Dependência tecnológica: transtorno do jogo pela internet

A tecnologia e a internet nos trouxeram inúmeras contribuições, mas algumas implicações desfavoráveis também, a dependência tecnológica é uma delas.

23 FEV 2018 · Leitura: min.
Dependência tecnológica: transtorno do jogo pela internet

O desenvolvimento tecnológico e da internet nos trouxe inúmeras contribuições, contudo algumas implicações desfavoráveis também, uma delas foi o fenômeno da dependência tecnológica que parece dominar a forma de pensar, sentir e agir das pessoas provocando alguns danos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso compulsivo da internet, computadores, smartphones e videogames vem aumentando drasticamente e esse avanço traz consigo consequências preocupantes para a saúde física e mental das pessoas. Devido a esse uso exagerado e prejudicial, especialistas discutem a inclusão do "Transtorno por Jogos Eletrônicos" no CID-11 (próxima versão do CID, Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde).

Normalmente, os jogos eletrônicos são usados para entretenimento, escapismo de questões do cotidiano, busca de desafios e liberação de estresse, mas com o tempo o seu uso pode tornar-se problemático.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) propõe os seguintes critérios diagnósticos para o Transtorno do Jogo pela Internet:

Uso persistente e recorrente da internet para envolver-se em jogos, levando a prejuízo significativo ou sofrimento por cinco (ou mais) dos seguintes sintomas em um período de 12 meses: 1. Preocupação com jogos eletrônicos, tornando-se a atividade dominante na vida diária; 2. Sintomas de abstinência quando os jogos são retirados (irritabilidade, ansiedade ou tristeza, mas sem sinais físicos de abstinência farmacológica); 3. Necessidade de despender cada vez mais tempo jogando; 4. Tentativas frustradas de controlar a participação nos jogos; 5. Perda de interesse em antigos passatempos e entretenimentos; 6. Uso excessivo continuado de jogos pela internet, apesar do conhecimento dos problemas psicossociais; 7. Enganar a família, terapeutas ou outros quanto ao tempo dispendido com os jogos; 8. Uso dos jogos para evitar ou aliviar o humor negativo; 9. Colocar em risco ou perder relacionamentos, emprego ou oportunidade educacional ou de carreira devido à participação em jogos pela internet.

Assim, podemos observar prejuízos relacionados ao uso exagerado da internet nos âmbitos educacional, profissional, social e da saúde (problemas de visão, dores no pescoço, ombros e costas, estresse pela checagem compulsiva de mensagens, alertas e atualizações, distúrbios do sono e alimentares).

Algumas pessoas podem ter dificuldades em reconhecer que precisam de ajuda ou que a compulsão funciona como escapismo às rotinas e mesmo em estado grave dizem sentirem-se empolgadas, felizes e tranquilas quanto ao uso da tecnologia. As que reconhecem o estado de dependência demonstram emoções como: culpa, ansiedade, raiva, medo, tristeza, angústia e decepção.

A psicoterapia baseada na TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental) aliada à medicação (dependendo da gravidade) vem demonstrando bons resultados no tratamento.

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Escrito por

Regiane da Silva

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