Solidāo X Solitude - isolamento imposto e opcional
A solidão é uma condição que provoca grande sofrimento e desamparo. Pode ser causada por luto, separação e afastamento das pessoas. A solitude é a opção em desfrutar prazer em sua própria companhia.
Solidão é a condição em que as pessoas se encontram sozinhas, sem amparo e com demasiado sentimento de tristeza.
A solitude, por sua vez é uma opção em estar por alguns momentos ou por ser assim seu estilo de vida. A solitude, ao contrário da solidão proporciona muito prazer.
O solitário tem o desejo de se relacionar, porém sente muita dificuldade, como no caso dos tímidos, pacientes com fobia social ou adolescentes atravessando a crise da adolescência.
O isolamento é visto como inadequado e um estar que provoca sofrimento, angústia, ansiedade.
O introspectivo pode ser isolado por dificuldade de relacionamento e refletir sobre as situações ou ser recolhido por opção própria.
A solitude é uma opção por estar só em que não há sofrimento, ao contrário, a pessoa experimenta momentos de muito prazer em sua própria companhia.
Estar só, muitas das vezes, é visto como algo disfuncional, patológico e discriminatório.
1. Solidão
O abandono pelas pessoas queridas: filhos, amigos, cônjuges, colegas pode ser uma situação que provoca ansiedade, depressão, desespero, angústia, sentimento de inadequação e muito sofrimento.
O solitário não suporta ficar sem a presença de outras pessoas. Isso lhe causa muita tristeza, angústia atė depressão.
Ele não encontra com quem falar, desabafar e não há quem o convide para sair.
Tem necessidade de relacionamento e encontrar alguém para amar e ser amado. Há aquele desejo de ter sempre a companhia de alguém para dividir suas noites.
Aquele que vive a solidão sente muita carência afetiva e necessita de carinho e atenção. Sente-se inseguro, desprotegido, desamparado, desanimado, incapaz, incompleto como se faltasse algo em sí.
Essa situação do solitário lhe causa extremo sofrimento e abatimento.
É insuportável a solidão para àquele que a vive.
1.1 Causas da solidão
A timidez pode ser um dos motivos que leva a pessoa a adotar esse comportamento.
Há doenças que levam as pessoas estarem só, povocadas por psicopatologias como transtornos do humor como depressão, bipolaridade, transtornos de personalidade como transtorno borderline, antisocial, esquizoidia, esquizotipia e transtornos alimentares.
Outras doenças também podem gerar solidão como hipertensão, problemas cardiovasculares como afirma Ana Valente.
A solidão pode ser causada também por luto, separação, dificuldades emocionais e de relacionamento, fobia social, baixa autoestima, dificuldade em se comunicar e adaptar-se ao meio ou mesmo viver um abandono real.
1.2 Consequências da solidão
A solidão pode gerar um vazio existencial e emocional.
A pessoa pode se sentir perdida na sociedade e não identificar uma direção a seguir.
O solitário se perde em seus propósitos. Tende a ter dificuldade em ter desejos. Pode sentir muitos medos, insegurança e baixa autoestima.
A solidão, em tempos muito prolongados, provoca mudanças cerebrais como o aumento do cortisol, substância liberada no cérebro causada por estresse.
Viver só por muitos anos, pode levar as pessoas à insanidade. É o que se observa em presidiários que vivem anos numa solidária.
1.3 Tratamento para a solidão
A ocitocina conhecida como o hormônio do prazer produz efeitos neurológicos que amenizam esse sofrimento e faz o solitário se sentir melhor, podendo ter menos dificuldade em entrar em contato com outras pessoas.
Outra profilaxia é um tratamento psicoterápico que permitirá o autoconhecimento e saídas para esse comportamento.
2. Solitude
A solitude é um isolamento voluntário.
É a felicidade em estar só.
A pessoa que vive a solitude não sofre solidão. Não tem medo de ficar sozinha e aprecia ficar só.
Segundo Paul Tillich, a mente fica tranquila e é quando a pessoa entra em contato com sua essência.
O isolamento voluntário também é conhecido como a glória e felicidade em estar em sua própria companhia.
Na solitude a pessoa sabe que tem pessoas próximas, que tem alguém para contar, mas ainda assim opta por estar só.
A solitude não dói como a solidão.
O solitário não tem ninguém e isso lhe causa muito sofrimento e como sintoma preponderante a tristeza que pode levar à depressão.
A solitude é positiva e leve para quem a vive. Na solitude, o amor próprio tende a aumentar.
Há muitos momentos de reflexão e crescimento emocional.
Há a consciência dos pontos fortes e fracos e a possibilidade de confrontá-los o que trás crescimento pessoal. Essa experiência permite encontrar estratégias para alcançar seus objetivos.
Solitude é uma reclusão deliberada.
2.1 Vantagens da Solitude
Mihaly Csikszentmihalyi em 1994, afirmou em seu estudo da Psicologia da Felicidade que a solitude propicia felicidade, inovação e realização de talentos criativos.
Na solitude a pessoa se conhece melhor, se torna mais observadora e reflexiva.
São momentos de exílio, intercomunicação e retraimento.
Outra vantagem é que libera o estresse e a pessoa passa a sentir-se em paz e de bem consigo mesmo.
São momentos em que a pessoa que adota esse comportamento, pode se curtir, se aceitar, se amar.
Permite também a organização dos pensamentos.
A solitude é um aprendizado, um movimento de aprender estar só.
2.2 Benefícios da Solitude
Aumenta o autoconhecimento.
São momentos de criatividade do chamado ócio criativo.
Trás também a reflexão quanto à resolução de problemas cotidianos.
Propicia relaxamento e prazer em estar em sua própria companhia.
A melhor parte da solitude é a pessoa ter a plena liberdade de fazer o que quer.
Um dos benefícios desses momentos é a elevação da autoconfiança e viver momentos em que não há interferência de ninguém em seus desejos, comportamento e decisões.
É o tempo para fazer o que gosta como ler, escrever, estudar, assistir filmes e documentários, passear e viajar
Para aquele que não gosta de relacionamentos e não tem paciência com os outros, é a melhor opção de uma vida com liberdade e felicidade.
Outro benefício da solitude é tornar-se uma pessoa melhor e assim ter mais facilidade em se adaptar ao meio, mesmo aquele em que não nutre simpatia.
É benéfico a oportunidade de priorizar o que ama, fazer e se permitir descobertas que a liberdade oferece.
Desenvolve a habilidade em fazer laços mais fortes com os indivíduos em momentos interpessoais e sociais.
3. O oposto da solidão ou isolamento
As pessoas que convivem frequentemente na companhia das pessoas desenvolvem empatia, intimidade, comunicabilidade.
São momentos de contato e convivência.
Há a frequentação em espaços de convivência e uma adequação à cultura da sociedade.
Há a coletividade e a congregação.
4. Solitude e Inteligência
Segundo o estudo publicado no British Journal of Psychology, pessoas com coeficiente muito elevado de inteligência, tendem optar pela solitude, pois para essas pessoas as relações lhes trazem muitos problemas, insatisfações e incômodo.
5. Isolamento, danos cerebrais e comunidade
Segundo o estudo da Universidade de Buffalo em Monte Sinai, o isolamento extremo pode levar a danos cerebrais irreversíveis.
Aquele que se isola pode desenvolver depressão e perder a vontade de viver.
O isolamento provoca mais isolamento, como num círculo vicioso.
Por fim, as pessoas solitárias ou que adotam a solitude, costumam ser mal vistas socialmente.
Tem-se o costume de descrevê-las como indivíduos desajustados e podem sofrer discriminação, o que provoca mais solidão.
Bibliografia:
- História da solidão
Georges Minois
- O caminho para vencer a dor de se sentir solitário
Maurício Zágari
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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