​Se fosse para falar sobre sua história, como ela seria contada?

​Cleunice Paez Psicóloga descreve o quanto é importante nos questionarmos sobre nossa história, porque somos o que somos e como ela seria contada.

15 AGO 2017 · Leitura: min.
​Se fosse para falar sobre sua história, como ela seria contada?
Imagine que você precisa contar e escrever tudo que viveu na vida, qual foi a sensação mais presente? Qual foi sentimento mais predominante que você carregou durante a vida?

Essas perguntas, e muitos outros questionamentos fazem parte de um processo existencial, momentos em que você se pergunta "Quem sou eu? O que eu realmente quero para minha vida será que é isso mesmo?"

Idealizamos uma vida inteira e depois nos frustramos, porque muitos sonhos simplesmente não se realizaram. Possuímos uma dificuldade enorme em valorizar o que conquistamos, mas sabemos nossos defeitos e ressaltamos o que "não conseguimos" com a maior sabedoria.

Existe um modo interno chamado "pai punitivo" dentro de nós, aquele eu que cobra, que pressiona e diz "como você pode relaxar, com tanta coisa para fazer"? Aquela cobrança de coisas que "tenho que fazer". Normalmente isso tem a ver com a criação relacionada aos nossos pais, às vezes foi uma mãe muito rígida, ou um pai severo, ou até mesmo a falta de cobranças dos pais. Acabamos desenvolvendo nossos padrões e regras, obrigações e autopunições para conseguir se adaptar ao mundo.

Normalmente entramos em alguns pólos, não levamos nada a sério, colocamos a criança interna para brincar com a vida e depois não conseguimos ter maturidade e disciplina. Do contrário, levamos tudo muito a sério e não conseguimos relaxar, porque entramos no modo punição. Os dois modos, podem se transformar em frustrações, pela falta de foco e indisciplina ou pela falta de bom humor.

Precisamos encontrar um equilíbrio, entre quem somos o que queremos. A busca pela reestruturação do lado adulto e de maturidade, responsabilidade sem punição, para um desenvolvimento sadio deve ser contínua! Isso te permite viver uma vida mais funcional e assim conseguir alcançar seus planos, porque você racionaliza sobre suas idéias e assim toma as decisões mais acertadas.

Todas as questões existenciais são questionamentos produtivos, desde que você saiba focar e tirar algum proveito ou sabedoria disso, do contrário, se tornam cobranças sem fim e angústias sem rumo. De certa forma, pensar sobre a existência é se localizar no mundo, se adequar e definir os sentidos da vida.

Precisamos lembrar sempre de nossas conquistas, de tudo que foi bom em nossa vida, das pessoas que conhecemos, e que de certa forma tiramos uma sabedoria sobre nossa história.

Fazer as pazes com o passado, dar sentido a sua vida, saber qual o seu propósito e o que te faz vibrar é a melhor forma de compreender, porque somos quem somos e porque decidimos certas escolhas.

Não entre em comparações injustas com outras pessoas, cada um teve suas batalhas, sua profissão, família, suas oportunidades e tomada de decisões. Comparar-se em relação aos outros só te entristece, temos um poder enorme de nos rebaixar e desqualificar toda nossa luta, como se apenas o outro fosse melhor.

Sabe aquela história, de que a grama do vizinho é sempre mais verde? Justamente, o conceito é de a vida do outro é sempre mais interessante que a nossa, nem sempre sabemos de todas as verdades e nem sempre a felicidade alheia é real, e afinal porque isso incomoda? Somos tão egoístas, que a felicidade do outro tem um poder tão grande, que consegue nos entristecer!

Para que tanta punição, obrigação e padrões de "tenho que fazer"? Quem são os responsáveis pelos monstros que nós mesmos criamos?

Qual o enredo de sua história? Preste atenção aos sinais do que te deixa em paz, dos seus sonhos e de tudo que ainda pode criar e vir escrever sobre sua história.

Busque ser mais suave com você mesmo, aceite as coisas e seus acontecimentos, se cobrar pelo passado é uma guerra sem fim e inútil. Antecipar o futuro, é viver ansiosamente.

Volte o olhar para quem você é hoje. Como seria seu capítulo final? Sua vida pode ser uma novela mexicana e ainda assim " está tudo bem"!


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Escrito por

Cleunice Paez

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