Eu sou o bastante: sobre aceitação e ser mulher

O sentimento de aceitação é realmente complexo. Aceitar que somos imperfeitos, temos sentimentos que contradizem o que gostaríamos de ser e que nem sempre iremos agradar, mesmo quem nós amam

11 ABR 2018 · Leitura: min.
Eu sou o bastante: sobre aceitação e ser mulher

O sentimento de aceitação é realmente complexo. Aceitar que somos imperfeitos, temos sentimentos que contradizem o que gostaríamos de ser e que nem sempre iremos agradar, mesmo quem nós amamos. É difícil olhar para o espelho e dizer com sinceridade:

"Eu não sou perfeito(a), mas sou o bastante."

Se tem algo que eu posso dizer é: perdoe-se pela sua imperfeição, pelo fracasso que pode acontecer com todo o ser humano, seja gentil com você, se respeite e vá viva no seu ritmo.

Todos são sábios com relação a própria vida, mas algumas vezes essa "auto sabedoria" é abdicada em prol da sabedoria do outro, como se uma determinada pessoa ou grupo pudesse escolher melhor sobre algo que só sua mente e coração podem decidir. A gente é inseguro, o passo adiante é cheio de hesitação, particularmente para a mulher.

É comum que a sociedade crie estereótipos, rotular faz o desconhecido ter um nome, afinal o não compreender ou saber é inadmissível. Dentro desse contexto, o papel da mulher é: ser dona de casa, passiva, subordinada, mãe, dócil e alegre, ou seja, sempre seguindo ordens. Então, como ter confiança e segurança de seguir o próprio coração?

Nesse vídeo, Daiana Garbin* comenta que "fazer uma mulher se sentir emocionalmente abalada pela capacidade intelectual e pela aparência é uma ferramenta muito eficaz de controle da mulher". A insegurança faz você aceitar tudo o que é imposto, porque se todo mundo, inclusive (talvez principalmente) sua família, fala que você é frágil e não pode ousar sair de tal molde, é muito conflitante ver seu valor como ser humano numa totalidade e fazer mais por si e pelos outros.

Dizem que a mulher é o sexo frágil. Mentira. A mulher teve que ser forte em tantos contextos históricos, mas expor sentimentos foi confundido com fragilidade. Deixa eu te contar, todos os seres humanos tem sentimentos e são vulneráveis em algum ponto, ocorre que foi permitido às mulheres demonstrarem isso, mas apenas isso. Muitos grupos não permitiam que a mulher demonstrasse também a ambição, a liderança, o sucesso profissional, a influência no destino da nação, até. Aos poucos, esses muros vão sendo quebrados, enquanto sutiãs vão sendo, metaforicamente, queimados.

Acredito que nesse processo, novos amigos, relacionamentos e ambientes ajudam muito. A psicoterapia também auxilia nesse processo como uma ajuda profissional especializada em te acompanhar no maior ato de coragem: desafiar valores enraizados e a si mesmo.

*Movimento Eu Vejo – Canal no YouTube criado pela jornalista Daiana Garbin, com vídeos sobre a relação da mulher com o corpo, auto estima, amor próprio, auto cuidado e saúde alimentar.

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Escrito por

Psicóloga Thatiana Fraga

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