Educar sem culpa 2
Neste artigo dou algumas dicas para os pais nos momentos em que estão nervosos, sobre como lidar com os filhos e favorecer sua educação.
No primeiro artigo falamos sobre a necessidade de falar com as crianças usando uma linguagem descritiva, que revela não apenas aquilo que a criança faz, mas também o que os pais sentem. Esta técnica, a descrição, permite que as crianças evoluam, buscando soluções para seus problemas.
E quando se perde a paciência e se tem vontade de gritar e xingar? É natural que os pais percam a paciência em alguns momentos.
Quando chegamos em casa cansados(as) e queremos tranquilidade, é muito fácil perder a paciência com as crianças. Frases como "Eu não aguento mais", "Seus malcriados, parem de correr e gritar agora, antes que eu lhes deixe de castigo" que, além de qualificar, atacar e ameaçar, provavelmente não funcionaram.
Mais uma vez a descrição pode auxiliar, mas agora não seria uma descrição do que se vê e sim do que se sente: filhos eu estou cansado(a), e chegar em casa e escutar vocês gritando me faz sentir irritado e zangado(a) com vocês. Com isso as crianças não se sentirão menosprezadas ou culpadas e provavelmente atenderão ao pedido, já que a linguagem descritiva não agride a personalidade e permite a mudança.
Descrever os sentimentos sem insultar faz com que você não se sinta culpado por perder a cabeça e permite que as crianças entendam o que irritam os pais. Assim, cada vez mais, elas irão respeitar esses sentimentos.
E as ameaças, elas funcionam?
Esta tentativa de fazer com que as crianças respeitem as regras normalmente não funciona, a ameaça gera raiva e revolta. Uma boa técnica é, ao invés de ameaçar, dar opções às crianças. Por exemplo, quando uma criança quer brincar com tinta, as opções são dadas: você pode usar tinta no chão da cozinha ou lá fora, você escolhe.
Portanto, ao invés de ameaçar "Se você sujar a casa de tinta vou te colocar de castigo e tomar as tintas de você" o que costuma gerar raiva e revolta fazendo com que a criança pegue as tintas e suje algo, a oferta de opções poderia ser usada, trazendo tranquilidade à relação, além de incentivar a criança a fazer escolhas.
Até mesmo quando as crianças estão brigando entre elas por algum brinquedo ou videogame pode-se ao invés de ameaçar, dizer: "Eu acredito que vocês consigam achar uma solução justa para todos".
Assim dá-se credibilidade às crianças, que são aceitas como seres humanos, capazes de entender sentimentos, de achar soluções para seus problemas e de fazer escolhas.
Foto: por omninate (Flickr)
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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