Criança digital?

Reflito neste artigo se o uso crescente e precoce de smartphones e tablets é suficiente para a criança construir o conhecimento e se desenvolver de forma integrada.

25 FEV 2015 · Leitura: min.
Criança digital?

Desde pequenas, as crianças brincam com smartphones, tablets e assistem seus vídeos preferidos com bastante familiaridade com o meio digital, o que até causa "certa inveja" a muitos adultos, que não tem a mesma facilidade.

Porém, será que isso é suficiente para ela construir o conhecimento e se desenvolver de forma integrada?

A criança entre 2 e 6 anos aprende ativamente pela ação e sua inteligência se manifesta cada vez mais e melhor neste plano. Neste período, ela pula, corre, afasta-se do ambiente familiar, pode ir e voltar de um lugar com segurança, etc. A brincadeira muda conforme seu desenvolvimento, uma vez que suas capacidades, interesses e necessidades se ampliam. E, assim, se desenvolve nos aspectos motor, cognitivo, emocional e social.

Quando vemos uma criança brincar em um tablet, nossa tendência é considerá-la muito esperta e inteligente. Vale a pena observar se esta criança que é tão habilidosa e concentrada nos games e no uso de internet, apresenta desinteresse escolar, dificuldades na aprendizagem, falta de atenção e concentração e menor tolerância para outras atividades que às vezes a frustra.

Ou ainda, se é capaz de se vestir, se calçar, amarrar seus sapatos, comer sozinha, enfim, realizar atividades do dia a dia, pequenas conquistas que a fazem se sentir capaz. Muitas vezes, os pais, na ansiedade de dar conta da apertada agenda e horários, fazem tudo por ela para "ganhar tempo", o que contribui negativamente à sua autoestima; ou ainda, para protegê-las de perigos externos compactuam com longos períodos plugadas no smartphone ou games.

Cabe aos pais ficarem atentos à possibilidade da criança desenvolver uma dependência da internet para se entreter ou compulsão pelo jogo. O meio digital não substitui as brincadeiras tradicionais que estimulam o desenvolvimento motor e cognitivo, nem o contato com as crianças "ao vivo e em cores" que promovem a sociabilidade infantil.

Proibir o uso do meio digital, é impedir a criança de se adaptar a recursos e a um tempo onde isto será primordial em seu futuro. Devemos entender que o mundo virtual é uma ferramenta e que estamos formando crianças, antes de tudo.

Sugiro apenas, distribuir o seu tempo nas diversas situações que lhe promovem aquisição de habilidades, autoestima e boa sociabilidade, além de algum tempo livre para fazer atividades de sua escolha.

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Escrito por

Riva Gelman

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