Medo da COVID-19

Há mais de um ano a OMS declarou pandemia, emergência de saúde pública pela COVID-19, doença causada pelo Coronavírus. O medo do contágio afeta saúde mental na população. Crise psicológica.

23 MAI 2021 · Leitura: min.
Medo da COVID-19

Em dezembro de 2019 surgiram as primeiras notícias sobre uma pneumonia de causa desconhecida que se espalhou. Os primeiros casos foram em Wuhan, depois se espalhou pela China. Dois meses depois o assunto tomava proporções e a Organização Mundial de Saúde (OMS), anunciava que a doença causada por um novo Coronavírus (Sars-CoV-2), COVID-19, virava uma pandemia.

Um ano depois o mundo que conhecíamos mudou. A COVID19 se espalhou por 192 países, contabilizando mais de 2,5 milhões de mortes. Um dos maiores problemas de saúde pública internacional das últimas décadas. A psicologia é demandada a propor formas de lidar com o contexto que permeia a crise, a pandemia afeta a saúde mental e provoca crise psicológica na população.

Para quem perde um ente querido resta a dor que avassala pessoas. Fica o medo do vírus e contrair a COVID-19. Medo que pode se exacerbar e se tornar o que os especialistas chamam de coronofobia, fobia do coronavírus. Trata-se de uma fobia em razão a situações desencadeadas pela pandemia. Impacto da COVID-19 na saúde mental, termo usado para designar medo, preocupação e ansiedade de contrair a doença, referindo-se também ao sofrimento psicológico e aos prejuízos funcionais provocados nas pessoas.

Quando o assunto é trabalho, pesquisas mostram que 30% dos trabalhadores passaram a trabalhar mais após pandemia pela COVID-19. Para 55% houve diminuição da renda, 7% ficaram sem rendimentos. Trabalhadores informais foram mais prejudicados, 50% ficaram sem trabalho. Em relação a comorbidades houve um acréscimo de 33%, 44% passaram a ter dificuldades para dormir ou piora da qualidade do sono. Sentimentos de isolamento dos familiares, 56%, 40% sentiu-se triste e 52% mais ansioso e com medo durante a pandemia.

Medos mais comuns são da morte ou de ficar gravemente doente pela COVID-19, contaminar os outros e repercussões econômicas. Os quadros associados são ansiedade, depressão, angústia, comportamentos obsessivos, reações de evitação, desesperança e ideação suicida.

Algumas situações podem ser comportamentos normais e esperados da população diante da pandemia pelo Coronavírus, COVID-19,outras respostas são claramente prejudiciais e corresponde a não adaptação do quadro de emergência em saúde pública. Nestes casos as reações podem se cronificar com o tempo. Como consequência é possível observar a procura por tratamentos psiquiátricos e o aumento do uso de ansiolíticos e antidepressivos.

A preocupação com a COVID-19 desperta medo intenso e persistente, às vezes desproporcional. Acompanhado por comportamento de evitação de estímulos que possam piorar o temor, crise psicológica. A necessidade de asseguramento, perdas sociais e evitação de lugares públicos contribuem para o estresse fóbico.

Segundo a OMS saúde é um estado de bem estar no qual o indivíduo exprime capacidades, enfrenta estressores da vida, trabalha, produz, e contribui para comunidade. A promoção, proteção e restauração da saúde mental é considerada preocupação vital nas sociedades do mundo.

Especialistas afirmam que a pandemia pela COVID-19 deixará rastro de transtornos psicológicos afetando a capacidade de enfrentamento e deixando medos na população. Quanto mais tempo durar a pandemia mais sofrimento psicológico, também esperam efeitos tardios em grande escala nos indivíduos.

Procurar ajuda profissional no inicio de um quadro persistente de desconforto e medo pela COVID-19 evita cronicidade, estimula capacidade de enfrentamento, autocontrole, resiliência e proatividade, meios para encarar a pandemia.

Referências bibliográficas:

Viva Bem por Sibele Oliveira; “Medo da pandemia de COVID-19 afeta a saúde emocional: como lidar melhor." 01/04/2020. “Acesso em 01/05/2021."

Veja Saúde por Rita de Cássia S. Ferrari; “Coronofobia: uma desordem psíquica que emergiu na pandemia." 18 mar 2021. “Acesso em 01/05/2021."

Rev. bras. epidemiol. “Mudanças nas condições socioeconômicas e de saúde dos brasileiros durante a pandemia." 23 06 Jan 2021/2020. “Acesso em 01/05/2021.

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Escrito por

Célia Jovanka

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