Habilidades comportamentais: como valorizar o seu perfil profissional?

Você conhece suas habilidades comportamentais? Se a resposta foi não, saiba que conhecê-las é importante para valorizar seu perfil e também evitar ciladas profissionais.

13 OUT 2016 · Leitura: min.
Habilidades comportamentais: como valorizar o seu perfil profissional?

São poucas as profissões e/ou atuações nas quais o mercado não exige que o profissional tenha em seu perfil habilidades comportamentais coerentes com a realidade e os valores da empresa. A psicóloga Patrícia Martins aborda este tema no presente artigo, compartilhando seu conhecimento no setor.

Existe uma velha frase, porém com aplicação muito atual, de que "as pessoas são contratadas por suas competências técnicas e são demitidas pelo seu comportamento". Quem nunca ouviu falar ou já vivenciou alguma situação na qual uma pessoa foi demitida por causar algum conflito na empresa? E principalmente conflitos relacionados a comportamento, tais como:

  • fofocas e intrigas,
  • não querer trabalhar com uma pessoa específica,
  • ser grosseiro e dar más respostas,
  • ser muito submisso,
  • não conseguir liderar uma equipe e ser referência profissional, etc.

As habilidades comportamentais são tão importantes para o trabalho que muitas empresas incluem uma avaliação sobre este aspecto ainda no processo seletivo, uma avaliação sobre os valores pessoais do candidato e em como estes valores estão alinhados com os da empresa. Outras empresas incluem ainda a aplicação de testes psicológicos, que indicarão o quanto um profissional está, por exemplo, estável emocionalmente, hábil para trabalhar em equipe, dependente de orientações ou mesmo capaz de assumir responsabilidades.

Em tempos de recessão econômica, em que a oferta de emprego é menor que a demanda, a concorrência pela vaga é ainda maior e os critérios para seleção ficam ainda mais apurados. A experiência técnica geralmente é um dos primeiros critérios a serem utilizados para a seleção do currículo (como ter trabalhado em empresas similares, ter experiência em atividades específicas relacionadas a vaga e a formação), porém, mesmo com a seleção por critérios técnicos, é provável que o número de concorrentes ainda seja grande ao final desta etapa e a escolha seja definida por critérios relacionados às habilidades comportamentais.

Coloque-se na posição de um gestor que está formando sua equipe e imagine: qual tipo de perfil profissional ele escolheria para selecionar um novo trabalhador?

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O profissional desejado pelas organizações, em resumo, além de cumprir os quesitos técnicos, é aquele que consegue lidar com os desafios que são intrínsecos às atividades relacionadas à vaga. Por isso, quando um profissional prepara-se para ocupar uma nova função, ele precisará conhecer os desafios deste novo trabalho e deve também se conhecer e se avaliar em relação a estes desafios.

Consideremos como exemplo:

Um profissional de um setor de atendimento ao cliente precisa estar apto para lidar com um cliente pouco satisfeito com a empresa e, além de receber as críticas do cliente, este profissional deve ser proativo para resolver o problema dentro das alternativas possíveis.

Uma atividade como esta pode parecer extremamente simplificada no primeiro momento, mas envolve uma série de habilidades comportamentais para gerar um perfil profissional que proporcione um resultado positivo.

Ainda considerando este exemplo, algumas das habilidades comportamentais importantes seriam:

  • capacidade de trabalhar sobre pressão - o cliente pode demonstrar muita impaciência e insatisfação;
  • argumentação - será necessário apresentar alternativas viáveis para o cliente;
  • solução de problemas - a partir da visão ampla sobre o negócio, terá de propor o modo de resolver o problema;
  • negociação - é possível que tenha de negociar com o cliente a forma como o problema será resolvido.

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Conhecer quais são as reais habilidades comportamentais evitará que você caia em ciladas profissionais como: assumir uma função para a qual não está preparado ou assumir uma função na qual não se sente estimulado.

Se fico muito nervosa, ao ser pressionada, cobrada em relação a prazos e exigida em relação a qualidade, é possível que meu desgaste pessoal seja muito alto para assumir um trabalho assim, ou mesmo, é possível que eu não consiga executar o trabalho da forma como é esperado.

Mas não há motivos para desespero e sim para demonstrar foco no desenvolvimento da própria carreira. Mesmo ao perceber-se como um profissional que não está bem preparado para enfrentar os desafios de sua carreira, existem caminhos possíveis para contornar a situação. Uma avaliação sobre a própria carreira é sempre uma boa alternativa inicial, pois poderá auxiliar a verificar se encontra-se em um caminho coerente com seus objetivos profissionais e pessoais.

Um segundo passo importante é focar em desenvolver as habilidades comportamentais necessárias ao trabalho. Ambas as saídas são trabalhos que podem ser orientados por um coaching ou psicólogo e envolvem, principalmente, aumentar o autoconhecimento e a visão autocrítica sobre o próprio perfil profissional e a criação de alternativas reais de desenvolvimento pessoal.

Fotos: por MundoPsicologos.com

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Escrito por

Patrícia Martins

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Comentários 2
  • Jorge Henrique Da silva Dantas

    Muito bom mesmo eu aprendi bastante.

  • Pedro Alcantra

    Legal o texto. Não tinha me atinado para este detalhe, o quão meu comportamento influência na vivência com o outros do meu ambiente trabalho!

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