O que fazer quando um familiar próximo tem Alzheimer?

Não é fácil lidar com o Alzheimer, nem para o paciente nem para a família que o cerca. Se você precisa cuidar de alguém com a doença, fique atento a estas dicas para não perder o equilíbrio.

13 AGO 2018 · Leitura: min.
O que fazer quando um familiar próximo tem Alzheimer?

O Alzheimer pode ser uma doença devastadora, com forte impacto psicológico para quem a sofre, mas também para aquelas pessoas, familiares ou amigos, que acompanham de perto quem tem o problema. Como se preparar psicologicamente para enfrentar as dificuldades impostas por essa doença degenerativa?

Mais que falar sobre sintomas e diagnóstico, a proposta deste artigo é compartilhar algumas dicas que ajudarão a analisar e ajustar seu comportamento, para que a convivência seja o mais positiva possível, apesar das inúmeras dificuldades.

Perdas progressivas

O Alzheimer é uma doença degenerativa que não tem cura. Os sintomas estão relacionados a perdas progressivas, tanto da memória como de outras funções cognitivas. Em estágio avançado da doença, a pessoa se torna totalmente dependente, não conseguindo caminhar, nem se alimentar sozinha, por exemplo.

A pessoa vai "desaprendendo" tudo aquilo que aprendeu ao longo da vida, e isso gera muita angústia e ansiedade, já que ela é consciente da sua própria regressão. Daí a começar a desenvolver um quadro depressivo não é um caminho muito longo, e o peso desses sintomas também recai em quem está próximo, cuidando desse doente.

Como há momentos de alternância entre estado consciente e inconsciente, e a pessoa vai ficando cada vez mais dependente, quem está próximo sofre um desgaste físico e emocional enorme, e muitas vezes é difícil enfrentar essa rotina sem ser invadido por uma sensação de que o mundo está desabando sobre a sua cabeça.

Em busca de apoio

É natural que filhos e companheiro/a sejam os que assumam a responsabilidade do cuidado deste idoso. Porém é importante entender que ser cuidador de alguém com Alzheimer pode chegar a ser insuportável pela quantidade de trabalho e pela exigência da pessoa. Daí a importância de pensar nas questões logísticas para encarar esta doença.

centros de saúde especializados no cuidado deste tipo de paciente, que podem oferecer o apoio profissional necessário para que o familiar tenha o melhor acompanhamento possível. Se faltam recursos, é importante buscar benefícios municipais, estaduais ou federais, entrar em contato com o serviço de assistência social, explicar a complexidade do caso e pedir ajuda.

Qualquer apoio logístico que você receba pode significar um alívio importante na sua rotina, especialmente nas tarefas de higienização do paciente, alimentação e/ou locomoção.

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Como encarar o Alzheimer num familiar próximo?

São várias as dificuldades com as que você se deparará ao longo do cuidado da pessoa que tem Alzheimer:

  • Comportamentos repetitivos: as pessoas com Alzheimer podem desgastar muito em função da repetição. A paciência se esgota porque fazem a mesma pergunta inúmeras vezes, ou continuam procurando um objeto onde já buscaram. O mal-humor que isso pode provocar acaba desencadeando posturas mais nervosas ou agressivas, coisa da que seguramente você se arrependerá. É importante tener sempre em mente que, para o doente, ele sempre está perguntando pela primeira vez.
  • Agitação motora: quem tem Alzheimer, costuma ter a necessidade de se movimentar constantemente. Muitas vezes, sair para passear não é suficiente para acalmar essa agitação. É importante encontrar atividades que mantenham o idoso ocupado: como pintar, montar quebra-cabeças, guardar objetos em caixas ou dobrar bolsas. Ele se sentirá útil e estará entretenido. Mas lembre-se: ele não conseguirá ficar muito tempo fazendo a mesma coisa, é preciso paciência.
  • Agressividade: especialmente quando a doença vai avançando, é natural que a pessoa assuma posturas agressivas, com gritos, acusações, sacudidas, etc. Diante desse tipo de situação, as respostas mais naturais são nervosismo e tristeza, mas é importante você tentar separar o seu familiar da doença. Quem está controlando as respostas do paciente é o Alzheimer; seu familiar não tem culpa.
  • Comportamentos perigosos: o esquecimento leva a pessoa que tem Alzheimer a adotar posturas perigosas, mesmo sem perceber. Deixar a porta aberta, encender o fogão ou abrir o gás, enfim, coisas que podem supor risco para o paciente e para todos os que o cercam. Por isso, o idoso não deve permanecer sem vigilância.

Cuide de você também!

O desgaste de conviver com uma pessoa com Alzheimer gera mal-estar e sofrimento e é importante que você:

  1. trabalhe a culpa: ninguém é perfeito, ainda mais numa situação assim, quando é preciso cuidar de uma pessoa doente e dependente. Permita-se perder o controle, aceite seus erros e compreenda que esse tipo de reação é natural em qualquer ser humano.
  2. dedique-se tempo: não permita que sua rotina se resuma a cuidar do idoso com Alzheimer. Você precisa ter tempo para cuidar de você e se afastar do universo marcado pelas perdas progressivas. Sem isso, o risco de adoecer (física e psicologicamente) é grande.
  3. aceite ajuda: a rotina de cuidar de uma pessoa com Alzheimer é muito pesada, por isso procure ajuda e aceite de bom grado quando alguém quiser colaborar. Saiba dividir obrigações e responsabilidades, porque a carga compartilhada pesa menos para todos. Caso perceba um grande desgaste emocional causado pela intensa rotina e doação como, se sentir mais irritado, com insônia, preocupações persistentes sobre o familiar adoecido, impaciência e alta sensibilidade emocional, procure ajuda de um psicólogo. Essas sinalizações podem indicar uma possibilidade de esgotamento emocional, o que prejudicará tanto a sua saúde como o cuidado com o familiar. 

Fotos: MundoPsicologos.com

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