Estou com uma pessoa a mais de dois anos e descobri faz pouco tempo que tenho dst e sempre eu que sempre me cuidei sempre busquei ter relações com preocupações de forma segura e num relacionamento de mais de 2 anos achando eu que estava segura fui traído, pensei em me matar mas um dos motivos para não o fazer é que adoro maconha em quanto eu puder fumar e relaxa pensarei duas vezes.
Mas confesso que me machucar saber q esse pessoa no teve o cuidado com seu corpo assim como tive com o meu e não satisfeita me contamina
O tempo todo penso em terminar o relacionamento por essa falta de amor dessa pessoa por mim de não se preocupar com a sua e a minha saúde, mas uma voz me fala que não vou encontrar ninguém que vou viver sem alguém pq quem vai querer um contagioso q não pode nem beijar na boca
É foda...
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12 MAR 2018
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Yuri, percebo um exagero no seu relato, falando que não pode beijar na boca porque irá contagiar outra pessoa. Você não especificou qual a DST então não posso orientar acerca disso. Agora é sempre importante se prevenir nas relações sexuais. Você já conversou com sua parceira sobre isso? Ela sabe que tem a doença que passou para você? É importante que ela saiba, para que ela possa se tratar. A maioria das DSTs tem tratamento, e mesmo as que não tem cura, tem tratamento! Então é se cuidar mais, e sempre ter orientação profissional. Atendo pacientes com HIV positivo, por exemplo, que se relacionam normalmente, e seus parceiros sabem que a pessoa tem a doença. Você precisa ser melhor orientado sobre tudo que está acontecendo, então procure ajuda. Boa sorte.
Olá Yuri!
O momento que você está vivendo, de fato exige ajuda para lidar, pois dado o cuidado e precauções que você relata sempre ter tido, podem tornar tudo mais sofrido e doloroso.
Porém, temos muitas opções de tratamentos a nosso favor, para ajudar a lidar com a notícia, com a saúde, com o abalo emocional.. com tudo isso. Por tanto o indicado é que você busque ajuda profissional, com alguém com quem você se sinta confortável.
É de extrema importância nesse momento que você fale, relate o que está sentindo, como está sendo lidar com isso, etc. A partir de então, você poderá pensar nos outros aspectos, e trabalhar a questão do seu relacionamento, rever suas prioridades, trabalhar sua independência emocional, e avaliar se você DESEJA ou não permanecer nesta relação.
Boa noite Yuri.
Este primeiro momento após o diagnóstico costuma ser muito difícil e caracterizado por estes tipos de pensamentos que você expôs. É extremamente indicado acompanhamento psicoterápico neste período. Passado um pouco, na medida em que se conhece a doença, percebe-se que muitas das coisas que se pensa são na verdade equivocadas. Você não especificou o problema, então tratarei aqui do que me pareceu, no caso HIV.
Esta visão de que o portador do HIV seria uma pessoa condenada a morte e fadada ao isolamento era bem presente na década de 80 e 90, quando os tratamentos ainda eram bastante precários. Hoje uma pessoa com HIV pode ter uma expectativa de vida igual a de uma pessoa sem o vírus, desde que leve uma vida saudável e mantenha o tratamento em dia.
Obviamente o tratamento não é nada confortável, gerando uma série de efeitos colaterais. Contudo, na medida em que o tratamento avança, a carga viral tenderá a ficar indetectável, isto é, sua sorologia será extremamente próxima a de uma pessoa sem o vírus. Isto implica também numa redução drástica da transmissibilidade, ela cai aproximadamente 99%. Isto implica que, mesmo em uma relação sem camisinha (o que não é indicado) as chances de contágio são baixíssimas. Foi graças a isso e ao tratamento ofertado pelo SUS que a epidemia foi freada.
Além disso, existem inúmeros casos de casais soro-discordantes eu mesmo conheci dois. Existem ainda redes sociais específicas, onde é possível conhecer pessoas com o mesmo diagnóstico e também conversar sobre o problema.
O importante seria a realização de um acompanhamento psicoterápico para que você possa expor suas angústias e receios, coisas que geralmente as pessoas guardam para si. Dessa forma, considero fundamental o acompanhamento neste primeiro momento, que é o mais difícil.
Quanto a maconha, embora minha opinião é de que sua vida será melhor sem ela, preciso expor os dados. A maconha pouco afetará sua imunidade e seu potencial de danos ao corpo é bem inferior quando comparado a outras drogas, como alcool e cocaína.
De toda forma, fico a sua disposição para mais esclarecimentos.
Boa noite, Yuri! Entendemos o quanto o sentimento de traição pode ter te levado a pensar em inúmeras opções, incluindo a morte. Isso é muito grave e queremos parabeniza-lo pela coragem de pedir ajuda! Saiba que os avanços da medicina em relação às DSTs possibilita aos portadores uma vida praticamente normal, desde que se siga o tratamento de forma adequada. Procure o SAE da sua cidade, lá é oferecido atendimento psicológico e medicação gratuitos. Abraço
Yuri, boa noite, realmente esse sentimento de ter sido enganado quando o outro quebra acordos da relação, doem mesmo, trás muitos conflitos, mas você pode decidir se continuar nessa relação vai te fazer bem ou vai te fazer mais mal. Quanto a vontade suicida, quero te dizer que existem outras saídas para tirar seu sofrimento. DSTs tem controles eficazes que podem te devolver uma vida quase que tranquila, procure um médico infectologista e uma psicoterapia pra te ajudar nesses conflitos, cuide-se sempre. Quanto mais estressado estiver, mais sua imunidade vai baixar e potencializar sintomas de outras doenças. Se puder evitar o uso da maconha é melhor ainda. Fique bem, espero ter ajudado.
Qualquer dúvida estou a disposição.
Psicóloga: Marijara Pereira.
