Qualidade de vida nas famílias com membros acometidos por obesidade

Este artigo traz um tema urgente: conhecer, compreender, entender a forma como as famílias, especificamente, aquelas que possuem algum membro acometido da obesidade, funcionam, estruturam-se, relacionam-se e quais os fatores nas histórias dessas famílias exerceram e exercem influência na atualidade.

A obesidade deve sair de seu lugar individual, solitário, isolado para compor um todo. Sai da condição de sintoma para uma situação multifacetada, de ciclos de vida, do transgeracional. A pesquisa realizada para este artigo (resultado de uma tese de doutorado), destacou alguns fatores de risco, que confirmam essa transgeracionalidade entre as gerações:

• existe uma conexão da obesidade com a infância- estando ligada ao desenvolvimento da pessoa;
• há aspectos cíclicos continuados de ganhar e perder e de novo ganhar e perder peso;
• existem nas famílias outras pessoas que também sofrem com a obesidade; e
• a passagem dos hábitos alimentares de uma geração para a outra.

As famílias que possuem membros acometidos por obesidade possuem uma dinâmica familiar própria, que pode ocasionar a doença - excesso de peso e/ou obesidade de um ou mais de seus membros.

A transgeracionalidade foi comprovada a partir do momento da qual verificou-se que as pessoas acometidas com a obesidade foram se constituindo como obesas ao longo das gerações e de suas próprias histórias de vida.

Além da transgeracionalidade existe outro ponto: o contexto social e a obesidade - esse deve nos fazer refletir sobre a importância de se conhecer o contexto social que envolve a obesidade, os planos futuros, a necessidade de sair do sedentarismo e uma mudança nos hábitos alimentares desenvolvidos.

Sabemos que uma pessoa com excesso de peso e/ou obesidade perde sua qualidade de vida ou a prejudica, pois essa doença provoca inúmeras doenças: hipertensão, diabetes, câncer e outras, as chamadas comorbidades.

Por conseguinte a dinâmica familiar em uma família onde existem pessoas acometidas por obesidade, nos permite concluir que existe uma transmissão entre as gerações da doença sobre os membros dessa família, há uma dinâmica própria, na qual:

1. a obesidade surge desde a época da infância;
2. a obesidade é cíclica;
3. existe uma coexistência da obesidade na família- outros membros com a mesma doença;
4. os hábitos são passados de geração a geração.

O tratamento da obesidade, então, é complexo e deve ser multidisciplinar: nutricionistas, educadores físicos e psicólogos são de suma importância.

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