Posso estar sofrendo de depressão?

11,5 milhões de pessoas sofrem com depressão conforme dados fornecidos pela OMS. O objetivo deste artigo é explicar sobre os sintomas mais comuns direcionando um possível tratamento.

13 OUT 2021 · Leitura: min.
Posso estar sofrendo de depressão?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) aproximadamente 5,8% da população brasileira sofre com depressão, equivalendo a 11,5 milhões de caso.

É fato que o número é altamente expressivo, mas estima-se que sejam ainda maiores pela ausência da identificação dos sintomas e busca por ajuda profissional.

Neste sentido, decidi escrever este artigo para conscientizar e alertar sobre os sintomas mais comuns no quadro de depressão.

Antes de mais nada, vale explicar que ao realizar o diagnóstico é possível incluir a depressão em uma de 3 categorias: leve, moderada e grave. Aquela ideia de que todos que sofrem de depressão ficam de cama o dia todo pensando em ideações suicidas precisa ser desconstruído o quanto antes. A depressão em casos mais leve provoca sim prejuízos nos aspectos biopsicossociais da pessoa, mas não ao ponto de gerar grandes prejuízos como um afastamento de emprego por exemplo. É possível que aquele que sofra ainda viva sua vida de maneira funcional e isso não descarta a necessidade do tratamento.

Quais os sintomas mais frequentes nos quadros de depressão?

1) Humor deprimido: aquele que sofre de depressão sofre de humor deprimido em menor ou maior escala mas é comum abandonar atividades que antes eram prazerosas, sentir apatia, tristeza injustificada e sofrer com prejuízos em suas perspectivas de futuro, sentindo-se sem esperança;

2) Indisposição: ainda que exista uma vida funcional, fazer atividades simples da vida cotidiana se tornam um grande vilão para aqueles que sofrem de indisposição. Tarefas domésticas simples como lavar as loucas podem gerar muito incômodo e por isso serem muito procrastinadas;

3) Isolamento social: o humor deprimido somado ao fato da indisposição costuma levar ao isolamento social. Aquele que sofre com depressão tende a se afastar gradativamente das pessoas, seja para poupar energia ou por acreditar não ter nada de interessante para oferecer naquele momento;

4) Perturbações no sono: este costuma ser um sintoma sempre presente. Aquele que sofre de depressão sofre com perturbações no sono dos dois tipos: pode ter crises de insônia ou sono interrompido no meio da madrugada ou sentir um sono excessivo que costuma acompanhar ao longo da rotina.

5) Perturbações no apetite: este é outro sintoma comum podendo variar em seus dois opostos – a pessoa pode sentir fome de menos ou fome de mais.

6) Ganho ou perda de peso injustificado: sem alterações na alimentação existem ganhos ou perdas de peso sem justificativa.

7) Prejuízos na concentração e memória: atrelada a indisposição, costumam existir prejuízos na capacidade de concentração e na capacidade de retermos informações em nossa memória.

8) Ruminação de pensamentos: algo marcante acontece e a pessoa sofre ruminando essa memória por dias, meses ou anos;

9) Queda de libido: a falta de apetite sexual é muito comum nos quadros de depressão;

10) Ideações suicidas: em casos moderados e graves, a dor pode ser tão intensa que morrer pode se tornar atraente por ser a uma forma de se acabar com a dor. Pensamentos relacionados como "eu preferia dormir e não acordar mais", "acredito que minha família ficaria melhor sem mim.", "gostaria de ter a opção de não existir" são formas mais sutis que se apresenta a ideação suicida.

Se você se identificou com algum dos sintomas mencionados não deixe de procurar ajuda de um psicólogo ou médico psiquiatra para fazer uma avaliação. Apenas os profissionais capacitados da saúde mental poderão averiguar a presença de sintomas, sua frequência e prejuízos decorrentes, permitindo fechar o quadro diagnóstico e fornecendo diretrizes do tratamento.

Vale lembrar que as causas da depressão são biopsicossociais, ou seja: existem combinações psíquicas, combinações físicas e combinações sociais não estando necessariamente vinculadas a algum único fator estressor vivido.

Não deixe de procurar ajuda!

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Escrito por

Maitê Hammoud

Psicóloga clínica com curso de aperfeiçoamento em psicanálise, é especialista no atendimento de adolescentes, adultos e terceira idade. Seguindo a abordagem psicanalítica e da terapia breve, atua com foco em transtornos emocionais e comportamentais, relacionamentos interpessoais e questões familiares.

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Bibliografia

DSM 5 - Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais; American Psychiatric Association

Manual de psiquiatria - MARQUES FIDALGO, T.; XAVIER DA SILVEIRA, D.

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