Piromania: o que há por trás do fascínio pelo fogo?

Quem provoca incêndios de forma intencional e sente exitação com o fato encaixa-se no perfil de um pirômano. Mas de onde vem esse transtorno? Seria simplesmente um problema de conduta?

6 FEV 2017 · Leitura: min.
Piromania: o que há por trás do fascínio pelo fogo?

Você sabia que nem sempre incêndios são causados acidentalmente ou de maneira intencional por lucro, sabotagem, vingança ou vandalismo? Pessoas com desequilíbrio psíquico podem estar involucradas em incidentes dessa natureza. A psicóloga Maitê Hammoud explica melhor o que há por trás desse quadro.

A piromania é um transtorno do controle de impulso e da conduta no qual a pessoa sente fascínio pelo fogo, fazendo com que provoque deliberadamente incêndios.

Algumas características podem ser indicativas de pessoas com este transtorno, tais como:

  • frequentemente são expectadores de incêndios;
  • podem disparar falsos alarmes;
  • têm prazer em conviver com instituições, equipamentos e pessoas que podem estar associados a incêndios, demonstrando fascinação, interesse, curiosidade e atração pelo fogo;
  • devido a esta fascinação, tendem a passar seu tempo no Corpo de Bombeiros local, provocar incêndios para se afiliar ao Corpo de Bombeiros ou até mesmo tornarem-se bombeiros.

A piromania ocorre com mais frequência no sexo masculino e é marcada pelos seguintes comportamentos:

  • a pessoa provoca incêndios de forma deliberada e proposital;
  • sente tensão e excitação afetiva antes do ato;
  • ao provocar ou testemunhar um incêndio, sente prazer, gratificação ou alívio.

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É comum observar nesse transtorno que a crítica é preservada; o pirômano realiza uma preparação antecipada ao incêndio, porém, notam-se também aspectos apáticos e sádicos. A pessoa se demonstra indiferente às consequências que um incêndio pode ocasionar, sejam prejuízos à vida de outras pessoas ou patrimoniais. O pirômano pode demonstrar sentir satisfação com a destruição patrimonial resultante.

Pouco ainda se conhece sobre a prevalência desse transtorno. Há estudos feitos com amostra de pessoas que chegaram ao sistema penal por causa de incêndios repetidos que indicam que 3,3% desses incendiários preencheram os critérios para o diagnóstico. Embora a estatística da prevalência do transtorno seja baixa, é grande a possibilidade de muitos incêndios tenham sido provocados intencionalmente, mas sem ser associados a um incendiário com piromania.

Como tratar a piromania?

Para o tratamento desse transtorno, os acompanhamentos psiquiátrico e psicológico são absolutamente necessários. O objetivo central é conseguir o controle do impulso destrutivo. O tratamento deve ser iniciado com a maior brevidade possível a partir do diagnóstico do transtorno. Deve levar em consideração os riscos que a pessoa pode oferecer não só a vida dela, como também à vida de terceiros.

Fotos: por MundoPsicologos.com

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Escrito por

Maitê Hammoud

Psicóloga clínica com curso de aperfeiçoamento em psicanálise, é especialista no atendimento de adolescentes, adultos e terceira idade. Seguindo a abordagem psicanalítica e da terapia breve, atua com foco em transtornos emocionais e comportamentais, relacionamentos interpessoais e questões familiares.

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