Será que aquilo que um parceiro fala é o que o outro escuta?

Em certos momentos da nossa vida, temos a nítida sensação de que o nosso relacionamento parece estar desmoronando. Perguntamos: como isso é possível? No início parecia tudo perfeito!

23 MAR 2015 · Leitura: min.
Será que aquilo que um parceiro fala é o que o outro escuta?

A resposta é fácil. No início dos relacionamentos só enxergamos as qualidades do outro. Tudo que poderia nos desagradar não é sequer considerado. Criamos uma imagem ilusória de um ser ideal. Um ser que se encaixa em todas as nossas expectativas. Fantasiamos, sonhamos, ficamos temporariamente fascinados. É como se o foco de luz de uma lanterna somente iluminasse o lado "maravilhoso" daquele parceiro ideal, sendo este o único lado visto.

No decorrer dos relacionamentos, esta "programação" da fascinação amorosa vai sendo revisada. Os traços desagradáveis do outro começam a ser percebidos. As expectativas irreais iniciais começam a ser notadas, e a desilusão aparece. Nesse momento, é como se começássemos a inverter o foco luminoso da lanterna. O que antes somente iluminava características positivas, agora ilumina apenas características negativas do parceiro.

E aí nos perguntamos: qual das duas iluminações é a correta? Para responder a esta pergunta, talvez precisemos usar a luz da lanterna de forma mais ampla. Mas como faremos isso? Ampliando o nosso conhecimento tanto sobre as nossas significações e interpretações quanto as dos nossos parceiros. E para que isso servirá? Para que uma comunicação menos distorcida entre ambos possa ser construída. Como assim?

Ao construirmos um entendimento sobre o significado do que o outro está pensando, dizendo e sobre o que nós estamos pensando, dizendo; podemos evitar inúmeras discussões, conflitos, desilusões e mágoas. Mas como conseguir este entendimento? Primeiro com o seguinte aprendizado: aquilo que um vê, sente, pensa, interpreta, significa e escuta não é igual ao que o outro vê, sente, pensa, interpreta, significa e escuta.

Por quê? Por que enxergamos o mundo a partir de bases individuais únicas construídas desde a infância. E através destas bases que o nosso pensamento está fixado. O pensamento entende as nossas próprias bases não as bases do parceiro.

Muitas vezes, temos a certeza de que o outro sabe o que queremos transmitir, porém, na maioria das vezes, ele não tem nem ideia. As bases não permitem. E aí o conflito está completo. A comunicação incompleta. A luz da lanterna sem ampliação do foco. Para ampliá-la precisamos aprender uma nova comunicação.

Foto: por Neglected Mind (Flickr)

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Escrito por

Claudia Brandão Lobato Cunha

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