Psicoterapia de apoio ao paciente oncológico e/ou ao familiar cuidador

Um diagnóstico de câncer não é fácil para nenhum ser humano. Considerando que todos temos defesas psicológicas inconscientes, a negação é a primeira defesa após o diagnóstico.

21 SET 2019 · Leitura: min.
Psicoterapia de apoio ao paciente oncológico e/ou ao familiar cuidador

A psicoterapia de apoio ao paciente oncológico atua como propulsora para que o este consiga trazer à tona seus anseios e medos, lhe permitindo sua compreensão e aceitação da melhor forma possível, possibilitando maiores índices de resposta aos tratamentos estabelecidos pelos critérios e protocolos médicos.

Nesta dinâmica, é possível avaliar a demanda, o enfrentamento e o prognóstico da doença, os recursos psíquicos disponíveis e a existência de comprometimentos emocionais decorrentes. A pessoa por traz da doença é que está sendo acolhida neste processo.

Ansiedade e depressão são sintomas vivenciados por todos os pacientes com uma doença grave e que têm consciência dela. Ao se colocar sob ordem e direção do que lhe é imposto, processos inconscientes de defesas emocionais potencializam o sentimento de perda de tudo, falta de autonomia, projetos, a dificuldade de expressão de afetos, raivas, culpas.

Uma infinidade de sentimentos que mesmo se diferenciando de pessoa para pessoa, expressam o mesmo: o medo de não conseguir superar o desafio da doença, incluindo o de morrer.

A depressão pré-existente ou pós diagnóstico é de fato um determinante negativo nos resultados dos tratamentos para remissão do câncer.

A ressignificação da doença, no contexto individual e familiar e o desenvolvimento de metas de vida com bases mais realistas, com possibilidades de retomada de vida para atividades familiares, talvez profissionais, sociais, se concedendo planos, com expectativas para o futuro é essencial, alavancando os melhores resultados em direção à cura e ou à qualidade de vida apesar da doença

Felizmente hoje podemos atuar de forma mais otimista diante de um diagnóstico de câncer. Ciência, medicina, novas tecnologia e novas compreensões do bem viver (informação /educação/ conscientização), podem tanto alcançar patamares elevados de remissão da doença, como ainda melhor, preveni-las.

O cuidar do cuidador (familiar) é uma atitude de envolvimento emocional também, uma responsabilidade mais do que uma ocupação. Há um envolvimento com relação ao outro que ultrapassa o contexto pessoal e alcança um contexto de humanidade.

É este familiar que recebe toda a demanda do paciente, dos tratamentos, leva à família, cuidando para que tudo funcione conforme os tratamentos exigem, com o propósito de mobilizar recursos para readaptação devido às mudanças temporárias ou não neste momento impostas.

Suas dificuldades nem sempre expressadas, escondem conflitos e também medos internos que ficam sem acolhimento e podem levá-lo a ficar sem energia, para si e para o outro que é cuidado.

Isto quer dizer que paciente e familiar cuidador necessitam de acolhimento para o enfrentamento das demandas traumáticas decorrentes do diagnóstico de câncer, dos tratamentos invasivos, que causam também transtornos emocionais e às vezes severos.

Um atendimento especializado e humanizado em todas as áreas interdisciplinares e em especial psicoterapêutico ao paciente oncológico e cuidador familiar, traz o suporte necessário para o enfrentamento de tão exigente desafio para todos os envolvidos.

"Cuidar é uma atitude amorosa ou deve ser, como deve ser também o viver".

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Escrito por

Rosemary P. de Moraes e Silva

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