​Setembro amarelo: mês de prevenção ao suicídio

Setembro Amarelo, uma campanha que alerta sobre a importância de falar sobre o suicídio como forma de prevenção. Sabia que 9 de cada 10 casos poderiam ser evitados? Saiba mais neste artigo!

5 SET 2017 · Leitura: min.
​Setembro amarelo: mês de prevenção ao suicídio

A menos de uma semana do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro, vale a pena reforçar a mensagem da campanha Setembro Amarelo, que pretende alertar sobre a importância de falar sobre o tema, quebrando tabus. Quem esclarece o tema é a psicóloga Maitê Hammoud.

Não podemos nos esquecer de que o ano de 2017 foi marcado pelo polêmico jogo Baleia Azul, que motivou uma série de suicídios no mundo todo. Isso sem falar da série da Netflix 13 Reasons Why, que atraiu a atenção de milhares de pessoas para o sofrimento de quem é vítima.

O tema, entretanto, ainda divide opiniões. Quando o assunto é suicídio, podemos destacar que se trata de um problema de saúde pública, e, infelizmente, lidamos com estatísticas crescentes, principalmente pelos tabus que envolvem o tema e só servem para deixar quem sofre de pensamentos suicidas com a sensação de sentir-se sem opções; e àqueles que suspeitam e têm o desejo de ajudar, se paralisam por não saber como agir.

Os números oficiais revelam que 32 brasileiros morrem em razão do suicídio diariamente, superando a escala de vítimas da Aids e da maioria dos tipos de câncer. Não fica dúvida de quão importante é falar sobre a prevenção, verdade?

Suicídio: o mal silencioso

A Organização Mundial de Saúde estima que 9 em cada 10 suicídios podem ser prevenidos, quando fornecidos apoio e tratamento adequado. O que ocorre na maioria dos casos é que, pelo desconforto e constrangimento que o tema desperta nos envolvidos, o mal costuma ser silencioso, sendo desconsiderados alertas que indicam a necessidade de intervenções imediatas.

Então quais seriam os principais fatores para mapear o suicídio?

1) Mais frequente em jovens adolescentes e idosos

Por serem imediatistas e terem mais dificuldade na expressão de suas emoções e conflitos, os adolescentes ficam mais vulneráveis a tentativas de suicídio. Os idosos, por sua vez, lidam constantemente com limitações, sentindo-se desmotivados em relação às suas próprias vidas, o que os leva a deixar de tomar medicamentos vitais ou então tomá-los em excesso.

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2) Mais frequente em pessoas que lidaram com uma perda

Em casos assim, são mais suscetíveis pessoas que sofreram alguma perda importante, por exemplo, viúvos ou divorciados.

3) Mais frequente em homossexuais e bissexuais

O fato de serem obrigados a lidar constantemente com o preconceito da sociedade e a desaprovação da família faz com que homossexuais e bissexuais sejam mais vulneráveis ao suicídio.

4) Mais frequente entre profissionais da saúde

Diferente do que as pessoas imaginam, o suicídio está mais presente em profissionais de saúde, especificamente médicos e dentistas, possivelmente por terem acesso e conhecimento a métodos letais e por terem dificuldade em buscar ajuda, sentindo-se sempre na posição de cuidador e nunca de paciente.

Outra profissão que é um sinal de alerta são os policiais ou demais áreas que trabalham com porte de arma.

5) Mais frequente em pacientes com doenças crônicas

As chances de tentativa de suicídio aumentam para pessoas portadoras de doenças crônicas, pelo fato de terem dificuldade em lidar com suas perspectivas limitadas de futuro. Merecem destaque quadros de HIV, câncer e esclerose múltipla.

6) Mais frequentes em pacientes com transtornos psiquiátricos

Boa parte dos casos de suicídios ocorre em pessoas que sofrem de transtornos psiquiátricos, sejam eles transtornos de humor, transtornos alimentares, transtornos de personalidade, ou outros.

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Estação do ano e dia da semana

Vale destacar que há dois fatores temporais que interferem na incidência de casos de suicídio:

  • Estação do ano: suicídios costumam ocorrer em maior escala no início da primavera, justamente pelo contraste de cor, luz e alegria que a estação impacta para aquele que está sem perspectivas de futuro.
  • Dia da semana: suicídios costumam ocorrer no período da manhã de segunda-feira atribuindo-se ao fato do sofrimento ao pensar em iniciar mais uma semana quando a desesperança está presente.

Apoio e cuidados

O suicídio torna-se atraente em um momento de desespero, no qual a morte parece ser a única maneira de acabar com o seu sofrimento. Abordar o tema com aquele que está passando por um momento difícil pode ser o fator que ajude a evitar que o desespero tome o controle da situação.

É fundamental que sejam proporcionados acompanhamentos psicológico e psiquiátrico, e que aquele que venha percebendo pensamentos intensos conte com apoio de amigos, familiares e redes específicas como o Centro de Valorização a Vida.

Sem substituir o acompanhamento e apoio profissional, o simples acolhimento e disponibilidade podem amenizar significativamente o sofrimento de alguém, resgatando as perspectivas em relação à sua vida.

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Setembro Amarelo

A campanha Setembro Amarelo iniciou suas primeiras atividades em 2014, por uma iniciativa conjunta da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), do Centro de Valorização da Vida (CVV) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), inspirados na iniciativa mundialmente conhecida da Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (IASP).

Além da iluminação de monumentos públicos para conscientização, a campanha ainda prevê ações de rua, como caminhadas, passeios ciclísticos, e abordagens em locais públicos de diversas cidades.

Fotos: por MundoPsicologos.com e divulgação Setembro Amarelo

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Escrito por

Maitê Hammoud

Psicóloga clínica com curso de aperfeiçoamento em psicanálise, é especialista no atendimento de adolescentes, adultos e terceira idade. Seguindo a abordagem psicanalítica e da terapia breve, atua com foco em transtornos emocionais e comportamentais, relacionamentos interpessoais e questões familiares.

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