Escolher: nosso maior poder

Artigo sobre a importância e a dificuldade em fazer escolhas na nossa vida, suas consequências e como lidar com elas de forma saudável e positiva.

18 MAR 2015 · Leitura: min.
Escolher: nosso maior poder

Uma das melhores definições sobre ser adulto que já ouvi foi em um filme da sessão da tarde quando eu tinha 13 anos (lá se vão mais de 20 anos). Ser adulto é ter que escolher entre duas coisas quando nenhuma delas é perfeita.

Fato é que escolher nunca é fácil, temos medo, dúvidas, inseguranças. Seria mais fácil se tivéssemos que escolher entre algo maravilhoso e algo péssimo, mas quase nunca estamos diante dessas opções. O processo da escolha envolve alguns fatores mais ou menos mensuráveis. Fazendo uma análise classificatória podemos definir assim: escolhas que afetam você x escolhas que afetam você e outros. Escolhas técnicas x escolhas emocionais.

Existe a escolha técnica que você pode fazer em sua função profissional ou não mas que dispõe de parâmetros definidos que te apontam para uma possível consequência. As escolhas emocionais são aquelas nas quais não temos parâmetro algum de mensuração, regida pelo aspecto interior/subjetivo e não técnico esse tipo é o que mais exercitamos. Na maior parte das escolhas que fazemos, não temos como avaliar previamente ou medir a amplitude das consequências possíveis. E isso nos faz hesitar.

Temos aquelas que afetam diretamente você, tipo cortar o cabelo, mudar a alimentação, trocar de trabalho. Evidente que a percepção que as pessoas têm de você também será alterada, pois vivemos em sociedade, mas a tomada de decisão afeta diretamente a você. Tem aquelas que afetam aos outros, tipo terminar uma relação, sair da casa dos pais, perder o emprego. Esse tipo sempre é mais delicado e complexo, pois além de lidar com as consequências em você terá que lidar com elas também nos que estão próximos, e isso pode ser aterrorizante para alguns.

É sempre um risco escolher, seja lá qual for o tipo/situação de escolha, temos que ter em mente duas coisas, errar por tentar ou acreditar que está fazendo o melhor não é um erro. Erro é quando você não aprende nada com algo. E também não há garantias, sim nenhuma, isso pode ser mesmo angustiante mas temos que aprender a lidar com isso, a única garantia que temos é que um dia iremos partir desta para uma melhor, ou simplesmente morrer (as variações são muitas).

Aprender a lidar é diferente de extinguir, de negar, há coisas com as quais temos que lidar, a dor, a angústia, a raiva, assim como a felicidade, o amor, o sucesso. Um dos maiores males e fontes de adoecimento do mundo contemporâneo é querer suprimir e evitar ter contato com isso que chamamos de sentimentos e sensações negativas. Vivemos uma cultura onde só devemos mostrar e valorizar o que é bom e agradável sob pena de sermos classificados de desequilibrados ou fracassados.

O que é ruim de fato é ruminar isso, mas sentir nos amadurece, nos ensina. Uma coisa é sentir tristeza, chorar, outra é permanecer nela e achar que tudo o mais se acabou. Tomar Rivotril para evitar de sentir ou outra medicação qualquer, adoece pois corta o fluxo. Note que não sou contra medicação, sou contra ao mau uso da mesma. O processo é como tomar banho em mar bravio: você está lá, vê a onda se formando, vindo, ela passa te sacode, algumas vezes te embola e arrasta e se vai. Eu nunca vi ninguém correndo atrás da onda que o embolou. Assim é o nosso fluxo, sentir e soltar, sentir e soltar. Depois posso explicar porque ficamos presos no sentir e não soltamos.

Sartre, o brilhante filósofo francês dizia que estamos presos ao ato de escolher e essa escolha nos faz humanos e responsáveis por nós e por toda a humanidade, isso é de fato muito lindo e real. Escolher é um exercício, diário e irrevogável, é através dele que criamos a nós mesmos e o mundo. Em todo tipo de escolha está impregnada a nossa vontade. não existe isso de "olha o que você me fez fazer" ou "fiz isso por sua culpa", não, somos irremediavelmente responsáveis por nossas escolhas.

Esse é de fato um enorme poder, é simplesmente o poder de mudar tudo, de virar o jogo, de ir atrás dos seus sonhos e o melhor é que ninguém pode tirar isso de você. Ainda que te cerceiem a liberdade física, o ato de pensar e escolher o que pensar é usina que move e faz acontecer também, a terceira lei de Newton te garante isso.

Crie metas, estabeleça objetivos claros, escolha de acordo com isso, você pode, você deve. O não uso consciente desse poder de escolha adoece a gente, falo do não uso consciente, pois não há como não usarmos, até quando você diz que não quer escolher nada, ainda assim você está escolhendo, então a sacada é usar sabendo o que faz, sendo autorresponsável. Usando o poder para seu crescimento e felicidade.

Então, de fato, pare e reflita, o que você tem feito com esse poder? Já que estou nostálgica hoje, encerro este artigo porém não a discussão com uma frase de um desenho que gostava bastante, o Capitão Planeta, "o poder é de vocês"!

Abraços!

Foto: por Photomatt28 (Flickr)

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Escrito por

Marianne Coêlho

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