E se o seu filho começasse a usar drogas?

Já pensou alguém comentando que viu seu filho fumando na porta da escola? Ou mesmo você achando alguma droga em seus pertences? Aqui você encontrará algumas formas de lidar com a situação!

5 JUL 2017 · Leitura: min.
E se o seu filho começasse a usar drogas?

O uso de drogas tem se tornado cada vez mais cotidiano ao longo dos anos. Atualmente, adolescentes de 12 anos já tem suas primeiras experiências com o uso de álcool e/ou tabaco e os mais velhos (14~16 anos) costumam fazer uso de maconha até mesmo antes de entrarem para escola.

Quando você pensa na sua história e lembra-se do que fazia e pensava da vida quando tinha essa idade, talvez esses dados possam no mínimo chamar sua atenção. Para aqueles que não acreditam esse tipo de situação acontecer tão precocemente, esses dados foram tirados do ultimo levantamento realizado sobre uso de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio das 27 capitais brasileiras realizado pelo CEBRID (Centro de Informações Brasileiro Sobre Drogas Psicotrópicas).

(Se você quiser consulta-lo, lá você também encontrará que que esses dados são de 13 anos atrás e talvez não acredite também que hoje a situação possa estar ainda mais complicada).

A escolha de qualquer pessoa, seja adolescente ou adulto, em participar dessa experiência de uso envolve uma serie de fatores biológicos, psicológicos e sociais que, na maioria das vezes, potencializam o desejo e a curiosidade de saber quais são os efeitos da droga.

No momento em que os responsáveis se dão conta de que os filhos estão envolvidos, a compreensão e o esclarecimento dos possíveis riscos que essa atitude pode trazer para seu desenvolvimento frequentemente dão lugar a atitudes punitivas e repressivas que pouco ajudam o adolescente a entender o porquê de isso ser tão "errado".

Esse tipo de reação por parte dos responsáveis também envolve uma série de fatores que pode estar associados aos valores perpassados ao longo das gerações dentro da família, as experiências que os próprios tiveram ou viram alguém ter com o uso de drogas, ou até por informações que são veiculadas pela mídia que normalmente enfatizam as substancias ilícitas como as verdadeiras drogas que devem ser evitadas devido ao seu possível "poder de destruição".

A falta de informação sobre os fatores de risco que possam influenciar na escolha de consumir a droga pode ser considerada uma das principais fontes de alimento para o desejo de novamente ir atrás daquela experiência.

Quando falo sobre fatores de risco, me refiro, por exemplo, a falta de maturidade psicológica dos adolescentes decorrente desta fase de desenvolvimento; o vínculo fragilizado da relação entre o adolescente e seus responsáveis; a convivência em ambientes onde pessoas tem o costume de consumir bebidas e outras drogas, às vezes até de forma abusiva; a falta de informação dos pais e do adolescente sobre o uso de drogas (tipos de usuário, efeitos, riscos, etc.) e assim por diante.

Esses e muitos outros fatores podem estar presentes em nossas vidas, alguns deles relacionados aos nossos hábitos e costumes, enquanto que outros só são percebidos quando realmente olhamos para aquilo que pensamos e sentimos sobre nós e para a qualidade das relações que estabelecemos com os outros. Algo que, nos dias de hoje, poucas pessoas se dedicam ou dão importância.

O fato é que por mais que se tente ter algum tipo de controle, é inevitável que em algum momento da vida o adolescente terá seu primeiro contato com alguma substancia.

Pensando assim, quanto mais os responsáveis estiverem abertos a esse tipo de experiência (aberto no sentido de entender como tudo aconteceu sem julgamentos), procurarem fortalecer as relações dentro de casa e oferecer o suporte necessário pra essa fase cheia de incertezas e descobertas que é própria da adolescência, maiores as chances de poderem orientar e acolher esse adolescente e, potencialmente, diminuir os riscos do desenvolvimento dum possível quadro problemático com uso de drogas.

Wallace Jones Rodrigues da Silva

Psicólogo – 06/129.002

Especialista em Saúde Mental e Dependência Química

PUBLICIDADE

Escrito por

Psicólogo Wallace Jones

Consulte nossos melhores especialistas em drogas
Deixe seu comentário

PUBLICIDADE

últimos artigos sobre drogas

PUBLICIDADE