Construindo a autoestima de seu filho

Os primeiros anos de uma criança são o alicerce para a construção da autoimagem e consequentemente, para o desenvolvimento de uma autoestima positiva.

12 MAI 2015 · Leitura: min.
Construindo a autoestima de seu filho

A autoestima se constrói através de um processo de assimilação e interiorização desde o nascimento, mas que pode modificar-se ao longo de toda a vida. A autoimagem é construída a partir da interação social, como uma colcha de retalhos que vamos formando com recortes das imagens que as pessoas em nossa volta exprimem sobre nós.

Na construção de uma autoestima positiva desenvolve-se a capacidade de conhecer e valorizar a si mesmo, dando à criança a possibilidade de agir, pensar e exprimir opiniões de maneira confiante.

A autoestima tem uma estreita ligação com a inteligência, pois, quando desenvolvida, é caminho para uma personalidade criativa e flexível, base para tornar-se uma pessoa motivada, segura e equilibrada. Além disso, uma boa autoestima contribui para o desenvolvimento psicológico, auxiliando a criança em sua autonomia, tornando-a menos dependente emocional e socialmente.

Uma autoestima fragilizada pode levar à melancolia e à depressão. Muitos dos problemas relacionais na vida adulta podem ter começado lá atrás, na infância remota.

Como saber como anda a autoestima de sua criança?

Para isso, é importante atentar-se a que percepção a criança tem de si mesma e dos outros, se ela demonstra generosidade para com os outros (se é generosa com os colegas, é sinal de que é generosa consigo mesma) e perceber se a criança possui boas relações sociais. Tais pontos são indicações de uma autoestima em bom desenvolvimento.

Como posso ajudar na construção da autoestima do meu filho?

Nas crianças, a autoestima se desenvolve principalmente na relação com os pais, através de uma relação acolhedora e amorosa. Abaixo seguem dicas de como contribuir para que seu filho desenvolva sua autoestima de forma saudável.

Dicas

1) Desenvolver a autonomia da criança

Incluindo-a nas decisões do dia a dia, como decisões relacionadas à escola, passeios, dentre outros tópicos.

2) Ouvir os pequenos com atenção e disponibilidade

Crianças gostam de se expressar, e a negligência de pais e outros adultos pode dar a ideia de que o que dizem ou pensam, não é tão importante quanto deveria ser.

3) Tratar a criança com cortesia e respeito

Saber respeitar o outro é passo importante para saber respeitar-se.

4) Evitar ao máximo fazer comparações desleais

Evitar comparações nas quais um modelo incomum é colocado como parâmetro.

5) Ajudar a criança a se sentir amada e útil no dia a dia

Valorizando o resultado de suas tarefas escolares e/ou de pequenas atribuições domésticas.

(Essa dica é muito importante para crianças com dificuldades escolares ou algum tipo de deficiência, pois mesmo que ela não atinja resultados esperados, todo esforço deve ser reconhecido e elogiado)

6) Fazer apenas elogios sinceros, evitando compensações exageradas

A fala dos pais não deve soar artificial, visto que a criança também é capaz de perceber isso.

(Um comportamento aparentemente inofensivo, mas prejudicial é o elogio sem base, pois a criança pode chegar à falsa conclusão de que ela é excelente naquilo e assim, não se aprimorará)

7) Criticar a atitude e não a criança

Evitando expressões como "você é um menino mau" ou "ficou feio, como você é preguiçoso". Por exemplo: se você acha que o desenho do seu filho não ficou muito bom, ao invés de dizer que ficou ruim, dê uma sugestão do tipo "por que não colore mais um pouco?".

8) Estabelecer metas para seu filho

Algo passível de ser atingido – metas que sejam apropriadas para a idade e capacidade da criança. À medida que a criança se esforça, estimule-a e elogie cada sucesso ao longo do caminho. Quando ela atingir a meta, cumprimente-a e reforce sua autoimagem como realizadora.

9) Reconhecer e nomear os sentimentos do seu filho

Quando ele frustrar-se com algum comentário sobre si, é importante validar seus sentimentos. Por exemplo, se a criança se ofendeu com um comentário maldoso de um amiguinho, diga: "Sim, você ficou ofendida por aquilo que a pessoa disse". Ao sentir que seus sentimentos foram validados, a criança se abrirá, permitindo que você lhe aumente a auto-estima, apontando pessoas que gostam dela, e as coisas positivas que outros disseram a respeito dela.

10) Assegure que outras pessoas que lidam com seu filho conheçam seus pontos positivos e negativos

No início do ano escolar, fale com os professores e diga-lhes quais são seus pontos fortes e fracos, assim a professora terá mais clareza para encorajar suas boas habilidades e trabalhará para desenvolver as partes que tem dificuldades.

Somado a isso, um ambiente escolar que envolve mais companheirismo e menos competição estimula o compartilhamento das habilidades de forma espontânea e gratuita. A competição consigo mesmo, sempre com respeito aos próprios limites e tolerante com as limitações, é o caminho sensato para o desenvolvimento de uma autoestima equilibrada.

Cuide de sua própria autoestima. Pais com baixa autoestima terão dificuldades em criar um filho com uma elevada autoestima. Um pai positivo é aquele que sabe que não é perfeito, mas se valoriza, e está sempre apto crescer e se aprimorar.

Lembre-se: A autoestima é um ingrediente fundamental para uma infância feliz. Os ingredientes essenciais para uma autoestima saudável são o incentivo, o respeito e o apoio dos pais.

Foto: por lorenkerns (Flickr)

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Escrito por

Claudia Oliveira

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