Crise conjugal
Sou casada a dois anos, não tenho filhos, e estou passando por tratamento de fertilização in vitro por causa de infertilidade do meu marido. Logo que casei, montei a casa sozinha, dei a entrada no financiamento do nosso apartamento e mobiliei o apartamento com despezas que paguei sozinha. Na época, minha sogra consumia todos os recursos do meu marido, fazendo obras intermináveis nas propriedades dela, ou seja, engordando o patrimônio dela. Três meses depois, eu com vários cheques pré datados batendo na minha conta, minha sogra ficou botando na cabeça do meu marido que ele deveria levar o sobrinho para passear nos EUA, e meu marido foi embarcando nas idéias malucas de minha sogra. Fiquei irritadissima com essa história, pois quando fiquei sabendo, o meu marido já estava providênciando passaporte e visto pro garoto. Tive uma briga séria, pedi o divórcio pois estava me sentindo uma palhaça bancando a casa enquanto ele armava uma viagem para o exterior com o sobrinho, acobertado pela cobra da minha sogra. Depois ele me disse que não seria pra viajar agora, que estava tirando os documentos para uma viagem no futuro. Apesar de pagar tudo sozinha, fiz questão de colocar o nome dele na escritura do apartamento. Minha sogra é viúva e mora sozinha, e meu cunhado vive em outra cidade, ficando a cargo do meu marido os cuidados e visitas diárias a minha sogra, que mora próximo a nossa casa. Não bastasse isso, meu cunhado também tem um filho com a ex-mulher, e o garoto, que atualmente tem 16 anos, vive em outra cidade com a mãe, mas frequentemente vem passar férias e feriados prolongados na casa da avó (minha sogra). O fato é que meu marido fica fazendo o papel de pai do garoto, tendo que ir em outra cidade buscar e levar o garoto porque o pai dele sempre dá uma desculpa de que não tem tempo, não tem dinheiro pra gasolina, o pneu está careca, ou que está trabalhando. Muitas vezes é pura mentira, pois o pai é professor, e nenhum professor dá aulas em feriados como por exemplo o carnaval. Mas o meu marido parece que sente prazer em ficar bancando de "pai" do garoto, levando e buscando na cidade em que ele mora, pagando despesas como conta de celular do garoto, cursinho de inglês, tratamento de dentista, óculos novos, acessórios caros de games, entre outros. A desculpa é sempre a mesma: de que o irmão dele é professor e ganha pouco e que ele quer ajudar o sobrinho. Acontece que também não somos ricos, e trabalhamos em horário integral na capital, o que nos oferece um salário razoável, mas estamos com muitas despezas em razão do tratamento de fertilização in vitro. Quando o garoto está na casa de minha sogra, meu marido quer passar a maior parte do tempo com o sobrinho, levar ele para comer em restaurantes caros, passear, dar presentes caros, e percebo um certo interesse do garoto em ficar na casa da avó para usufruir dos "mimos" do meu marido e não faz questão de ir para a casa do pai que fica no litoral. O pai também pouco vem na casa de minha sogra para visitar o filho, pois usa da desculpa que não tem dinheiro para a gasolina, mas possui celular de última geração. E minha sogra faz questão de ficar empurrando o garoto para o meu marido. Fica ligando toda hora pra saber que horas o meu marido vai lá pra ficar com o garoto. Mas o que me chateia nisso tudo é que me sinto muitas vezes em segundo plano para o meu marido, pois no meu aniversário o meu marido não faz questão de me presentear, mas faz questão de dar presentes caros fora de época para o sobrinho. Recentemente passei por um aborto, e enquanto eu fazia o exame na clínica, ele ficava conversando no telefone com o sobrinho. Diariamente meu marido liga pra saber se o "marmanjo" de 16 anos escovou os dentes, penteou o cabelo e tomou banho. Eu peguei o protocolo do exame e ficava de hora em hora acessando o site da clínica angustiada para saber o resultado, enquanto que o meu marido, da clínica foi direto para a casa da mãe pra passar o dia com o sobrinho, e eu estava tendo um aborto em casa sozinha. Fico muito angustiada com isso, pois acho que estou o tempo todo em segundo plano, sinto que se eu tiver um filho/filha, a criança também vai viver sendo preterida e na sombra do sobrinho. Sempre brigamos, e depois que o garoto vai embora as coisas se normalizam, mas basta um feriado se aproximar pra comecar a angústia de novo. Sei que o maior culpado é meu marido, pois o garoto cresceu acostumado com ele no papel de pai, mas já cheguei em um ponto que estou até tomando implicância com o garoto. Apesar de amar meu marido, ando extremamente desgastada com a família dele, e não faço mais questão de me aproximar deles.