Demências, o que é necessário saber?

Atualmente as pessoas se queixam de esquecimentos frequentes e logo ficam preocupadas com o que pode estar acontecendo. Será demência? Isso será explicado nesse breve artigo.

17 MAI 2016 · Leitura: min.
Demências, o que é necessário saber?

Atualmente as pessoas se queixam de esquecimentos frequentes e logo ficam preocupadas com o que não conseguem lembrar. Com toda razão! O importante nessa hora é entender o que realmente está sentindo, procurar um especialista para que fiquem mais tranquilas.

A demência, de maneira geral, vem preocupando muita gente, e se caracteriza pela diminuição progressiva das funções cognitivas como memória, raciocínio, linguagem, desorientação, dificuldade para entender as coisas, podendo também apresentar alteração do humor, do apetite e do sono.

Temos uma gama de demências, dentre elas a mais comum e conhecida é a demência de Alzheimer. Mas existem outras como: demência vascular, demência por corpos (ou corpúsculos) de Lewy, da doença de Pick, do lobo frontal, da doença de Creutzfeldt-Jacob, demência da doença de Hurtington, de Parkinson, Aids, neurossífilis, dentre outras. O importante é procurar um especialista para identificar, através da clínica (sinais e sintomas), de exames laboratoriais e de imagem, a patologia/quadro que aquele paciente se encontra e possa tratá-lo.

A demência de Alzheimer é a mais comum e afeta muito mais as mulheres que os homens. O início dos sintomas pode aparecer entre os 45 a 65 anos, para ser diagnosticada como de início precoce, porém a grande maioria acontece após os 65 anos.

A perda de memória é a queixa principal, acompanhada de alteração do humor (depressão, irritabilidade), seguida de alteração comportamental (podendo chegar à falta de crítica, desinibição, modificação nos movimentos motores – algumas vezes desajeitados, e distúrbio na fala – que diminui e também emitem um som parecido com palavras ou falam-nas sem nexo).

Alguns pacientes podem chegar até a paranoia ou a um estágio não comunicativo ou ainda manifestar comportamentos bizarros como levar muita coisa à boca (mordendo, inclusive), levantar ou tirar a roupa em público. O reconhecimento de familiares ou pessoas conhecidas diminui, principalmente quando a doença avança.

Indivíduos que costumam ler bastante e, com, isso, melhora sua habilidade linguística e intelectual, são menos propensos a iniciar um processo de declínio cognitivo, mas não podemos ter isso como algo fechado, uma regra.

Já a demência vascular, acontece devido a danos nos vasos sanguíneos do cérebro (pequenas isquemias). É, talvez, a segunda forma mais comum de manifestação da demência. É importante que o paciente mantenha controlada a sua pressão arterial, níveis de colesterol e glicemia, além de praticar uma atividade física e não fumar.

Como nosso cérebro tem uma plasticidade, nosso sistema nervoso central tem a capacidade de reorganizar-se, e se não houver mais lesões vasculares é possível, de tratar e até fazer com que não progrida, podendo levar uma vida satisfatória.

Demência por corpos(ou corpúsculos) de Lewy, é outro tipo também comum, e manifesta-se por desorientação, rigidez motora, tremores, mudança na voz e alucinações. Apresenta-se em três fases: inicial – leves esquecimentos, falta de iniciativa no dia-a-dia, desorganização intelectual, sonolência; fase moderada – maior declínio cognitivo (memória, linguagem, desorientação), presença de alucinações auditivas e visuais; e a fase avançada – distúrbios psiquiátricos (psicose, confusão mental), agitação. Acomete geralmente pessoas com mais de 75 anos.

Sabemos que tanto o paciente quanto os familiares sentem e sofrem com o aparecimento da doença. É muito importante que as pessoas que estão próximas ajudem-no de diversas formas como:

  • Evitar que fiquem corrigindo sua fala ou lembrando com a tradicional frase: "você já disse isso antes";
  • Fazer o mínimo de modificação em casa com móveis ou ficar transferindo o paciente de um local/cidade para outro(a);
  • Estabelecer rotinas para ele e fazer com que execute tarefas simples para melhorar seu senso de responsabilidade e utilidade;
  • Promover melhora na sua autoestima, encontros sociais, para que se sinta seguro e capaz.
  • Não superproteger o paciente, sem permitir que ele faça algo dentro de casa, afinal não é um boneco de verdade que colocamos sobre uma cama. Sob supervisão, permitir que faça algo na cozinha ou que goste de executar.
  • Fazer exercícios de estimulações cognitivas com profissional capacitado, e manter acompanhamento médico e psicológico.

A demência, infelizmente, não tem cura, mas hoje sabemos que existem tratamentos que podem retardar a sua evolução e um deles é a reabilitação cognitiva. Não se deixe vencido pela demência. É preciso agir rápido, melhorar a autoestima e o importante: procurar o profissional especializado e ter cuidado para não se deixar enganar por muitos que fazem qualquer curso (ou nenhum) e se lançam no mercado para "ganhar dinheiro". Costumo alertar os pacientes, constantemente sobre isso.

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Escrito por

Suzana Lyra - Clínica Via Humana

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