Dá para ser casal sem sexo?
A sexualidade é uma dimensão da vida humana de natureza muito complexa.
A sexualidade é uma dimensão da vida humana de natureza muito complexa. Quando se trata de considerá-la no contexto das relações conjugais esta complexidade aumenta ainda mais. Nos últimos tempos tem havido muitas mudanças nos valores e práticas de vida das pessoas, impactando seus hábitos, costumes e modos de viver.
A assexualidade é uma das muitas maneiras de se vivenciar a sexualidade, não mais considerada por muitos como anormalidade, disfunção ou patologia, mas como uma possibilidade de ser e viver a sexualidade na vida contemporânea.
O fenômeno da assexualidade na relação dos casais quando um dos cônjuges se torna assexual pela perda do interesse e desejo sexual em relação ao parceiro, porém sem deixar de amá-lo, apontaram para o fato de que na relação conjugal, a falta de desejo e a perda do interesse sexual faz com que o casal se torne assexual, sem, no entanto, perder o interesse pela pessoa; sendo a afeição, o respeito e o valor do relacionamento construído a partir de uma história vivida a dois, implique em rever suas expectativas e relações no casamento.
A assexualidade do casal está na interconexão entre eles, independentemente do indivíduo ser ou não assexual. Tornar a experiência da Assexualidade mais familiar e mais aproximada é primordial na construção de conhecimento que possa iluminar o fenômeno, de modo que o possa tirar da sombra do estranho e torná-lo mais familiar.
Para alguns casais o valor fundamental não é a prática do sexo, mas a amizade, companheirismo e parceria.
A expressão de amor pode vir pelo carinho, compaixão, proximidade, empatia e aceitação, sem necessariamente perpassar pela obrigatoriedade do exercício da sexualidade dentro do casamento, segundo o que pude observar. Deste modo pode-se considerar que a sexualidade tem o seu caráter de ser socialmente construída, resultado das influências dos discursos presentes nos diferentes momentos históricos, contextos e experiências de vidas singulares.
As pessoas não escolhem ser o que são, em se tratando da sexualidade, podemos acompanhar suas transmutações porque ela não é fixa e imutável, isto também vale para os casais.
A cultura sobredetermina um estilo de vida sexual e o indivíduo que não se encaixa nela, por desconhecimento, se vê como possuidor de algum tipo de patologia. Assim, uma reflexão que fica a respeito da Assexualidade possa ser vista como sendo, entre muitas outras possibilidades, de um ponto de vista cultural e social como um tipo de resistência à imposição da erotização, e que talvez resistir a ela possa ser uma atitude ético-política-libertadora.
Tirar desejo e sexualidade de campos opostos, não como uma coisa dual, mas podendo estar relacionado.
O desejo de ficar junto e de ser casal se torna mais importante do que o desejo sexual em função de outros valores que são importantes nas relações entre as pessoas.
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