Medo da COVID-19
Há mais de um ano a OMS declarou pandemia, emergência de saúde pública pela COVID-19, doença causada pelo Coronavírus. O medo do contágio afeta saúde mental na população. Crise psicológica.
Em dezembro de 2019 surgiram as primeiras notícias sobre uma pneumonia de causa desconhecida que se espalhou. Os primeiros casos foram em Wuhan, depois se espalhou pela China. Dois meses depois o assunto tomava proporções e a Organização Mundial de Saúde (OMS), anunciava que a doença causada por um novo Coronavírus (Sars-CoV-2), COVID-19, virava uma pandemia.
Um ano depois o mundo que conhecíamos mudou. A COVID19 se espalhou por 192 países, contabilizando mais de 2,5 milhões de mortes. Um dos maiores problemas de saúde pública internacional das últimas décadas. A psicologia é demandada a propor formas de lidar com o contexto que permeia a crise, a pandemia afeta a saúde mental e provoca crise psicológica na população.
Para quem perde um ente querido resta a dor que avassala pessoas. Fica o medo do vírus e contrair a COVID-19. Medo que pode se exacerbar e se tornar o que os especialistas chamam de coronofobia, fobia do coronavírus. Trata-se de uma fobia em razão a situações desencadeadas pela pandemia. Impacto da COVID-19 na saúde mental, termo usado para designar medo, preocupação e ansiedade de contrair a doença, referindo-se também ao sofrimento psicológico e aos prejuízos funcionais provocados nas pessoas.
Quando o assunto é trabalho, pesquisas mostram que 30% dos trabalhadores passaram a trabalhar mais após pandemia pela COVID-19. Para 55% houve diminuição da renda, 7% ficaram sem rendimentos. Trabalhadores informais foram mais prejudicados, 50% ficaram sem trabalho. Em relação a comorbidades houve um acréscimo de 33%, 44% passaram a ter dificuldades para dormir ou piora da qualidade do sono. Sentimentos de isolamento dos familiares, 56%, 40% sentiu-se triste e 52% mais ansioso e com medo durante a pandemia.
Medos mais comuns são da morte ou de ficar gravemente doente pela COVID-19, contaminar os outros e repercussões econômicas. Os quadros associados são ansiedade, depressão, angústia, comportamentos obsessivos, reações de evitação, desesperança e ideação suicida.
Algumas situações podem ser comportamentos normais e esperados da população diante da pandemia pelo Coronavírus, COVID-19,outras respostas são claramente prejudiciais e corresponde a não adaptação do quadro de emergência em saúde pública. Nestes casos as reações podem se cronificar com o tempo. Como consequência é possível observar a procura por tratamentos psiquiátricos e o aumento do uso de ansiolíticos e antidepressivos.
A preocupação com a COVID-19 desperta medo intenso e persistente, às vezes desproporcional. Acompanhado por comportamento de evitação de estímulos que possam piorar o temor, crise psicológica. A necessidade de asseguramento, perdas sociais e evitação de lugares públicos contribuem para o estresse fóbico.
Segundo a OMS saúde é um estado de bem estar no qual o indivíduo exprime capacidades, enfrenta estressores da vida, trabalha, produz, e contribui para comunidade. A promoção, proteção e restauração da saúde mental é considerada preocupação vital nas sociedades do mundo.
Especialistas afirmam que a pandemia pela COVID-19 deixará rastro de transtornos psicológicos afetando a capacidade de enfrentamento e deixando medos na população. Quanto mais tempo durar a pandemia mais sofrimento psicológico, também esperam efeitos tardios em grande escala nos indivíduos.
Procurar ajuda profissional no inicio de um quadro persistente de desconforto e medo pela COVID-19 evita cronicidade, estimula capacidade de enfrentamento, autocontrole, resiliência e proatividade, meios para encarar a pandemia.
Referências bibliográficas:
Viva Bem por Sibele Oliveira; “Medo da pandemia de COVID-19 afeta a saúde emocional: como lidar melhor." 01/04/2020. “Acesso em 01/05/2021."
Veja Saúde por Rita de Cássia S. Ferrari; “Coronofobia: uma desordem psíquica que emergiu na pandemia." 18 mar 2021. “Acesso em 01/05/2021."
Rev. bras. epidemiol. “Mudanças nas condições socioeconômicas e de saúde dos brasileiros durante a pandemia." 23 06 Jan 2021/2020. “Acesso em 01/05/2021.
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