (mais do que com a mãe dela). E, com certeza, seria difícil ficar longe da minha esposa. Por mais que, hoje em dia eu esteja convencido em me separar, o problema não é ela em si. Ela é uma excelente pessoa, que eu amo a companhia, mas não temos mais a intimidade sexual que o casamento requer e também não tenho mais as mesmas aspirações no futuro que ela, nos tornando incompatíveis. Quero que ela vá atrás dos seus sonhos e que consiga realizá-los e, assim também, quero concretizar os meus! Eu sentiria falta das nossas conversas, das nossas risadas e dos nossos momentos juntos (ainda que venham diminuindo exponencialmente com o passar do tempo). Mas, honestamente, me sentiria extremamente aliviado por não precisar mais conviver diariamente com o meu enteado. Eu não o suporto! Não o suporto de nenhuma maneira! A cara dele me irrita profundamente e, frequentemente, fantasio que estou batendo ou matando ele. E, as vezes, cuspo no copo de refri, seco meu pau mijado na toalha de banho dele e passo a escova de dentes no xixi que ele deixa vazar fora do vaso. Sem falar nos cachorros! Não vou mais precisar me preocupar com xixi, coco, pêlos, latidos repentinos, custos de veterinário e etc... Uma das piores coisas é ficar com a casa com cheiro de xixi e, ainda sim, minha esposa só passar um pano com água (porca demais).

Minha nova vida:

Assim que eu estivesse bem estabelecido no meu canto e com o quarto da minha filha preparado, teria mais ânimo para fazer minhas coisas e tocar os meus projetos, pois não precisaria mais fazer as coisas só depois que todo mundo estivesse dormindo (pois preciso dar atenção para minha filha, pro meu entrado e pra minha esposa após o trabalho, que já consome muitas horas do meu dia). Não tenho planos de me relacionar novamente com alguém e, muito menos, casar. Pode ser que eu arranje uma namorada, alguém que eu ame, mas cada um mora na sua casa e é isso! Principalmente por que eu sei que as mulheres tem menos chances de se darem bem com os enteados e, certamente, não quero expor minha aos sentimentos que eu nutro pelo meu enteado, por exemplo. Sem falar que eu não quero mais arriscar a minha liberdade por um relacionamento, a não ser que seja um relacionamento aberto. Não me vejo namorando ou casando com outros caras. Mas, me vejo tendo aventuras com ambos os gêneros binários e não-binários. Continuaria trabalhando com a minha empresa para arcar com os meus custos e ter mais tempo para tocar meus projetos, bem como para fazer faculdade e gravar vídeos. Sei que haverão momentos onde eu me sentirei completamente sozinho e carente, mas hoje possuo uma filha e sei que isso vai mudar o paradigma da situação para sempre. Para minha esposa também acho que vão haver mais mudanças positivas do que negativas. Talvez não a princípio, mas com o tempo sim:

1 - Ela não vai mais se preocupar com as minhas variações de humor.

2 - Ela não precisará ficar se esforçando para que eu e o Pedro convivamos bem.

3 - Ela não vai mais se preocupar em fazer com que eu me sinta bem e confortável o tempo todo com a família dela.

4 - Ela poderá decidir o que quer fazer, inclusive tendo mais liberdade de sair com as crianças e/ou passar mais tempo com sua família.

5 - Por não ter mais a minha presença, ela se obrigaria a enfrentar seus medos e ir atrás de suas conquistas. Hoje em dia ela me suga muito: se ela precisa ir na casa da mãe eu que tenho que levar, se ela deseja cozinhar eu que tenho que sair para comprar e incontáveis outras situações. Ela simplesmente não sai de casa sozinha.

6 - Ela teria a chance de encontrar uma pessoa boa que tem as mesmas visões sobre a vida que ela, pois nós somos muito diferentes da maneira que encaramos o mundo (principalmente no quesito espiritual).

Enfim, esse é o levantamento que fiz.

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A melhor resposta 7 JAN 2021

Oi Anônimo,
Seu levantamento tem bastante clareza e determinação, me parece que é realmente o que quer e que está decido, só falta por em prática. O problema é que nem tudo acontece como planejamos ou como imaginamos. Só quando você por em prática é que vai saber a realidade das consequências.
Pelo seu relato, hoje sua prioridade (além do bem estar da sua filha), é sua liberdade como solteiro, ter novas experiências, novos projetos profissionais, uma nova vida sem uma família (da sua esposa), que você já não suporta mais conviver.
Apesar de tudo já estar decidido em seus pensamentos parece que o medo e a culpa não permite colocar em prática.
A psicoterapia pode te ajudar muito nesse momento, dividir essas questões com um profissional, é muito importante para enfrentar essa situação e não gerar traumas, dor e culpa.
Fico a disposição.
Um abraço.
Rute Martins - Psicóloga Clinica

Rute Martins Psicólogo em São Paulo

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