Perdi meu marido de câncer em Janeiro de 2020. A dor é tão grande que odeio acordar todos os dias e estar viva. Meu marido era a minha maior alegria. Agora moro na casa dos meus pais e meu filho que é fruto do nosso amor. Sinto raiva de fazer a rotina quando acordo e desejo mentalmente desaparecer e estar ao lado dele se é que existe vida após a morte. Acordo torcendo logo pro dia acabar e eu poder ficar no meu quarto sossegada e poder sofrer em paz sem os olhares dos outros. Minto dizendo que estou bem, mas é pura enganação. Me sinto sufocada e rezo pra Deus ou uma força suprema que me leve embora. Tenho dificuldade pra dormir.Amo meu filho, mas a dor me tirou a força de viver e sentir que posso ser uma mãe melhor para ele.Eu sei que deveria ser forte por ele, mas por mim ficaria na cama todos os dia. Meu marido era minha força, meu norte e quem realmente me amava. Vivemos juntos por mais de 20 anos e boa parte da minha vida era ao lado dele. Minha família não leva a sério meus sentimentos e me sinto sozinha mesmo morando com eles. Não sei como seguir em frente sem o meu amor...Tudo perdeu a graça..
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21 MAI 2020
· Esta resposta foi útil a 4 pessoas
Olá Daniele.
Quando perdemos alguém, primeiramente vem o choque, quando podemos sentir apatia, incapacidade de aceitar a realidade e confusão. A seguir começamos a lidar com a realidade e podemos nos sentir perdidos, abandonados ou desolados. Pode haver também um forte desejo de reencontrar a pessoa e os sonhos com ela podem se tornar frequentes, podemos até mesmo achar que ouvimos sua voz ou sentimos o seu cheiro. Também podem ocorrer crises de profunda dor e choro. Frequentemente pode haver também raiva muitas vezes acompanhada de ressentimento, inveja, revolta e até mesmo culpa. .
Depois segue uma fase de depressão, apatia desinteresse e afastamento social, assim como dificuldades para se concentrar em tarefas rotineiras ou dar início a atividades. Excesso de sono ou falta dele e perda de apetite também podem ocorrer... que é o que esta acontecendo contigo.
Vamos fazer da fase de adaptação e reorganização? Em que a depressão e a desesperança se mesclam progressivamente a sentimentos mais positivos e menos devastadores. Começamos a aceitar as mudanças em nossas vidas. Inicia-se a retomada com a busca de novas amizades ou de antigas. Ainda é possível que os sentimentos de tristeza e raiva já vencidos possam reaparecer em datas especiais durante todo o primeiro ano após a perda, como o aniversário de nascimento, de morte, de casamento, Natal etc. .
Estou me referindo ao luto. Este é o curso típico dele.
Ficar numa destas etapas, sem conseguir chegar a adaptação é o que podemos chamar de luto complicado. Neste caso, é fundamental buscar ajuda.
Nos questionar sobre nossas rotinas e também de forma mais aprofundada,as acerca de concepções de nós mesmos, sobre quem você é e sobre como vai seguir de agora em diante.
Em todo este processo contar com o apoio de um psicólogo é muito benéfico.!
O luto está relacionado com a vida.... você tem um filho, e ele chama por você! Fique firme, busque ajuda psicologica.
Coloque energia na sua maternidade de início... transforme essa dor em força, força de remeçar.
22 MAI 2020
· Esta resposta foi útil a 2 pessoas
Daniele,
Bom que teve experiência gratificante com teu marido, agradeça por isso.
Cada um tem seu tempo e sua missão. Teu marido a cumpriu.
Agora é a sua vez de cumprir com a sua missão: a vida te tirou quem era tua fortaleza para que tu possa te transformar numa fortaleza também, para viver às tuas custas e não de outros. Deus escreve certo por linhas tortas. Confia nele e confia em ti mesma.
Essa dor vai passar, tenha calma, não desanima, tens um filho que depende de ti.
O que será que a vida quer de ti, passando por esta experiência?
Mostre teu valor a ti mesma. Teu filho vai se orgulhar de ti.
21 MAI 2020
· Esta resposta foi útil a 3 pessoas
Olá Daniele.
A dor da partida, pelo seu relato, parece muito intensa. Procure viver seu luto e toda a sua dor. Neste momento seria muito bom se pudesse falar e falar sobre o que dói, isto poderia te ajudar a aliviar este sentimento de perda e quem sabe, com mais força interior, conseguir olhar para seu filho.
Procurar ajuda profissional, poderá te proporcionar ser ouvida. Uma das boas experiências em terapia é poder falar daquilo que se sente o quanto tem vontade.
Se não puder fazer terapia, escreva todas as vezes que quiser falar sobre o seu marido.
Espero ter ajudado.
Jane Assunção.
21 MAI 2020
· Esta resposta foi útil a 0 pessoas
Olá Daniele, tudo bem?
Realmente parece que você viveu uma grande história de amor, e que a ausência do seu marido traz um grande vazio
As vezes o luto parece demorar demais, ah mais tempo que nos realmente gostaríamos. Pensando no seu caso já são 5 meses, é pelo seu relato isso está atrapalhado muito sua vida. Nesse caso recomendo que você procure a ajuda de um profissional da psicologia o mais rápido possível
21 MAI 2020
· Esta resposta foi útil a 0 pessoas
Olá Daniele! Obrigado por participar. Sem dúvida nenhuma, há saída para você. Entendemos que é muito sofrido perder uma pessoa, de forma inesperada, após vínculo de vinte anos. De outro lado, é algo que não podemos controlar, precisamos encontrar formas de superar. Você está em luto, dentro de um período que podemos considerar razoável. A falta que você sente dele, é decorrente de ter vivida com ele, anos muito bons. Olhando por esse lado, você deve ter gratidão por ter podido viver essa experiência tão boa. Você tem um filho, que também representa um vínculo importante para você. Sua família, certamente sofre junto com você, na medida que é possível a ela, mas com a linguagem, com entendimento dela. Essa família, procura te apoiar. Será muito importante você reorganizar a sua vida, colocar uma rotina saudável que envolva sono, alimentação, lazer, atividade física, objetivos de vida. Lembre-se: quando se tem um plano a realizar, a mente acaba sendo direcionada por ele. Evite ficar sozinha, movimente-se (adaptando-se aos tempos de pandemia). Coloco-me à disposição para maiores esclarecimentos. Abraços virtuais (em tempos de pandemia, saia de casa, somente para o que for necessário, com máscara, higiene e distanciamento físico: cada morte evitada, vale toda a vida preservada!) Ary Donizete Machado - psicólogo clínico.