Flexibilidade psicológica

A Terapia de Aceitação e Compromisso, conhecida originalmente como ACT, propõe que a saúde mental está relacionada com a flexibilidade psicológica, objetivando desenvolvê-la. Entenda como.

1 ABR 2018 · Última alteração: 1 DEZ 2018 · Leitura: min.
Flexibilidade psicológica

"Nossa maior glória não está em nunca falhar, mas em nos levantarmos a cada vez que caímos". Confúcio

Qual a condição que precisamos ter para não desistir e se deixar abater? A flexibilidade psicológica - que é continuar tentando, não evitando ou se esquivando de uma experiência, apenas porque ela é dolorosa. A Terapia de Aceitação e Compromisso (ou ACT, daqui por diante) tem como proposta que a pessoa aprenda a observar, não um comportamento 'masoquista', insistindo em situações fadadas ao sofrimento mas usando técnicas que permita que se aprenda discernir. A conhecida Oração da Serenidade é uma boa representante desta abordagem psicoterápica, ainda pouco conhecida no Brasil: "Concedei-me a serenidade necessária para aceitar as coisa que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para conhecer a diferença entre elas".

A falta de flexibilidade psicológica pode ser reconhecida em várias patologias. Assim, quanto maior a inflexibilidade psicológica, maior será o sofrimento psíquico. Isto é facilmente observado nos casos de transtornos obsessivos compulsivos, transtornos de humor, como ansiedade e depressão, dentre vários outros. Mas, é possível desenvolver a flexibilidade psicológica através da psicoterapia. A pessoa aprenderá a reconhecer os padrões mentais e como se comporta diante de determinados eventos: esquiva-se ou vai ao encontro deles? Na medida em que a pessoa constantemente se esquiva ela vai restringindo o seu repertório experiencial. É o que se diz popularmente como 'fica na zona de conforto'. Porém, na zona de conforto não se cria, não se fica feliz.

A esquiva de uma experiência está relacionada com o fato da mente desconsiderar o momento presente: a pessoa relembra algum fato desagradável no passado e antecipa que outro, semelhante, no futuro, também será aversivo. Não se permite o risco. Assim, continua com a crença de que todas as situações serão iguais. Sem enfrentá-las, não fica, no entanto, mais feliz. Fica só "confortável" - a curto prazo. Mas cada vez mais se restringe.

Assim, através desta abordagem, o grande ganho é aprender a observar, poder discernir e escolher - indo-se sempre na direção de seus valores pessoais, comprometendo-se com eles.

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Escrito por

Thays Babo

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Comentários 1
  • Alessandra Alencar

    Gostei muito do texto da colega Tays Babo. Conheço a oração da serenidade há alguns anos e, é extramente inspiradora! Abraço

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