Mês da Consciência Negra: o que psicoterapia tem a ver com isso?

A história do Brasil passa irremediavelmente pela escravidão. No mês da Coinciência Negra, é importante falar de origens, para promover aceitação e derrubar, inclusive, os autopreconceitos.

18 NOV 2016 · Leitura: min.
Mês da Consciência Negra: o que psicoterapia tem a ver com isso?

Dia da Consciência Negra, dia 20 de novembro, faz referência ao dia em que Zumbi dos Palmares foi capturado e morto, em 1695, pelas expedições da coroa portuguesa, as quais lutavam para dominar o Quilombo dos Palmares. Zumbi dos Palmares foi o último grande líder do quilombo, local que funcionava como um abrigo para escravos refugiados e que chegou a abrigar milhares de pessoas, tornando-se a maior comunidade de resistência à escravidão no Brasil. A psicóloga Patrícia Martins aproveita a data para falar da importância da psicoterapia.

No Quilombo dos Palmares eram permitidas manifestações culturais e religiosas distintas, diferentemente do que acontecia nas cidades, onde as regras da coroa deveriam ser seguidas. Esse fato levou Zumbi a ser reconhecido como o símbolo da resistência escrava, líder dos negros e de todas as raças.

E o que isso tem a ver com psicoterapia?

Vamos lá! Pense em uma sociedade na qual apenas alguns tipos de comportamentos e padrões são valorizados. Na época do Quilombo dos Palmares, apenas se você nascesse branco e vindo de uma família com posses financeiras é que teria valor na sociedade. As demais pessoas, mesmo sendo a maioria da população, não eram consideradas merecedoras de bons tratamentos, etc.

Hoje a situação é bastante diferente, a discriminação não existe mais desta forma, mas ainda sofremos com vários resquícios desse período da história do nosso país.

O mês da Consciência Nnegra propõe reflexões e conscientização sobre o que é o negro e qual é o seu papel na história do país. Propõe, principalmente, a valorização da cultura negra e como essa foi e é importante em vários aspectos de nossa cultura, tanto políticos e sociais como gastronômicos, religiosos, artísticos, etc.

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É importante reconhecer quais são as nossas origens e nossa história para compreender a atualidade e valorizar os fatores que foram cruciais nesse processo. Desde 2011, o dia 20 de novembro foi instituído por lei como o Dia Nacional de Zumbi (o Zumbi dos Palmares) e da Consciência Negra, para valorizar ainda mais a discussão sobre a nossa história e diminuir preconceitos e autopreconceitos.

A psicoterapia e os autopreconceitos

Com relação aos autopreconceitos, a psicoterapia tem muito a contribuir. Em nossa sociedade atual existem, por exemplo, vários padrões de beleza que são inalcançáveis para a maioria da população, mas mesmo assim esses padrões permanecem e ditam várias tendências. Porém, se sempre tomarmos como premissa que tais padrões devem ser aceitos e entendidos como regras, deixaremos que a nossa autoestima e segurança sejam afetadas por algo externo.

Um dos principais objetivos da psicoterapia, seja ela de qual subárea for na psicologia, é trabalhar a subjetividade humana para que a pessoa possa se sentir segura, capaz e com autoestima suficiente para sonhar em sempre se desenvolver e buscar felicidade. Indiferentemente de atributos físicos, raciais, religiosos, etc.

Compreender a necessidade de ser autêntico, de criar ambientes para a autenticidade surgir e ter reconhecimento por ser alguém importante criará sentimentos de liberdade e de aceitação. Consequentemente, tornará os sentimentos de autovalorização e amor próprio fortes o suficiente como para proporcionar bem-estar.

Revisitar sua própria história, a qual é formada também pela história de seu povo e raça, pode ser um bom recurso para você ter autoconhecimento e aprender a si amar mais. Pensar em psicoterapia é pensar em acabar com os autopreconceitos, assim como acontece com as discussões trazidas pela Consciência Negra.

Diversidade gera riqueza e pode ser assim, com toda essa pluralidade cultural, racial, étnica, religiosa!

Fotos: por Gorivero (Wikimedia Commons) e MundoPsicologos.com

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Escrito por

Patrícia Martins

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