Pessoas depressivas ficam confusas com seus sentimentos? Eles deixam de amar?
Sou casada há mais de 10 anos, mas no total são quase 19 anos de relacionamento. Um grande amor. Muito carinho e companheirismo. Tive dificuldade para engravidar e só conseguimos após uma FIV, em agosto de 2016. Engravidei de gêmeas. Com 5 meses de gestação quase perdi minhas filhas e tive que ficar de repouso absoluto por 2 meses, e mesmo assim elas nasceram prematuras de 7 meses. Desde a notícia da gravidez meu marido começou a demonstrar grande ansiedade, como fazer pesquisa sobre preço de escolas particulares, com 2 meses de gestação. Também começou a ter problema com insônia. Em alguns momentos também não teve o cuidado e a atenção que eu esperava que ele tivesse, como dizer que não me levaria em tal lugar porque não era meu motorista, que eu não queria um marido e sim um motorista. Mas superamos essas brigas e estávamos muito bem e felizes. Logo no início do meu repouso ele cuidou muito bem de mim. Tivemos que mudar para a casa dos meus pais porque eu precisava de cuidados 24h. Não podia levantar da cama sozinha. Até falei que ele poderia ir pra casa, já que seria desconfortável ficar lá, e ele emocionado me perguntou se seu achava que ele conseguiria ficar sozinho em casa sem mim. Mas os dias foram passando e a situação mudou. Ele foi se afastando de mim, saia cedo e voltava só de noite. Não mantinha contato nem por mensagem o dia inteiro. Me senti profundamente sozinha e abandonada. Quando nossas filhas nasceram ainda passaram 40 dias na Uti Neonatal. Na véspera da alta delas ele disse que não me amava mais e que ficaria comigo só pra cuidar delas. Fiquei furiosa. Ao voltarmos pra casa ele começou a se aproximar como se nada tivesse acontecido, mas sempre afirmando não saber o que ainda sentia por mim. 3 meses depois ele dormia pouquíssimo, estava muito apático e disse que queria ir ao psiquiatra porque estava sentido falta de ar. Foi diagnosticado com depressão. Ele começou a tomar os remédios e começei a enxergar aos poucos o meu marido novamente. 2 semanas depois de iniciar a medicação ele disse com uma das nossas filhas nos braços: "O papai ama você e ama a mamãe também". Só que no dia seguinte ele parou a medicação e poucos dias depois se transformou. Ficou pior do que estava. Isso foi em agosto, de lá pra cá nosso relacionamento desabou e virou um inferno. Fui tomada pela insegurança e pelo ciúme. Ele não admite ter depressão, diz que só está infeliz e que precisa dormir. Atualmente diz não ter vontade nenhuma de ter relações sexuais comigo e que agora tem certeza que não me ama mais e que quer se separar. Quando pergunto porque ele não vai embora de uma vez me diz que vai ficar um pouco mais para me ajudar com as nossas filhas. Eu estou adoecendo também. Me sinto profundamente triste e rejeitada. Não me conformo. Atribuo esse comportamento à depressão. Mas será que é mesmo? será que posso ter esperança que ele melhore e reveja seus sentimentos?