Sou um procrastinador crônico, não sei como sair dessa situação

Feita por >Gustavo · 22 jun 2017 Psicologia clínica

Tenho um mecanismo mental que prefere deixar as coisas que não estou a fim de fazer para depois. Que troca a oportunidade de resolver por uma "sensaçãozinha boa e instantânea" de prazer ou talvez de controle por ter decidido não fazer algo necessário agora em troca de algo mais interessante ou prazeroso. É como se o eu do presente estivesse sempre confiando que o eu do futuro vai resolver. Talvez essa sensação boa, mas efêmera, seja o estopim que me leva a não fazer as coisas, não sei. Essa procrastinação normalmente vem com alguma justificativa: estou cansado, estressado, deprimido ou a outra coisa a ser feita é mais importante (e muitas vezes não é). As vezes fico desnecessariamente refinando esse algo que considero mais importante, como uma forma inconsciente de não fazer as demais coisas, o que reduz momentaneamente a minha sensação de culpa. Mas são todas justificativas esfarrapadas e isso é comprovado quando o hábito de procrastinar se repete mesmo quando inequivocamente inexistem as desculpas habituais (por exemplo: se a desculpa era o estresse do trabalho, o que dizer quando não se está mais trabalhando?). Coisas grandes, especialmente, não são iniciadas pois eu sei que trarão um longo processo de "sofrimento" e de situações desinteressantes e que vão piorar a sensação de estresse que tenho por já ter "um monte" (talvez nem tanto) coisas para fazer. Algumas tarefas caem no esquecimento para voltarem ou não tempo depois, especialmente as puramente individuais (cuidados com a saúde é uma delas). Outras são feitas a partir da cobrança de quem depende de resposta, mas dependendo de quem cobra continuam sem ser feitas pelas desculpas já citadas. Por fim algumas dessas coisas não feitas viram crises quando envolvem prazos, valores significativos, relação de hierarquia ou algum conflito declarado ou iminente. Infelizmente, essas coisas feitas na última hora geralmente não ficam tão boas quanto as que eu faria com mais tempo. Acrescenta-se a isso a falta de capacidade ou disciplina para dar continuidade a um método de organização como uma simples lista de tarefas. Eu não me cobro se não cumprir. Enfim, essas coisas não feitas vão obviamente se acumulando e aumentando a sensação de estress o que acaba gerando um círculo vicioso de não começar. Isso também vai gerando uma perda de credibilidade junto às pessoas, o que profissionalmente é péssimo. Como deixei coisas "na reta" não me sinto no direito de cobrar as outras pessoas pelo que elas deveriam fazer e acabo criando um ambiente de panos quentes, de tolerância excessiva aos erros, talvez esperando que tolerem os meus. Por outro lado inevitavelmente acabo sendo cobrado, e com razão. Então a minha auto estima baixa e me retraio. Fragilizado, também viro um alvo fácil para oportunistas que podem desviar a atenção dos seus erros apontando os meus, ou simplesmente por quem não se conforma com a situação. A situação vai piorando e começa a afetar até a saúde. Impera neste momento uma sensação que tudo o que eu possa vir a fazer vai ser inútil tamanho o rolo em que me meti e com isso ganha força a perspectiva do alívio que a simples desistência pode trazer. E a possibilidade do início de um novo ciclo. Finalmente acabo "jogando a toalha" (mesmo que mentalmente) e creditando o meu fracasso a ação de possíveis inimigos ou de uma conjuntura desfavorável (simplesmente não era para ser). Essa "jogada de toalha" também serve de desculpa preventiva caso a outra parte jogue antes a sua toalha em relação a mim. "Eu já nem queria mesmo", eu me diria caso isso acontecesse. No fim temos a ruptura e tudo recomeça em outro lugar, com outro alguém ou com o perdão de alguém. Até me deparar com tudo o que precisa ser feito...

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A melhor resposta 23 JUN 2017

Olá Gustavo!

Vejo que você tem uma boa crítica e observou bem o seu comportamento em relação ao que te angustia. Infelizmente saber o que você está fazendo não tem te ajudado a não o fazer mais.
Acredito que existam outras coisas por trás deste "pano" inicial que são geradoras deste seu comportamento sintomático. O que você relatou com detalhes foram sintomas de algo que não vai bem. É como uma febre, por exemplo, ela é um sintoma para uma inflamação em alguma parte do seu corpo.

De acordo com a sua descrição é possível ver que a sua procrastinação está afetando várias áreas da sua vida e isso é algo muito sério. Sugiro que inicie uma psicoterapia o quanto antes para poder descobrir de onde vem esta procrastinação que tem trazido tantos reflexos negativos na sua vida e, assim, poder encontrar novos caminhos e soluções para as suas questões.

Fico à disposição!

Abraço!

Psicóloga Simone Maure Psicólogo em São Paulo

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30 JAN 2023

Olá Gustavo! Sinto muito por você se sentir assim.
Eu vejo a procrastinação por duas perspectivas: primeiro, que deve-se primeiro verificar se a pessoa não está de fato com algum adoecimento mental (como depressão ou outros). Muitas vezes as pessoas pensam que depressão sempre vem acompanhada de tristeza ou sintomas muito alarmantes, mas nem sempre. Muitas vezes a depressão pode vir sorrateira, minando sua vontade e interesse pelas coisas mais simples. Como é sua relação com atividades prazerosas, como passeios, viagens ou hobbies? Se a resposta for que a procrastinação também envolve essas coisas , mais um sinal vermelho de que pode ser algo mais importante que deve ser analisado melhor.
Outra perspectiva que eu vejo a procrastinação, é de que a pessoa pode estar vivendo uma vida que não está alinhada com o que de fato a pessoa gosta e quer. Uma vida que não faz sentido pra nós faz os dias se tornarem monótonos e as tarefas pesadas e cansativas. Diferente de quando fazemos coisas que nos estimulam, naturalmente ficamos mais presentes, focados e alertas. Uma rotina monótona torna se uma porta aberta para o desanimo se instalar .
Ressalto a importância da psicoterapia pra te ajudar a decobrir quais são as motivações da sua procrastinação. Se precisar de ajuda quanto à isso, estou à disposição, só entrar em contato.
Um grande abraço,
Psicóloga Natália

Natália Cassemiro Psicólogo em Uberaba

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8 NOV 2017

Olá Gustavo, boa noite.
Vem acontecendo bastante coisas e você tem bastante coisas para dizer. Você sabe muito sobre você, mas esse saber não está conseguindo te ajuda nesse momento. Ao contrário você descreve dificuldades em várias áreas da sua vida. Te oriento a procurar uma psicoterapia/ análise que é um espaço desconhecido para você. Lá terá a oportunidade de falar e também ser escutado.
Fico à disposição,
Suiani Oliveira Fustinoni

Suiani Oliveira Fustinoni Psicólogo em São Paulo

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24 JUN 2017

Bom dia Gustavo.
Pelo que li emseu relato essaprocrastinação já está atrapalhando a sua vida em várias áreas. Sugiro procurar ajuda de um psicólogo para entender de onde ela vem e trabalhar para melhorar sua autoestima e qualidade de vida. Boa sorte.

Maria Eni de Mattos Psicólogo em Guarapuava

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