Sou mulher, cresci em meio religioso, não consigo me encaixar na ideia de feminilidade, não gosto de maquiagem, de salto, de vestido, de brincos, de rosa, nunca gostei de boneca e meu sonho era ter um carrinho de controle remoto, escalava árvores, gosto de games, adorava brincadeiras físicas e luta, e sempre me identifiquei com as expectativas masculinas, não gosto de conversas sobre namorados, roupas e coisas que mulheres padrões gostam de fazer, assim como não curto demonstrar sentimento, odeio conversa fútil, histeria, drama e sou mais racional, curto o silêncio e me vejo como introvertida.
Me sinto culpada e isso está me deixando doente e depressiva, pq sinto como se eu tivesse que escolher entre ser mulher dentro do papel de gênero e ser aceita pela sociedade e religião ou ser uma estranha que eles taxam de masculinizada, eu odeio essa taxação pois parece que faço algo de errado, eu gosto homens e talvez de mulheres, mas não queria ter nascido mulher por causa desse padrão que me sufoca e me ameaça e parece que fico condenada nele, sinto uma sensação de misoginia pesada, se fosse homem tudo seria mais fácil e eu teria liberdade plena, no entanto não sonho com transsexualidade.
Estou em conflito, em negação, me sinto perdida e muito pressionada.
Eu já li alguns comentários de mulheres na mesma situação, queria um estudo que nos identificasse pra gente sentir um pouco de paz e se sentir normal, sem sofrer retaliação.
OBRIGADO POR TER LIDO!
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13 ABR 2022
· Esta resposta foi útil a 2 pessoas
Olá, "Sem máscara"! Espero que se sinta acolhida por aqui.
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Vamos começar do início? O que é feminilidade? De forma resumida, podemos entendê-la como um termo que define um padrão de comportamentos (sentimentos e pensamentos inclusos) construído e imposto socialmente às mulheres e não tolerado em homens.
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Todos esses comportamentos citados por você em sua mensagem são apenas comportamentos ou interesses pessoais que nada tem a ver com o fato de você ser mulher. Também não significa que você "não é mulher" ou que você "é menos mulher" só por se comportar diferente e ter interesses diferentes do imposto por esse padrão. De forma alguma!
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É completamente válido que você, mulher, não se comporte dentro do padrão imposto à você, seja pela sua religião, pela sua família, por seus conhecidos e comunidade mais próxima, ou pela sociedade no geral, inclusive politicamente.
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Talvez seja interessante que você busque mais informações sobre essas questões, além de buscar por mulheres que se identificam com suas percepções e experiências sobre ser uma mulher que não atende às expectativas sociais. É importante que você busque uma vida que seja significativa pra você e não orientada à aprovação social. Para te auxiliar nessa caminhada, existe a psicoterapia também!
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Se precisar, estou à disposição! Espero que fique bem!
É compreensível esta reflexão considerando ter que se encaixar na sociedade como uma peça de quebra-cabeça.
Um profissional da área da psicologia pode ser de grande ajuda neste momento, a fim de que se trabalhe a sua demanda de forma assertiva em busca de uma qualidade de vida desejável.
Olá!! Ser diferente dos padrões impostos é normal.
Para de se incomodar com os que os outros pensam.
A terapia te ajudaria muito nesse momento
Estamos a disposição
Olá Sem máscara! Grato por escrever. Certamente precisaremos realizar um estudo personalizado, específico, pormenorizado com você, e com com qualquer pessoa que queira construir entendimento da própria personalidade, posto que cada pessoa é única, rica de características, possibilidades e potencialidades. O velho conflito entre a natureza e a cultura, dificulta muito para que as pessoas possam ir construindo sua história, sua identidade de maneira mais original, sem ficar reféns de padrões externos.
Culpa, adoecimento e outros sentimentos e condições assemelhadas, precisam ser melhor cuidados.
Estranha é a pessoa que abre mão de sua construção essencial. Isso não permite razoável saúde e conforto.
Será importante você poder refletir, com a ajuda científica de um psicólogo questões que envolvem a construção de identidade. Certamente, de uma forma ou de outra, a sociedade realiza retaliação a todos nós, especialmente aqueles que são percebidos como ameaçadores da frágil segurança dos rótulos e modelos altamente questionáveis.
Estaremos a disposição.
Abraços virtuais (em tempos de pandemia verdadeira, de maioria de falsos políticos, de grande maioria de falsos religiosos - atores, comerciantes da fé, opositores do conhecimento - até de alguns falsos cientistas, sigamos recomendações de instituições como: Anvisa, Universidades Públicas, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Organização Mundial da Saúde!
Vacine-se! Vacine as crianças! Seja comedido com a máscara, com a aproximação afetiva, mas com o distanciamento físico.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.
Olá
Gosto de ideia de questionar esses padrões limitantes. Penso que deve te gerar muita angústia também. Sair desse "padrão" deve ter te custado um olhar muito crítico, o que deveria proporcionar liberdade, se não fosse a sociedade querendo nos encurralar de volta a essa caixinha. Que coragem!
Talvez uma opção seria encontrar algum grupo (se não for possível fisicamente, talvez pela Internet) de pessoas que se identifiquem com a mesma condição que a sua. Isso pode te ajudar a encontrar esse sentimento de normalidade que você deseja (e não acho que deva vir de uma instituição médica, não se trata de uma doença). Pensar em formas de existir sendo o que somos é um desafio enorme, principalmente em meios mais repressores. Entretanto, devemos questionar se é ideal estar "bem ajustado" a uma sociedade doente.
O trabalho da psicologia não é um "ajuste de botões" psíquico, mas sim de compreender o mundo da sua perspectiva. Um outro espaço que pode te trazer esse acolhimento desejado é o da própria terapia. Considere buscar algum profissional que esteja aberto a essa demanda. Se precisar, conte comigo!
Oi Mulher sem máscara,
Parabéns pelo posicionamento.
Que ótimo que stás querendo cair fora dos padrões, que ótimo que estás revoltada, é uma mulher rara!
A vida te fez única, a vida te deu a liberdade e o livre arbítreo para fazer as tuas escolhas e tomar a s tuas decisões;
Voce escolheu a forma de realidade que quer e tem o poder de ser.
Com a possibilidade de ser autônomo, artífice de si mesma e plenamente realizada, por fatores circunstanciais, alterou seu projeto original de vida para seguir uma trajetória comum, programada pela cultura corrente, pelos costumes, pela repetição do fazer sempre igual. Pensa como os outros pensam, gosta do que os outros gostam. O resultado é a perda do seu potencial criativo, da sua força, da sua liberdade.
Dissociada do próprio íntimo, não mais consegue penetrar na essência das coisas. E para se guiar, escolher e decidir aprendeu que devia confiar em parâmetros externos, no que os olhos vêem, no que os ouvidos ouvem, órgãos criados na verdade para outros fins. Dia a dia se envolveu, se estruturou em torno de idéias e valores que acreditou serem válidos, é levada a crer que são válidos, porém dentro de si não confirma isso. Vive constantemente sob esforço e pressão sem, contudo encontrar a resposta adequada que o alimente. É como se mastigasse continuamente sem nunca ingerir.
Esta ação vazia e sem retorno de vida desencadeia ansiedade, angústia, estresse, crise na vida pessoal e profissional que, somatizando-se nos órgãos do seu corpo, são estes progressivamente alterados até aparecer o sintoma: insônia, cefaleia, gastrite, câncer, taquicardia, impotência, frigidez, dificuldade de lidar com as adversidades do meio, desvios de conduta, dependência química e tantos outros. São todas, formas de obstrução contra o desígnio base da forma energética do sujeito e se constituem bloqueios da sua energia produtiva.
Então, agora você precisa recuperar-se, autenticar-se como centro autônomo de operatividade concreta. Tornar-se verdadeiro é compromisso-dever de cada um. Do contrario será somente projeção da própria alienação.
A Psicoterapia cura porque recupera a informação base de ação, reforça-a e anula o traçado mnéstico que se implantou como substituto do desenho da vida.
Sei que estás buscando ser autêntica, se dar o valor que merece como única... depois, novas escolhas poderão vir.
Diga-me aonde queres chegar que te direi o que deves mudar...
Abraços
Olá!
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De fato a sociedade nos impõe alguns padrões e dentro de algumas religiões isso pode ser ainda mais forte.
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Mas não te preocupa, tu não está errada por ser assim. Existem muitas outras mulheres que não se encaixam nos estereótipos e tudo bem.
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Encontrar pessoas com gostos semelhantes aos teus, pode te ajudar!
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Desenvolver algum hobbie, como praticar esportes, tocar instrumentos, cozinhar etc, e fazer parte de um grupo que tenha isso em comum, pode ser muito importante para que tu te sinta melhor.
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Através de atividades em grupos, tu vai se sentir menos deslocada, vai se sentir bem contigo mesmo, pois vai conhecer pessoas semelhantes a ti!
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Mas se estiver em grande sofrimento, busca também uma terapia!
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Espero ué tu fique bem ☺️
