Saúde e qualidade de vida como desafio psico-espiritual

A saúde é a nossa meta suprema de vida, uma dádiva de Deus. Aqueles que não são tão ambiciosos costumam rezar pedindo a Deus por saúde e proteção, porque “o resto a gente corre atrás".

6 NOV 2014 · Leitura: min.
Saúde e qualidade de vida como desafio psico-espiritual

Sentir-se saudável, ou seja, não ter nenhuma doença, é um alívio, um conforto, especialmente, nesses dias atuais onde pelo menos uma pessoa de cada família tem ou já teve câncer, sofre de problemas cardíacos, diabéticos ou algum outro crônico.

O fato é que a saúde é, realmente, uma bênção. Mas, não falamos somente da saúde como a ausência de doença, aquela que se instala no nosso corpo físico e procuramos um médico para que com sua dedicação e competência nos medique e nos sintamos confortáveis.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como o estado de completo bem estar do ser humano integral: biológico, psicológico, social e espiritual. E, é muito interessante notar, que, agora, desde 1998, o espiritual também integra esse conceito, chegando a uma visão totalitária do homem, na sua multiplicidade.

Entretanto, na grande maioria das vezes, o que fazemos é: valorizamos um determinado aspecto, geralmente o físico, porque é aquele que mais incomoda, preocupa, doe, faz sofrer, nos coloca em contato com a iminência da nossa própria morte e, dessa maneira, terminamos por descuidar ou negligenciar os outros. Quando o desafio é, assim como o malabarista do circo, conseguir manter todos os pratos no ar ao mesmo tempo, com habilidade, leveza e graciosidade.

E, para isso, precisamos estar verdadeiramente atentos a nossa saúde integral e aos sinais que nos são enviados, inclusive, alguns em forma de doença física propriamente. E, muitas vezes, ao nos depararmos com a doença, nos queixamos, reclamos e lamentamos: "ó, meu Deus, mas por que comigo? Ou: por que com meu filho, minha mãe ou qualquer outro ente querido que é tão bondoso?". E, assim, paralisamos, muitas vezes, na angústia da não aceitação, da revolta, e perdemos a chance de fazer a pergunta inteligente, sábia:

  • o que essa doença quer me mostrar?
  • onde estamos atrapalhando a nós mesmos?
  • o que quer me ensinar? e O que preciso aprender?
  • o que mudar, transformar nessa minha vida?
  • siante de que tarefa psíquica, espiritual a doença me coloca?

A vida é cheia de paradoxos e um destes nos apresenta de forma muito interessante, sutil, quando a doença nos mostra o caminho para a busca da qualidade de vida, enquanto saúde física, emocional e espiritual, pois a doença pode nos ajudar a enfrentar a nossa própria sombra, nos mostra o que excluímos de nossas vidas ou nos "protege" de alguma sobrecarga emocional para a qual não estávamos preparados para enfrentar.

Nesse sentido, a doença é um símbolo através do qual a nossa alma se expressa. Como também, conforme entendimento de alguns estudiosos, a doença de um membro da família pode demonstrar o estado da família, como um espelho no qual os outros também poderiam se ver, como se aquele ente doente fosse aquele que denunciasse o sintoma familiar.

Portanto buscar a saúde e a qualidade de vida, é cuidar generosamente do nosso corpo físico, residência da nossa alma, e reconciliarmo-nos com a nossa própria sombra, admitir as necessidades que ficaram reprimidas por longo tempo, aceitá-las de forma que também possam ser aceitas pelos outros; bem como, reconhecer também talentos e potenciais que ficaram presos, e num dado momento, clamam para que sejam ouvidos, expressos e manifestos.

E esse caminho se dá pela ampliação da nossa consciência para que estejamos atentos ao que a nossa alma, sede do nosso ser, nos pede, aprendendo a ouvir e entender os sinais que vamos tendo ao longo da vida e que nos convida para um cuidado consigo, com a expressão da nossa vocação, como um chamado do que sua sabedoria interior realmente quer.

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Escrito por

Ana Cristina Botelho - Psicóloga

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