Feita por >Marie Paiva Villas Boas · 20 jun 2020Depressão
Faz dois meses que meu marido saiu de casa, e a dois anos ele foi dignosticado com depressão e ansiedade, mas não vem sendo tratado com psicólogo, só está tomando um antidepressivo que o psiquiatra só dá a receita não atende ele. Antes disso tivemos um relacionamento muito tranquilo, de cumplicidade, carinho e amor, mas desde o momento que começou a acontecer algum desentendimento entre a gente, percebia que ele ficava muito mal, mesmo com as desculpas ele remoia muitas coisa e fiva se menosprezando depois, noivamos e ele estava feliz sempre dizia que que não via a hora de moramos juntos, queria filhos e tudo estava ótimo, um ano depois próxima a data do casamento tivemos uma briga e ele queria acabar tudo alegando que não era bem aquilo que ele queria da vida, só que eu estava grávida e depois de muita conversa acabamos casando, vivemos vem até o nascimento da bebê ele sempre um pai cuidadoso e zeloso com boa duas, foi então que ele me contou da traição dele confessou tudo e me disse que queria ficar comigo e que ia terminar com a amante, eu fique muito mal, e passei a não conseguir mais confiar nele, e tbm passei a jogar muito as coisas na cara dele, relembrava muito o que ele tinha feito e o mau que havia me causado, foi aí que ele começou a se cortar, a dizer que ia se matar e que não consegui parar de sentir culpa, procurou então ajuda profissional que não durou muito e hoje está apenas tomando antidepressivo. Confesso que desde que ele foi dignosticado eu nunca soube lidar muito bem, eu exigia muito, por diversas vezes perguntava o porque dele estar daquele jeito, jogava coisas na cara e muitas vezes não conseguia me sentir bem pelo fato dele não me dar afeto. Durante esses dois anos tivemos altos e baixos, dias muito felizes e outras brigas por sempre o mesmo motivo, ele sempre se questionou sobre nossa relação, como se não pudesse amar, não fosse merecedor e muitas vezes dizia que tínha vivido comigo por esse anos por conta da carência e depois por conta da nossa filha. Antes de ler sobre depressão e entender um pouco sobre o comportamento de uma pessoa assim eu achava que tinha vivido uma mentira, mas desde que ele saiu daqui, vejo que ele tem piorado está sobrevivendo e só vive a dormir e trabalhar, disse que por vezes nem se alimenta, tem vindo ver a filha mas ela não tem recebido muito bem e eu estou sofrendo muito pois sinto a falta dele de mais.
Gostaria de ajudar e saber se ele se tratar corretamente temos chance de reagatar nossa relação?
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23 JUN 2020
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Marie
Há várias coisas:
1 - Os dois precisam fazer psicoterapia para se conhecerem e curar os problemas particulares porque se não sabe lidar consigo mesmo, se não tem domínio sobre si mesmo é impossível lidar com o outro.
2 - Ele precisa de Psicoterapia e não de medicamentos. Medicamentos não cura, apenas ajudam. Quem cura é a consciência e ele precisar compreender várias coisas na vida dele.
3 - Resgatar a relação? Depende de os dois quererem mudar.
Oi Marie! Obrigado por participar. Sempre temos que pensar as pessoas com a mais completa inteireza delas. Há uma tendência de fixarmos a análise nas partes sofridas. É preciso resgatar a inteireza de vocês. Você pode ajudar seu marido a sentir-se mais compreendido, ele precisa resgatar a história inteira dele, contendo esses episódios ruins, mas sendo, o lado bom, muito maior do que o lado ruim. Também há nele potencialidades e possibilidades a serem exploradas. A rotina precisa ser reorganizada. Será muito enriquecedor poder contar com a criança, que naturalmente representa, nessa idade, vínculo altamente motivador e espontâneo. Isso não quer dizer usar a criança para isso, quer dizer que crianças nessa idade são muito motivadoras, engraçadas, curiosas, interessantes em suas formas de viver de agir diante das coisas. Será muito enriquecedor que ele e você, não necessariamente juntos, possam passar por processo técnico-científico, com um psicólogo, com persistência, abertura mental e disciplina. Estamos à disposição. Abraços virtuais (em tempos de pandemia, saia de casa, somente para o que for relevante, com máscara, higiene e distanciamento físico: minimize a possibilidade de chorar mais uma morte de pessoa próxima!) Ary Donizete Machado - psicólogo clínico.
Li seu relato e me parece que está sendo muito difícil toda essa situação.
Posso estar enganada pois não conversei contigo de forma mais profunda para tirar conclusões mais assertivas, mas me parece que você tem um misto de sentimentos, como amor, culpa, carência e ele da mesma forma. Estou correta?
É muito complicado ter uma relação amorosa com alguém com depressão, sempre digo que tão importante quanto a pessoa depressiva fazer terapia o cônjuge também, para saber lidar não só com a situação, mas com os próprios sentimentos que por vezes se misturam como disse (raiva, culpa, tristeza).
Ao meu ver não foi falta de amor que separou vocês, mas sim sentimentos e situações não "digeridas" e trabalhadas.
É possível sim resgatar essa relação, desde que os dois façam terapia, caso contrário podem fazer mais mal do que bem um para o outro.
E, pelo seu relato, ele não deveria em hipótese alguma ficar sem acompanhamento de um Psiquiatra e sem fazer terapia, por ser uma pessoa com depressão e tendencias suicidas.
Espero ter ajudado
Caso queira se aprofundar um pouco mais sobre essas questões, tenho 14 anos de experiência na área e sou apaixonada pelo meu trabalho, agende um horário que terei prazer em lhe acompanhar nessa trajetória.
A primeira sessão não tem custo e pode ser feita online.
