O que esperar da terapia de casal?

Toda relação interpessoal está sujeita a conflitos, inclusive a conjugal. Apesar de ser natural a pessoa se defrontar com conflitos no casamento, se estes não forem solucionados ou administrados haverá espaço para que se instale o estresse, desconfiança e ressentimentos.

No caso de haver filhos, o sofrimento e a desarmonia conjugal certamente interferem na qualidade da educação transmitida pelos pais. É necessário, então, investir na solução dos conflitos. E a terapia de casal pode ajudar neste sentido.

A capacidade de solucionar conflitos está diretamente relacionada às habilidades interpessoais. A principal utilidade da terapia é desenvolver ou fortalecer essas habilidades em cada cônjuge.

O que torna mais delicado o conflito na relação conjugal é a forma como cada pessoa o interpreta.

Por exemplo, se a relação está fortalecida, o conflito poderá gerar desconforto, mas nunca a ponto de desestabilizar a vida a dois. Nessa relação saudável, o conflito, quando resolvido pelo casal, acaba por fortalecer ainda mais a união. Essa dinâmica também pode ser chamada de ciclo virtuoso, quando o problema serve para aproximar os envolvidos na busca da solução.

Na relação fragilizada, ocorre o ciclo vicioso: quanto mais surgem conflitos, maior o nível de desentendimento e afastamento.

A terapia de casal pode transformar a relação fragilizada em fortalecida através de técnicas que despertam o prazer de estar juntos. Assim, o êxito da terapia dependerá de como cada cônjuge se compromete com as atividades propostas.

A terapia de casal busca exercitar o diálogo e identificar os pontos fracos e fortes da relação. Os pontos fortes devem receber elogios e ser mantidos. Os pontos fracos devem ser analisados para identificar como é possível eliminá-los ou diminuir seu impacto negativo.

Ainda que o casal procure a terapia com o propósito de fortalecer a relação, muitas vezes, diante de acordos não cumpridos, da persistência das queixas, o casal pode concluir que a melhor solução é separar-se.

Mesmo na situação de término da relação, observam-se ganhos para a qualidade de vida dos ex-cônjuges. A principal justificativa para esse ganho é que houve entendimento mútuo, que o casal tomou a decisão da separação após refletir sobre os pós e contras durante as sessões, que o fim do relacionamento não foi explosivo ou impulsivo. Assim, evita-se dar margem para que um cônjuge se veja no papel de vítima e queira perseguir o outro.

A terapia de casal é também recomendada para quem está começando uma relação séria, prestes a morar junto ou contrair matrimônio. Pode ajudar a pessoa a ver com clareza o cenário que terá pela frente com a união que começa.

Cada pessoa terá a oportunidade de conhecer melhor a si e o parceiro, ver o que pode esperar do outro em termos de comportamentos para alcançar uma convivência de qualidade, em vez de tristeza e aborrecimentos.

Foto: por Andrew Crump (Flickr)

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